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  • D. Luís Filipe, Portugal e o mar (1887-1908): relações e importância
    Publication . Canhota, Tiago; Bastos, Rosário; Pereira, Olegário Nelson Azevedo
    Quando no dia 1 de fevereiro de 1908, foram assassinados na Praça do Comércio, el-rei D. Carlos e o príncipe real D. Luís Filipe, liquidou-se igualmente um audacioso e extenso plano político/marítimo. Tomando corpo na sequência da independência brasileira, ele pautou-se pela construção de um império marítimo em África. Concomitantemente, desenvolveu-se na Europa uma nova atitude relativamente aos assuntos talássicos, encarado agora como um campo de oportunidades e fruição e não apenas de agruras e laboração. O novo conhecimento científico, a criação do conceito de praia e de práticas vilegiaturais, a revolução dos transportes e a preocupação com a prevenção dos naufrágios e assistência aos náufragos, contribuíram para este novo posicionamento. Se no panorama lusitano, a relação marítima de D. Carlos, era por demais evidente e sobejamente conhecida, com especial destaque para a vertente científica, no caso de D. Luís Filipe, era desconhecida, até mesmo inexistente, para o grande público! Assim, foi esse mesmo binómio príncipe-mar (extensível também à Família Real) com especial destaque para as vertentes política, diplomática, intelectual e lúdica que aqui se expõem e discutem. Do mesmo modo, apresenta-se um trabalho biográfico acerca da vida e dos feitos do príncipe, com elementos até este momento desconhecidos, o qual se pretendeu que fosse o mais abrangente e possível.
  • "O socorro aos desgraçados": medidas de mitigação e de auxílio aos náufragos ao largo da costa portuguesa no século XIX
    Publication . Canhota, Tiago; Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, Rosário
    A navegação marítima foi sempre um campo demasiadamente fértil para a ceifa de vidas, inspirando o temor e colocando em sentido todos aqueles que se fizessem ao oceano. A cada vez maior velocidade, tonelagem e utilização de embarcações, não ficou, porém, isenta de novas perigosidades. Nesse sentido, não foi apenas necessário repensar e refazerem­se os acessos tais como barras e portos, mas também melhorar a sinalização dos obstáculos naturais construindo e aperfeiçoando­se as técnicas de iluminação farolar, que no caso português foi sobretudo estudado e realizado através do Plano de Alumiamento Marítimo (1866), da Comissão de Faróis e Balizas (1881) e do Plano Geral de Alumiamento e Balizagem das Costas Marítimas e Portos do Continente e Ilhas Adjacentes (1883). A primeira tentativa conhecida para se concretizar uma estrutura organizada para o socorro aos náufragos teve lugar na cidade do Porto, em 1828, através da criação da Real Casa d`Asylo aos Naufragados, construindose para o efeito um edifício de raiz devidamente apetrechado de recursos materiais e humanos, mas que teria uma existência efémera de apenas 7 anos. A esta, seguiu­se a criação da Sociedade Geral dos Náufragos, no ano de 1835, agora em Lisboa. O naufrágio do vapor «Porto» trouxe para o domínio público a questão dos naufrágios, tomando o governo nos dias imediatos providências, nomeadamente a possibilidade de deslocação do porto da cidade mais para Norte e o auxílio aos náufragos, vindo esta última a ganhar forma na Real Sociedade Humanitária em 1852. Três anos mais tarde é criada a Companhia de Socorros a Náufragos em Lisboa. Por fim, foi criado em 1892 o Instituto de Socorros a Náufragos, a que mais tarde se acrescentou a designação de «Real» e que teve como impulsionadora e presidente honorária a rainha D. Amélia.
  • Um príncipe real em trânsito: a viagem de D. Luís Filipe pelo Mediterrâneo (1903)
    Publication . Canhota, Tiago; Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, Rosário
    A realização de uma viagem com uma finalidade eminentemente cultural e educacional, designada por Grand Tour, surgiu na Grã-Bretanha no século XVII. De modo a maximizar a experiência, os jovens eram guiados por um mestre que os introduzia na cultura do território visitado, percorrendo alguns roteiros previamente estabelecidos que foram aumentando ao longo do tempo, na busca de verem e contactarem com realidades diferentes. Em Portugal, o casamento da rainha D. Maria II com o futuro rei D. Fernando II permitirá uma mudança cultural e educacional na família real que se prolongará nas gerações futuras, nomeadamente nos filhos (Pedro e Luís), no neto (Carlos) e nos bisnetos (Luís Filipe e Manuel), que usufruíram destas viagens por várias partes da Europa. O presente trabalho incide, assim, no Grand Tour realizado, em 1903, pela rainha D. Amélia e pelos príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel. A viagem incluiu várias partes do mar Mediterrâneo, tendo como pontos altos as estadias no Egito e no Sul da Itália. Inicialmente preparada apenas para a rainha, com a finalidade de a abstrair da esgotante realidade institucional, a viagem será, no entanto, alterada, passando a incluir alguns amigos mais próximos e os filhos. O principal objetivo do presente trabalho é acompanhar o roteiro do Grand Tour de D. Luís Filipe, destacando os principais pontos de paragem e respetivos programas a eles subjacentes, bem como relevar o mar enquanto “estrada do conhecimento” e, no caso concreto, uma preparação para o exercício do poder real (componente cultural e diplomática). Palavras-chave: Grand Tour; mar; D. Amélia; família real portuguesa.
  • O “País da Costa Negra”: abordagem retrospetiva
    Publication . Canhota, Tiago; Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, Rosário; Fernandes, João Luís; Castro, Fátima Velez de; Vieira, António; Martins, Bruno
    Portugal é um país de vasta costa, sendo o mar um fator de atração e fonte de proventos. Importa, por isso, equacionar a questão dos riscos costeiros numa perspetiva histórica. Com esse propósito, abordam-se retrospetivamente (século XIX ao presente), as estruturas costeiras que contribuíram para mitigar os aludidos riscos, comparando com a atualidade. Para o efeito elegeram-se como indicadores: os portos/barras marítimos, os faróis e as instituições de socorros a náufragos. Através de dados provenientes de fontes históricas, de estudos históricos e acerca da geodinâmica litoral, bem como, da síntese apresentada no sítio da Autoridade Marítima Nacional, efetuou-se uma sinopse dos dados referentes aos 3 indicadores em apreço através da sua representação cartográfica e análise comparativa. Como resultados, verificou-se que com a chamada Revolução dos Transportes (meados de Oitocentos), Portugal passou a incorporar na sua frota navios a vapor de maior calado e tonelagem, para percursos do rio Tejo (1820), e viagens marítimas Lisboa/Porto/Lisboa (1823). Rotulado como o “país da costa negra”, as infraestruturas farolares e portuárias foram modernizadas para aumentar a segurança dessas viagens. Não obstante iniciativas anteriores, nos séculos XVIII e XIX, procedeu-se à (re)construção de 16 faróis no continente/ilhas. Destes 16 faróis, existem atualmente 47. Também no século XIX intervencionaram-se 18 portos continentais/insulares, subsistindo 28. Avançou-se ainda na assistência aos náufragos. Da Real Casa d’ Asylo dos Naufragados (1828) ao Real Instituto de Socorros a Náufragos. Na atualidade integra 27 Estações Salva-Vidas. Pelo exposto se infere que, historicamente, a segurança da navegação marítima foi tema de preocupação junto das autoridades. A intervenção nos portos/barras, bem como o aumento da rede farolar e dos equipamentos de socorros a náufragos, é disso testemunho. Fica delineado, em traços gerais, a evolução da proteção concedida a mareantes. Sobreleva-se a importância da análise retrospetiva para melhor fundamentar o conhecimento do presente e a respetiva gestão presente e futura porque, em boa verdade, só conseguimos gerir bem aquilo que melhor conhecemos.