Mestrado em Português Língua Não Materna | Master's Degree in Portuguese as a Foreign Language - TMPLNM
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- A competência intercultural no ensino : propostas para formação contínua de professores dos 2º e 3º ciclos do ensino básicoPublication . Branco, Diana Manuel Sousa; Sequeira, Rosa MariaEsta investigação incide na formação contínua de docentes no que respeita à competência intercultural. Assim, pretende lançar um olhar sobre as concepções pedagógicas dos docentes das várias áreas disciplinares face à competência intercultural bem como sobre as necessidades de formação contínua por eles sentidas e possíveis caminhos a percorrer na programação de acções de formação a promover dentro da temática em questão. Tendo em conta a problemática em estudo e o universo em análise, a saber, docentes dos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico que leccionaram em escolas da Região Autónoma da Madeira durante o ano lectivo de 2010/2011, recorremos ao inquérito por questionário como técnica dominante. Os professores revelam alguma preocupação com a educação intercultural e demonstram interesse em frequentar formação na referida área, no entanto, admitem não implementar regularmente práticas pedagógicas interculturais nem abordar conteúdos culturais mais profundos, que propiciam uma melhor percepção da individualidade, da alteridade e das relações entre o Eu/Outro. Considera-se, então, indispensável consciencializar os docentes face à importância do ensino da competência intercultural em todas as aulas do currículo do ensino básico, e promover momentos de investigação, reflexão sobre a temática para que desenvolvam um profissionalismo intercultural e ajam no terreno, implementando projectos e práticas pedagógicas interculturais junto dos discentes com quem trabalham e junto de toda a comunidade de aprendizagem que é a escola. Por estarmos convictos de que é fundamental a aposta em acções de formação contínua para docentes dos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico no âmbito da competência intercultural no ensino, alicerçaram-se duas propostas de linhas orientadoras para uma futura programação devidamente definida e fundamentada de acções de formação contínua de professores, uma para a área das línguas e outra para as restantes áreas disciplinares.
- Mar de metáforas : a aquisição/aprendizagem de sentidos metafóricos com vocabulário marítimo por alunos de português língua não maternaPublication . Ribeiro, Maria Sara Lobato; Batoréo, Hanna
- O conceito de herói em narrativas de alunos chineses de português língua não maternaPublication . Martins, Maria Dulce Ferreira; Batoréo, HannaO confronto diário, na escola, com o crescente fluxo de alunos imigrantes e a constatação das dificuldades sentidas pelos discentes de Português Língua Não Materna (PLNM) quer a nível linguístico quer cultural moveram-nos a investigar como se processa a aquisição lexical em Língua Segunda (L2). Desse interesse geral, optámos por avaliar, especificamente, em que medida o conceito de herói pode ser influenciado pelo contexto linguístico e sociocultural em que o sujeito cresce, uma vez que é nossa convicção que a aquisição de conceitos reflete e é o reflexo do meio em que o falante se desenvolve. Pretendemos, também, averiguar até que ponto a migração e a globalização, como propagadoras de ideias e conceitos, influenciam a aquisição da linguagem. Para concretizarmos os objetivos da presente dissertação, optámos por analisar como alguns alunos chineses conceptualizavam a figura do herói, por comparação com alunos portugueses. Todos a frequentarem escolas do distrito de Setúbal. A constituição da amostra dos corpora consistiu na elaboração de duas narrativas escritas centradas na personagem herói. Seguimos os paradigmas da Linguística Cognitiva sobre protótipo e interação entre cognição e cultura, revimos a aprendizagem e aquisição da competência lexical por falantes de língua materna e por falantes de língua não materna. Debruçámo-nos sobre aspetos socioculturais e linguísticos chineses que poderiam ter influência na conceptualização de herói. Em relação aos resultados da análise das narrativas construídas pelos informantes, concluímos que o conceito de herói, apesar das diferenças registadas entre os alunos de PLNM e os de Português Língua Materna (PLM), apresenta algumas características semelhantes, mais representativas e que, portanto, definem a prototipicidade do herói: são seres que se destacam pelas suas qualidades morais, que se confrontam, diariamente, com vilões para salvar o mundo e exterminar o Mal, recorrendo a poderes e a armas adequadas às suas funções salvíficas. Recuperados pelos informantes através de nomes próprios socialmente conhecidos, os heróis não necessitam de ser caracterizados fisicamente. Movem-se em espaços citadinos, mas sem localização geográfica concreta, ancorados, apenas, no presente narrativo e na sucessão cronológica da narração. No entanto, existem algumas características diferentes e menos salientes que personalizam o herói do grupo de PLNM e que identificam a sua cultura, quando comparadas com o grupo de PLM: o herói dos alunos chineses é mais ativo e multifacetado no tipo de salvamentos que pratica, recorrendo a atos de maior violência. Caracteriza-se por valores de humildade, altruísmo e lealdade que podem concretizar-se em atos de autossacrifício. Apresentam-se como super-heróis, detentores de ultrapoderes, capazes de enfrentar ameaças extraordinárias para defender os seus protegidos, seres, socialmente, frágeis. Revelam as suas emoções e transmitem os sentimentos que nutrem pelas outras personagens. Tal como o herói, também o vilão aparece caracterizado em pormenor. Concluímos que os conceitos de herói apresentados pelo grupo de PLNM e pelo grupo de PLM comungam uma súmula de características facilitadas pela migração e globalização do mundo atual. Todavia, há valores tradicionais que subsistem nos jovens de PLNM e que se mantêm fiéis à cultura milenar chinesa. Finalmente, a partir do presente estudo, construímos uma atitude de maior respeito pelas línguas dos outros e conhecemos melhor os mecanismos que sustentam a aquisição das línguas.
- Variação linguística : subsídio para o estudo do léxico relativo ao ciclo do pão, numa zona raiana da Beira BaixaPublication . Esteves, Maria Bárbara Martins Pires Neves; Falé, Isabel; Saramago, JoãoO trabalho aqui apresentado constitui um subsídio para o estudo do léxico tradicional relativo ao ciclo do pão, numa zona raiana da Beira Baixa. As recolhas centraram-se na aldeia de Penha Garcia, do concelho de Idanha-a-Nova, mas, no domínio do léxico relativo à moagem, foram alargadas a três outras povoações circunvizinhas, Aranhas, Monsanto e Salvador, comparando-se, posteriormente, embora de forma breve, o material recolhido nas quatro aldeias. A parte mais importante do texto da Dissertação é o Glossário, organizado por campos semânticos: “ceifa, acarreja e debulha dos cereais”, “moagem” e “panificação”. No mesmo Glossário, apresenta-se, logo a seguir à definição de cada termo-entrada, um excerto de um dos vários “documentos” (apresentados em anexo) que constituem as transcrições de algumas das entrevistas realizadas para a recolha do material. Essas citações pretendem provar a existência do termo-entrada e, na medida do possível, apresentar a definição do mesmo, como fornecida pelo próprio informante. No final do texto da Dissertação, é apresentado um índice remissivo, organizado por ordem alfabética, com os termos-entrada constantes das três secções do Glossário. Em anexo, incluem-se também (para além das transcrições de parte das entrevistas) 24 ilustrações, com as quais se pretende, sobretudo, complementar algumas das descrições do Glossário.
- Aquisição/aprendizagem do português europeu em contexto plurilingue na Suíça : aspetos morfossintáticosPublication . Silva, Maria da Luz Santos; Batoréo, HannaO ensino da Língua e Cultura Portuguesas aos filhos dos imigrantes portugueses na Suíça é uma mais-valia em termos culturais e intelectuais para estas crianças, contribuindo para a construção da sua identidade e para uma integração mais bem-sucedida num país caracterizado pelo plurilinguismo e pela multiculturalidade. O presente trabalho analisa o desempenho de aprendentes de um Curso de LCP na Suíça de expressão alemã no domínio linguístico da Morfologia, mais precisamente no domínio da flexão verbal, pretendendo compreender se o desempenho destas crianças no domínio linguístico referido é semelhante ao de falantes nativos, considerando que se encontram em fase de aquisição da linguagem e são escolarizados em língua alemã. O grupo investigado é constituído por participantes que nasceram na Suíça ou vieram com tenra idade para este país, tendo adquirido o Português Europeu, a sua L1, em contexto de imersão, no ambiente familiar, e em contexto formal de aprendizagem na Suíça, ao atingirem a idade escolar. As produções linguísticas a partir das quais foi constituído o corpus que sustentou a análise do desempenho dos aprendentes foram as narrativas orais provocadas com base em dois estímulos visuais, a História do Cavalo e a História do Gato de Maya Hickmann (1982) apud Batoréo ([1996]2000: 824-825). A opção pela morfossintaxe verbal prende-se com o facto de a categoria gramatical do verbo ser das que apresenta maior riqueza e complexidade flexional, sendo, por essa razão, um processo gradual de aquisição. O nosso objetivo é examinar o desempenho de crianças adquirindo o português em contexto plurilingue e, com base numa análise descritiva, verificar a evolução no referido domínio nas faixas etárias compreendidas entre os 6 e os 10 anos, comparativamente à produção de falantes adultos nativos, perspetivando a hipótese de que a sua competência e performance no uso futuro da língua atingirá o nível da gramática adulta. Os resultados, que interpretamos como reflexo de um processo de desenvolvimento cognitivo e linguístico, demonstram a tendência gradual na aproximação à gramática adulta pelos aprendentes.
- Estudo de caso : o uso da língua portuguesa por jovens provindos de outros países no domínio privado, público e educativoPublication . Jesus, Maria do Céu Freitas Gomes da Silva de; Salomão, RicardoA afluência de imigrantes a Portugal, nas últimas três décadas transformou radicalmente todo o tecido social português, caracterizando-se hoje pela sua heterogeneidade. Até ao início da década de 90 do século XX, os fluxos migratórios provinham essencialmente dos Países de Língua Oficial Portuguesa, com maior incidência de Cabo Verde, Brasil e Angola. É nessa década que se registam movimentos bastante significativos de imigrantes provenientes da Europa Central e Oriental, principalmente da Ucrânia, Rússia, Roménia e Moldávia, assim como da Ásia, destacando-se os naturais da China, Índia, Paquistão e das antigas repúblicas soviéticas. De acordo com a análise apresentada pelo Instituto Nacional de Estatística em Dezembro de 2006, residiam de forma legal em Portugal 329 898 cidadãos de nacionalidade estrangeira, sendo as maiores comunidades de Cabo Verde (57 349), Brasil (41 728) e Angola (28 854). A sociedade portuguesa do século XXI, distancia-se cada vez mais do conceito de monolinguismo, tal como se evidencia no Projecto Gulbenkian “Diversidade Linguística na Escola Portuguesa”, que, segundo o estudo feito, onze por cento dos alunos residentes na área da Grande Lisboa nasceram fora de Portugal e têm como línguas maternas cinquenta e oito idiomas. É urgente uma intervenção diferente no que corresponde a esta nova realidade linguística em Portugal e sobretudo no que concerne à integração do “outro”, reconhecendo e respeitando as várias línguas maternas e culturas, como também a sua preservação a fim de possibilitar o desenvolvimento íntegro e harmonioso da identidade. A heterogeneidade da actual sociedade portuguesa impõe um olhar atento para com esta nova realidade no país, sobretudo em muitas das escolas onde a par do uso da língua portuguesa outras línguas são também usadas como forma de comunicação entre os mesmos pares, situação esta perfeitamente desajustada da realidade escolar madeirense Estudo de caso: O uso da Língua Portuguesa por jovens oriundos de outros países nos domínios privado, público e educativo. 10 de inícios da década de 90 do século XX, à excepção dos alunos provenientes da Venezuela, os denominados luso-descendentes. A escola mudara, tudo se alterara, havia que tentar perceber o que estava a ocorrer, um novo Mundo “invadira” as turmas, prontas a aprender, a saber, a descobrir. Era preciso preencher o silêncio expectante. Aprender uma nova língua, a portuguesa, decorrente da obrigatoriedade implícita de tratar-se da língua oficial, obrigava a repensar o ensino, a continuamente desvendar novos caminhos possibilitadores de encontro entre a língua materna e a segunda, de reencontro com a identidade linguística e cultural que não se quer perdidas, só tornado possível na diferença. A par de uma escola que se apresentava de forma diferente, cuja intervenção teria de ser oposta à de então, uma vez que a aprendizagem do português era feita como língua segunda (L2), muitas foram e são as inquietações, um turbilhão de interrogações decorriam deste contacto constante de uma língua que se diz minha, fonte de partilha com outros jovens. O uso da língua portuguesa confinar-se-á unicamente à escola com os professores e colegas ou despoletará curiosidades, vontades, interesses, motivados por objectivos confinados ao percurso e à história humana? Muitas são as interrogações que ocorrem, muitos são também os momentos de sabedoria mútua de línguas e países a desvendar num contínuo ininterrupto e é essa constante procura que determina a busca de respostas. Entre muitas interrogações uma afigurava-se de forma latente, quiçá fonte de resposta para outras interrogações inerentes à língua portuguesa como língua segunda. A sua utilização por parte dos alunos de outras nacionalidades nos domínios privado, público e educativo engloba domínios diversos capazes de informar acerca do uso dessa mesma língua. Importa no entanto reforçar que estes alunos constituem um grupo heterogéneo sob diversos pontos de vista: etário, linguístico e cultural. Do ponto de vista linguístico a população que tem o português como língua segunda abrange alunos falantes de diferentes línguas maternas, umas mais próximas, outras mais afastadas do português, propiciando diferentes graus de transferência de conhecimentos linguísticos e de experiências comunicativas, como também em diferentes estádios de aquisição e que fora da escola o usam em maior ou menor número de contextos e com um grau de frequência desigual. Estudo de caso: O uso da Língua Portuguesa por jovens oriundos de outros países nos domínios privado, público e educativo. 11 Dispõem também de diferentes capacidades individuais para discriminar, segmentar e produzir sequências linguísticas. Já do ponto de vista cultural apresentam diferentes hábitos de aprendizagem, bem como diferentes representações e expectativas face à escola. Todos estes factores determinarão ritmos de progressão distintos no que respeita à aprendizagem do português como língua segunda. As oportunidades de aprendizagem e de uso que cada indivíduo tem ao longo da vida, determinantes no processo de aquisição, desenvolvimento e aprendizagem de uma língua, variam bastante de indivíduo para indivíduo. Os alunos podem viver num mesmo contexto no entanto razões variadíssimas determinarão diferentes oportunidades de aprendizagem e de uso. Viver-se num contexto de imersão não é suficiente para que todos tenham o mesmo grau de exposição a material linguístico rico e variado da L2. Essas oportunidades também se relacionam com a distância linguística entre língua primeira (L1) e a língua segunda, quanto mais afastadas são as duas línguas mais os falantes da L2 se refugiam na sua língua materna, assim como também se associam aos hábitos culturais da comunidade e da família.
- Consciência metalinguística na aquisição bilíngue : estudo de caso de uma criança bilíngue em espanhol e português do Brasil aos nove-dez anos de idadePublication . Ferreira, Milla Paiva Di; Batoréo, HannaO presente trabalho tem como principal objetivo apresentar uma visão global do processo de aquisição bilíngue de uma criança em Espanhol (E) e Português do Brasil (PB). Trata-se de um estudo de caso em condições desfavoráveis ao bilinguismo infantil até os 9 anos de idade da criança em observação. Empregando uma abordagem cognitiva, nomeadamente no campo da psicolinguística (Houwer, 1990, 1995 e 2009; Batoréo, 2000 e 2004; Siguan, 2001; Bialystok, 2001a; Bialystok & Crago, 2007; Bialystok & Craik, 2009), tratamos de investigar o desenvolvimento da consciência metalinguística de uma criança bilíngue, considerando, especificamente, as variáveis motivação, afetividade e atitude linguística, amparadas em relevantes pesquisas efetuadas sobre esta temática (Gardner & Lambert, 1959 e 1972; Lalonde & Gardner, 1984 e 1985; Baker, 1993, 2007 e 2011; Gardner, 2009). Neste sentido, expomos um historial linguístico conciso da criança até os 10 anos de idade, que se destaca por três etapas marcantes e decisivas no seu desenvolvimento e crescimento linguísticos no PB - (i) até os 4 ½ anos (1ª etapa), (ii) dos 4 ½ aos 9 anos (2ª etapa) e (iii) a partir dos 9 anos (3ª etapa, coincidente com o início à leitura no PB). Apresentamos, igualmente, uma amostra ampla e diversificada constituída por produções linguísticas orais da criança, provenientes de anotações de campo realizadas até os seus 10 anos e de gravações realizadas entre os 8 e 10 anos de idade. Concluímos que, in casu, os fatores decisivos para que a criança alcançasse o bilinguismo num ambiente inicialmente desfavorável se caracterizaram, em essência, (i) pela motivação integrativa da criança, (ii) pela afetividade (conjunto de vivências, emoções e sentimentos inerentes tanto à criança como à família em geral) e (iii) pela mudança radical de atitude linguística no ambiente familiar a partir dos 9 anos de idade da criança, que passou a ser amplamente favorável. Com efeito, pensamos que os três fatores, de forma conjunta e inter-relacionada, foram, ao mesmo tempo, o alicerce e o motor do bilinguismo da criança em questão.
- Aquisição e aprendizagem da referência nominal no contexto do português língua não materna na Guiné-BissauPublication . Fonseca, Susana Paula Bernardino da; Batoréo, HannaA presente investigação tem por base o estudo de um corpus linguístico – constituído por narrativas escritas por falantes de Língua Portuguesa (LP) da e na Guiné-Bissau –, no qual observamos variações quanto à referência nominal dos protagonistas, comparativamente ao Português Europeu (PE), verificando-se designadamente: a) a referência zero e a generalização dos artigos definidos; b) a ausência de artigos indefinidos e/ou a substituição do artigo indefinido pelo artigo definido. Concluímos que, se estas particularidades podem ser explicáveis como uma fase inerente ao processo de aquisição e aprendizagem de uma língua, são também explicáveis como um fenómeno inerente a uma variedade, em formação, do Português da Guiné-Bissau (PGB), à semelhança do que já foi verificado noutras variedades africanas da LP, como o Português de Moçambique (PM). A afirmação de variedades de uma língua, designadamente de um PGB, constitui, todavia, um dilema para muitos educadores e investigadores. Pois, para além de predominar um forte prestígio associado à variedade europeia do Português, há também um certo pragmatismo a justificar a inoperância face à inexistência de gramáticas de uma variedade do PGB. Neste sentido, propusemo-nos estudar um corpus linguístico do Português Língua Não Materna (PLNM) da Guiné-Bissau, integrando, conjuntamente, uma abordagem teórica e metodológica sobre o desenvolvimento da linguagem e aquisição/ aprendizagem de uma língua (ADL). Finalmente, refira-se também a aplicação de um questionário sociolinguístico, desenvolvido por nós, com vista à caracterização sociolinguística dos nossos informantes. A par da diversidade inerente à Língua Portuguesa na Guiné-Bissau, coloca-se, ainda, a questão da pluralidade linguística deste contexto, o que complexifica o cenário de opções, por exemplo, quanto a políticas de língua ou metodologias de ensino.
- O preconceito cultural e linguístico na escola portuguesaPublication . Fernandes, Anabela do Nascimento; Seara, IsabelApesar de Portugal ser frequentemente considerado um país monolingue, cultural e linguisticamente homogéneo, esta visão torna-se redutora e inverosímil, considerando que são muitos e distintos os hábitos e costumes, bem como os dialetos falados nas diferentes regiões do país. Na sociedade portuguesa atual, em que os fenómenos seculares da multiculturalidade são alvo de aturadas reflexões teóricas e ontológicas, parece-nos fundamental refletir sobre esta diversidade cultural e linguística, encarando-a como um fator de enriquecimento social e pessoal de todos os indivíduos, motivo pelo qual deve ser respeitada e preservada. Efetivamente, embora o português seja a língua materna da maioria da população portuguesa, apresenta múltiplas especificidades fonéticas, sintáticas e lexicossemânticas de acordo com as regiões onde se fala. Contudo, as diferenças dialetais são muitas vezes ridicularizadas, considerando-se os dialetos como modos de falar incorretos e socialmente desprestigiantes, razão pela qual os falantes das variedades que se afastam do português padrão são vítimas de preconceito linguístico. Atentando na variedade que a língua portuguesa assume, empreendemos este estudo, em contexto escolar, na zona de Bragança, dialetalmente mais conservadora, dado incluir-se nos dialetos setentrionais, a partir da recolha de dados, feita através de questionários sociolinguísticos. Deste modo, procurámos compreender a perceção dos informantes sobre a existência do preconceito linguístico, sobre as diferentes variantes da língua portuguesa e ainda o conhecimento e uso que os inquiridos, habitantes da cidade de Bragança e localidades vizinhas, têm face às expressões sentenciosas e aos regionalismos típicos do dialeto transmontano. Sendo a variante padrão a língua de instrução, o seu domínio é fundamental no sucesso escolar dos alunos, bem como na sua adaptação à realidade da sociedade em que se integram. Desta forma, é também nosso propósito refletir sobre a problemática que o uso de diferentes variantes da língua portuguesa despoleta nas nossas escolas e sobre a forma como estas instituições respondem a esta realidade. Assim, apresentamos ainda algumas propostas de didatização, no sentido de consciencializar, minorar e, se possível combater e anular o preconceito linguístico, promovendo o respeito pelos distintos dialetos e variantes da língua portuguesa.
- Expectativas do e-learning na política de língua do ensino do português no estrangeiroPublication . Silva, Isabel Cristina Rodrigues Heleno; Salomão, RicardoO presente trabalho de investigação, enquadra-se no decurso da formação, ao nível do Mestrado em Português Língua Não Materna, tendo como principal objetivo na compreensão e reflexão dos modelos pedagógicos em contexto de educação via E-learning, centrado nas expetativas dos aprendentes, face a novas políticas de língua do ensino do português no estrangeiro e sua problemática perante um conjunto de fatores associados. Deste modo, para desenvolvimento deste estudo, contou-se com a colaboração de cento e cinquenta e seis aprendentes e optamos por utilizar como metodologia de recolha de dados na aplicação de questionário on-line, feita aos aprendentes do português língua estrangeira, no ensino primário e secundário da rede escolar na Europa. Posto isto, salientamos que os aprendentes apesar de terem uma enorme motivação no uso das novas tecnologias com recurso à Internet, na aprendizagem do português língua não materna, ainda assim não desejam abdicar da presença indispensável do professor dentro de uma sala de aula. A resistência à modalidade E-learning é notável, quando apontam falhas na aquisição e desenvolvimento das competências linguísticas, mas pretendem fazer uso destas ferramentas virtuais, num cariz lúdico e dinâmico tornando as aulas mais apelativas. Por outro lado, a modalidade via E-learning, segundo os aprendentes apresenta-se como uma opção viável, para os que não têm acesso à rede escolar do português língua estrangeira, baseados num modelo pedagógico enriquecido, com ferramentas de videoconferência (Skype, MSN, …) cumprindo com objetivos do ensino PLE. Pelas razões apontadas, acreditamos que este trabalho é bastante elucidativo, os resultados obtidos permitir-nos-ão conhecer melhor as expectativas destes aprendentes. Para além disso, apontaremos algumas estratégias pedagógicas, para uma melhor performance do sistema via E-learning na aprendizagem do PLE, servindo como objeto de reflexão relacionada com temática.