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Abstract(s)
A leitura da paisagem onde se insere o castelo de Palmela é, por si só, demonstrativa das potencialidades agro-pastoris, piscícolas e cinegéticas que beneficiariam as populações medievais.
De facto, à planície que se estende a norte, antes em boa parte ocupada por matas com bons recursos de caça e marinhas de sal, acrescentava-se a qualidade dos solos e dos pastos das colinas e vales da Pré-Arrábida, sulcados por ribeiras afluentes do Sado e do Tejo, rios que definem a península interestuarina. Se juntarmos a estas generosas condições de subsistência as particularidades defensivas do morro do castelo e da estrutura militar aí construída em época islâmica, em articulação com outras fortificações e povoações importantes, como Coina-a-Velha, Alcácer do Sal e Lisboa, temos encontrados os factores primordiais de fixação de grupos humanos na região.
A História e a Arqueologia têm vindo a demonstrar a veracidade desta constatação para o período
medieval, entre os séculos VIII-IX e XIV. A ininterrupta ocupação dos espaços em referência, em épocas posteriores, decorre também de outras variáveis, que não cabe aqui explorar.
O investimento na investigação arqueológica ao longo de mais de duas décadas, em prospecção
e escavação no castelo, na área urbana de Palmela e na envolvente rural, tem dado os seus frutos,
possibilitando um conhecimento acrescido do quotidiano dos habitantes intramuros, na vila e sobre
a actividade campesina (Fernandes, 2004).
A análise dos restos faunísticos encontrados nas escavações do Castelo de Palmela foi um contributo determinante para o estudo de alguns aspectos desse quotidiano, nomeadamente os
relacionados com a alimentação das populações, a qual já deu origem a uma primeira publicação
(Cardoso e Fernandes, 2012 ). Com a integração dos dados agora publicados, que abarcam uma
amostragem mais numerosa - e que confirmam, nos seus traços gerais, as conclusões anteriormente
apresentadas -, no restante arquivo arqueológico, tendo designadamente em consideração a tipologia
das produções cerâmicas, pretendeu-se melhorar o conhecimento da alimentação no castelo de
Palmela, entre os séculos VIII e XV, abarcando populações islâmicas (séculos VIII-XII) e cristãs (séculos XII -XV), através de um ensaio comparativo. São incluídos alguns dados para o período moderno, sem contudo se efectuar uma análise extensiva e representativa desse período.
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Keywords
História Arqueologia População medieval Castelos Palmela Portugal
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Publisher
Campo Arqueológico de Mértola / Centro de Estudos Arqueológicos das Universidade de Coimbra e Porto