Mestrado em Comunicação em Saúde | Master's Degree in Health Communication - TMCS
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- Intervenção comunitária em saúde: um estudo de caso da ONGD Médicos do MundoPublication . Pereira, Rosa Helena Furtado; Ramos, Natália; Bäckström, BárbaraAs acções de Informação, Educação e Comunicação (IEC), para a mudança de comportamentos de riscos face a problemáticas de saúde, através de estratégias de intervenções comunitárias participativas, têm sido uma das grandes apostas na comunicação em saúde. Estas acções têm sido cruciais para resultados eficazes e impactos positivos nas intervenções de educação para a saúde. As acções de IEC têm como objectivos: informar, educar e comunicar com os públicos-alvo, nomeadamente os jovens, através de materiais e acções que vão ao encontro das suas necessidades, expectativas e dificuldades. A compreensão e conhecimento dos comportamentos, atitudes e práticas dos públicos-alvo de determinada acção, é possível através da teoria Behave Framework1 que permite fazer uma avaliação multidisciplinar, de modo a que as mensagens sejam apelativas, atractivas e tenham resultados eficazes e eficientes, que vão ao encontro dos objectivos delineados numa acção de IEC. A presente investigação é um estudo de caso sobre uma intervenção comunitária em saúde da ONG Médicos do Mundo (MdM)2 , em curso desde 2008 até à data, no bairro Quinta da Fonte, na freguesia da Apelação, concelho de Loures. A componente de educação para a saúde é uma das vertentes da intervenção comunitária de MdM que a coordenação do projecto considera como uma boa prática. O projecto designa-se Saúde pa nos Bairro, uma expressão crioula que significa Saúde para o nosso Bairro, cuja finalidade é diminuir a propagação do VIH/SIDA até 2011, na população residente nos bairros de génese ilegal e bairros municipais do concelho de Loures. O objectivo desta investigação é conhecer qual é a percepção que os jovens beneficiários do projecto (africanos e luso - africanos, da faixa etária entre os 14 e 30 anos) têm sobre as acções de IEC no âmbito das estratégias de educação para a saúde do projecto em curso, para a prevenção do VIH/SIDA e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), no bairro Quinta da Fonte, durante o ano de 2009. As informações foram recolhidas de acordo com uma metodologia qualitativa, com recurso a entrevistas exploratórias, observação directa e realização de sessão de grupo focal, em Agosto de 2009. Os dados foram tratados através da técnica de análise documental e de conteúdo, e recurso ao programa informático excel para tratamento dos dados quantitativos. O trabalho empírico e a análise dos dados recolhidos permitem-nos concluir: Os jovens contemplados no estudo têm uma percepção positiva em relação às acções de IEC; consideram importante que as mensagens sejam apelativas e que as acções sejam dinâmicas; sabem que as acções de IEC existem; reconhecem a importância destas acções para a prevenção do VIH/SIDA e outras IST. Todavia, poucos participaram nas acções de educação para a saúde desenvolvidas no bairro, nomeadamente as acções dinamizadas por MdM, sendo difícil a sua mobilização. De acordo com a coordenação do projecto Saúde pa nos Bairro: a participação dos jovens é maior quando as acções são dinamizadas em parceria com entidades locais. Isto porque há parceiros que têm contactos directos com os jovens, como é o caso dos grupos de jovens existentes no bairro, que dinamizam de forma autónoma actividades lúdicas e recreativas, e podem, portanto constituir um meio privilegiado para enquadrar as acções de IEC. Alguns jovens revelam desconhecimento sobre o VIH/SIDA e outras IST, nomeadamente os meios de contágio, sendo muito importantes as sessões e acções de informação e esclarecimento. Como forma de incentivar a participação dos jovens nas acções de IEC e transmitir boas práticas ao nível de comportamentos e atitudes adequados para a prevenção do VIH/SIDA e outras IST é importante encontrar meios e materiais que sejam apelativos e mensagens de fácil compreensão. O facto de não haver acções de IEC específicas dirigidas aos jovens, deve-se ao facto de as estratégias de intervenção serem direccionadas à população do bairro em geral. O projecto Saúde pa nos Bairro está ainda a conquistar terreno e, ao longo do tempo, vão-se adaptando algumas acções e metodologias já existentes, de acordo com as necessidades da população.
- Desenvolvimento de competências sociais nos adolescentes : perspectiva de prevenção em saúde mental na adolescênciaPublication . Silva, Ana Isabel Mateus da; Ramos, NatáliaA realização do presente estudo representou a concretização dum projecto profissional e um processo de realização pessoal. A perspectiva de estudar o desenvolvimento de competências nos adolescentes revelou-se desde o início aliciante; o estar próximo dos adolescentes tinha desenvolvido em nós a sensibilidade para esta temática. Além disso o fazer parte da equipa da infância e adolescência do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de Santarém havia despertado o nosso interesse para as competências dos adolescentes evidenciando-se a sua importância para a aprendizagem. A presente investigação foi realizada na Escola E. B. 2,3 de Alexandre Herculano de Santarém, pelas facilidades concedidas pelo Presidente e Professora de Apoio Educativo. Neste contexto, e porque desejamos saber os factores determinantes do desenvolvimento de competências sociais na adolescência, realizámos um estudo de caso qualitativo com o objectivo de desenvolver competências sociais nos adolescentes. Utilizámos uma amostra não probabilística, sendo a técnica a de amostragem de conveniência. Fizemos análise de conteúdo temático dos dados colhidos através de observação participante, consulta documental, registos dos adolescentes e inquérito por entrevista. As principais conclusões merecedoras de registo são as seguintes: - as atitudes e comportamentos da rede primária interferem negativamente no desenvolvimento das competências sociais dos adolescentes, uma vez que os pais não estimulam os adolescentes a desenvolver essas competências; - a ansiedade social influencia desfavoravelmente o desenvolvimento de competências sociais nos adolescentes; - o ser aceite pelo grupo de pares influencia o desenvolvimento das suas competências sociais; - o acompanhamento familiar deficiente interfere desfavoravelmente no desenvolvimento de competências sociais nos adolescentes; 25 - os adolescentes, após terem feito parte do grupo de treino de competências sociais, apresentam benefícios generalizados no que respeita à competência social, ao seu comportamento dentro e fora da sala de aula e à sua capacidade de aprendizagem. Alguns resultados foram confirmados pelo referencial teórico que utilizámos e pelos resultados de estudos anteriormente realizados.
- Gestão de conflitos e desgaste profissional no bloco operatório : o caso dos enfermeirosPublication . Vargas, Maria do Carmo Fialho; Jesuíno, CorreiaEste trabalho de Investigação surgiu no âmbito da Dissertação de Mestrado em Comunicação em Saúde, da Universidade Aberta. O ponto de partida para esta investigação consistiu em conhecer qual a estratégia de gestão de conflitos que a equipa de enfermeiros do Bloco Operatório do Hospital Garcia de Orta, E.P.E. mais utiliza e, se estas estão associadas aos níveis de Desgaste Profissional – Burnout. Baseando-nos em vários autores que defendem que as profissões de ajuda, onde se inserem os profissionais de saúde, são altamente susceptíveis ao desgaste profissional, o denominado Burnout, surgiram os seguintes objectivos de investigação: Identificar as estratégias de gestão de conflitos utilizadas pela equipa Identificar as dimensões do Burnout Partindo da definição de Burnout como a resposta prolongada no tempo a stressores interpessoais crónicos no local de trabalho e, sendo o Bloco Operatório um local extremamente despersonalizante, que submete os seus trabalhadores a um stress contínuo, quer pelos aspectos físicos propriamente ditos, quer pelas situações críticas que aí sucedem, colocamos a seguinte questão de partida para este estudo: “ Será que os estilos de gestão de conflitos utilizados pelos enfermeiros do Bloco Operatório do HGO, EPE estão associados aos seus níveis de desgaste profissional?” Metodologicamente trata-se de um estudo do tipo descritivo, de carácter exploratório e transversal, uma vez que partimos da formulação de Hipóteses explicativas de uma realidade concreta que pretendemos testar e, recorremos ao questionário como instrumento de colheita de dados. O questionário é um método de colheita de dados que recorre às respostas escritas a um conjunto de questões, por parte dos sujeitos. Trata-se dum instrumento de medida que traduz os objectivos de um estudo com variáveis mensuráveis. A opção pelos inquéritos como instrumento de colheita de dados, revela a nossa escolha pelo paradigma quantitativo. Este tipo de investigação mostra-se geralmente apropriado quando existe a possibilidade de recolha de medidas quantificáveis de variáveis e inferências a partir de amostras de uma dada população. A população deste estudo são os enfermeiros que prestam cuidados num Bloco Operatório de um Hospital da Grande Lisboa, sendo a nossa amostra constituída por 40 enfermeiros. Os indivíduos da amostra serão seleccionados de forma aleatória, serão submetidos a um processo de amostragem não probabilística, mais concretamente optámos por utilizar o método da amostragem intencional ou de conveniência, a qual consiste em recorrer aos sujeitos que estão acessíveis num dado momento e em determinado local. Cada um dos indivíduos da amostra respondeu a três questionários: um de caracterização sócio-demográfico, o MBI ( Maslach Inventory Burnout) e um de Estratégias para Gestão de Conflitos. O inventário de Burnout de Maslach (MBI) resulta da tradução e adaptação do Maslach Burnout Inventory (Maslach & Jackson, 1986) para a língua portuguesa por Cruz e Melo em 1996 e que permite avaliar o stress e Burnout nos profissinais de ajuda em Portugal. Este questionário resultou de vários estudos efectuados com indivíduos cujas profissões implicassem o contacto directo com outras pessoas, com o intuito de perceber os efeitos do Burnout nos profissionais de ajuda. Para avaliar o estilo de gestão de conflitos foi utilizado o questionário de “Estratégias para Gestão de Conflitos ” referenciado por Jesuino (2003) adaptado de Thomas (1976). As estratégias distribuem-se pelos cinco estilos: Imposição, Compromisso, Integração, Acomodação e Evitamento. Numa fase posterior, os dados foram sujeitos a análise estatística, através de modelos matemáticos, no sentido de testar as hipóteses levantadas, com recurso ao SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).Os princípios da beneficência e anonimato foram integralmente respeitados na investigação, nomeadamente durante o processo de recolha de dados. Após análise e tratamento dos dados obtidos foram várias as conclusões emergentes neste estudo: - Os enfermeiros inquiridos apresentam níveis baixos de exaustão emocional e de despersonalização e, um nível médio de realização pessoal. Desta forma, podemos afirmar que, de um modo geral, os Enfermeiros participantes no estudo manifestam um baixo nível de Burnout. - Relativamente à estratégia de gestão de conflitos primária a que os enfermeiros da amostra mais recorrem verificamos que é o Compromisso sendo a secundária a Acomodação. - Da correlação efectuada entre as várias variáveis: Estilos de gestão de conflitos, Burnout e variáveis sócio-demográficas, os resultados em termos estatísticos não demonstraram diferenças significativas, pelo que não nos foi permitido aceitar as hipóteses por nós levantadas; com excepção para a relação existente entre o tipo de vínculo ao quadro e a escolha da estratégia de gestão de conflitos. Nesta hipótese confirmámos que os enfermeiros que pertencem ao quadro da instituição utilizam mais o estilo de imposição para resolver os seus conflitos. Se os enfermeiros não mobilizarem adequadamente os recursos que têm ao seu dispor na gestão de conflitos, poderá ocorrer um maior índice de Desgaste. O trabalho em equipa pluridisciplinar como o desenvolvido pelos enfermeiros no Bloco Operatório em que o stress é presença assídua e, a escolha de um estilo de gestão de conflitos desajustado à situação pode deteriorar as relações interpessoais e diminuir a realização profissional conduzindo a situações de exaustão e despersonalização. Neste sentido, é essencial a criação de recursos de suporte que apoiem estes profissionais. A formação dos vários técnicos de saúde nestas temáticas traria um grande contributo para o bem-estar da equipa e dos seus utentes.
- A importância atribuída pelos enfermeiros ao empowerment do doente na relação terapêutica enfermeiro/doentePublication . Pereira, Mónica Alexandra Miranda; Gaspar, Maria Filomena MendesO empowerment consiste num processo em que o doente adquire um maior poder e controlo sobre a sua vida, proporcionado quer por um ganho de conhecimentos como pelo desenvolvimento de competências, que lhe permitem a tomada de decisão e uma participação efectiva no seu projecto de saúde. Este processo pode assim ser utilizado intencionalmente pelo enfermeiro como uma ferramenta promotora da relação terapêutica. A questão central do estudo é: “Qual a importância atribuída pelos enfermeiros ao empowerment do doente na relação terapêutica enfermeiro/doente?” Este estudo é do tipo tipo exploratório, descritivo-correlacional e transversal, com as vertentes qualitativa e quantitativa, desta forma, não tem pretensão dos seus resultados serem extrapolados para o universo mas sim, de compreender as percepções dos enfermeiros relativamente à problemática do empowerment. A metodologia utilizada tem as vertentes qualitativa e quantitativa. Sendo que, através das entrevistas a informantes qualificados emergiram um conjunto de dimensões do conceito de empowerment. O conjunto formado por estas dimensões e as existentes no modelo de Gibson (1991) serviu de base para a construção do instrumento de colheita de dados. A amostra é constituida por 30 participantes, enfermeiros de seis unidades clinicas de um centro hospitalar da região de lisboa. Através da análise de dados quantitativos e qualitativos é possivel concluir que : As dimensões emergentes do empowerment identificadas pelos enfermeiros como importantes são: Parceria, Disponibilidade e o Dar Informação. Os enfermeiros reconhecem uma elevada importância atribuída ao empowerment na relação terapêutica com o doente, que estes resultados podem estar relacionados com o desejável socialmente e nos pressupostos da boa prática professional. Empowerment is a process in which the patient acquires more power and control on his life, provided by an addition of knowledge and development of skills, which allow him to take decisions and participate in his project of health. This process can be intentionally used by the nurse as a promoting tool of the therapeutic relation. The central question of the study is: “Which is the importance given by the nurses to the empowerment of the patient in the therapeutic relation nurse/patient?” The nature of this study is exploratory, descriptive co-relational and multidisciplinary, gathering qualitative and quantitative aspects, and aims to explore, describe and cross the information acquired, its intention is not to see its results overstepped worldwide but to understand the perceptions of the nurses concerning the empowerment discussion. The interviews to qualified informants surfaced a set of dimensions of the concept of empowerment. The set formed by these dimensions and the existent ones in the model of Gibson (1991) were used to construct the instrument of data gathering. The sample is made of 153 participants, nurses of five medical services from a hospital in the Lisbon district. Through the assessment of quantitative and qualitative data it was possible to conclude that: The nurses recognize that empowerment is very important in the therapeutic relation and that its results are directly connected with social expectations and the aims of good practice. -The most important dimensions of empowerment identified by the nurses are: partnership, availability and giving information.
- Entendendo o desentendimento : contributo para o estudo da comunicação em saúde no processo de encerramento dos blocos de parto em 2006Publication . Ferreira, Ana Isabel Teixeira; Moreira, Paulo KuteevEste projecto de investigação pretende contribuir no âmbito dos estudos da Comunicação em Saúde para Entender o Desentendimento entre as populações directamente visadas pela medida de Requalificação dos Serviços de Urgência Perinatal e o Ministério da Saúde em 2006, que conduziu ao encerramento de onze blocos de parto. Esta directiva visava a melhoria da taxa nacional de mortalidade perinatal. A revisão da literatura centrou-se no campo da Comunicação em Saúde na vertente da persuasão social. A complexa relação entre a Comunicação em Saúde, a Comunicação Política e os media é também enquadrada, tendo como base a importância da utilização de um discurso persuasivo eficaz em Saúde. Em análise estão os elementos de persuasão social utilizados no discurso público do Ministro da Saúde, Professor Correia de Campos. A análise retórica permitiu identificar os elementos de persuasão social utilizados, bem como se identificaram campos de divergência com as linhas orientadoras da Organização Mundial de Saúde (OMS) Saúde Para Todos 2010. As conclusões sublinham a importância do estabelecimento de um plano estratégico da Comunicação em Saúde, que inclua a preparação de conteúdos e a forma de apresentação em contexto mediático dos principais actores envolvidos na disseminação dos conceitos holísticos em Saúde preconizados no actual Plano Nacional de Saúde.
- A consulta telefónica como intervenção de enfermagem ao doente/família com dor crónicaPublication . Martins, Maria Madalena Nobre Marreiros Assunção Mela; Ramos, Natália; Lopes, Maria Anjos Veiga PereiraO presente estudo pretende contribuir para a melhoria dos cuidados de saúde ao doente/família com dor crónica. A flexibilidade na comunicação em saúde entre o doente/família e o rápido acesso aos cuidados de saúde são condições essenciais para garantir uma eficaz continuidade dos cuidados ao doente com dor crónica. A comunicação por telefone surge como potencial de aproximação e de intervenção entre o doente/família e a equipa de saúde, desde que alicerçada em instrumentos que facilitem a tomada de decisão da equipa de saúde, numa área subjectiva como o sofrimento e a dor. O objectivo definido para o estudo é incrementar o atendimento telefónico ao doente/família com dor crónica na Unidade Dor, do Hospital Garcia de Orta. A compreensão da dinâmica comunicacional inerente à consulta telefónica e a identificação dos problemas dos doentes/famílias que utilizam a consulta telefónica constituem os outros objectivos. A metodologia do estudo caracteriza-se num paradigma predominantemente qualitativo com características de estudo de caso, em que é usada uma combinação de métodos qualitativos e quantitativos. Os dados obtiveram-se de entrevistas às enfermeiras, aos doentes/familiares e análise de registos das consultas telefónicas. Os resultados obtidos permitem conhecer os principais problemas que impulsionam os doentes/familiares a telefonar para a Unidade Dor, assim como a satisfação dos doentes e famílias pela consulta telefónica. Nos resultados emerge a perspectiva das enfermeiras em relação à consulta telefónica, como uma porta aberta ao doente/família, a interacção no processo de cuidados, os problemas dominantes do doente com dor crónica e a exigência da intervenção na consulta telefónica na Unidade Dor. Os principais resultados obtidos na investigação aglutinaram-se na construção de um guia de orientação para a intervenção em enfermagem na consulta telefónica na Unidade Dor, do Hospital Garcia de Orta.
- Comunicação e cuidados de saúde : comunicar com o doente ventilado em cuidados intensivosPublication . Rosário, Elsa Maria de Oliveira Cabeças do; Ramos, NatáliaCompreender o doente ventilado e impossibilitado de comunicar oralmente, em contexto de unidade de cuidados intensivos, deve constituir preocupação para os profissionais de saúde que com ele contactam diariamente. O facto de estarem impossibilitados de falar poderá funcionar como um impedimento a uma comunicação eficaz com os profissionais de saúde. Os principais objectivos deste estudo são: Conhecer as dificuldades de comunicação dos doentes ventilados na unidade de cuidados intensivos do Hospital de Nossa Senhora do Rosário impossibilitados de comunicar oralmente; Identificar os seus sentimentos durante o período ventilatório; Melhorar a comunicação dos profissionais de saúde com os doentes ventilados. O nosso estudo foi constituído por uma amostra de quinze doentes, seleccionados por conveniência, que estiveram ventilados na unidade de cuidados intensivos do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro. As entrevistas efectuadas englobaram questões para caracterização da amostra e outras questões que permitiram obter informação sobre: As dificuldades de comunicação dos doentes ventilados na unidade de cuidados intensivos; Os sentimentos que experimentaram durante o período ventilatório. Como ultrapassaram as dificuldades sentidas na comunicação; Como viveram a relação com os profissionais de saúde perante estas dificuldades; A sua opinião sobre o que poderia ter sido feito para os ajudar a ultrapassar as dificuldades de comunicação, durante o período ventilatório. Os resultados foram analisados através do método qualitativo de análise de conteúdo. Os doentes entrevistados referiram dificuldades na comunicação com os profissionais de saúde e família, durante o período ventilatório, sobretudo pelo facto de não conseguirem falar. Salientaram como sentimentos negativos, desconhecerem o motivo porque não falavam, não serem compreendidos pelos profissionais e não conseguir satisfazer algumas necessidades básicas. Os sentimentos que mais referiram relacionados com a impossibilidade de comunicar foram a impotência e desânimo, aflição, medo, ansiedade. Relacionados com o internamento referiram sentimentos de desorientação e confusão, assim como dor e sofrimento. Um aspecto que consideraram positivo foi a presença dos profissionais de saúde que lhes transmitia segurança. Como alternativas à comunicação verbal referiram a utilização da linguagem escrita, 7 linguagem gestual e mímica labial. Na sua maioria sentiram disponibilidade dos profissionais de saúde para os ajudarem a ultrapassar as dificuldades de comunicação, mas nem sempre conseguiam transmitir a sua mensagem. Alguns doentes referiram que se sentiam impotentes e acabavam por se conformar pelo facto de não conseguirem comunicar. Como aspectos positivos referiram a presença da família e a presença e o apoio dos enfermeiros. As conclusões apesar de limitadas apontam para a importância da comunicação eficaz com os doentes ventilados em UCI, nomeadamente através do desenvolvimento de competências comunicacionais dos profissionais de saúde.
- A relação enfermeiro/doente na prática de cuidados à pessoa hospitalizada com traumatismo vértebro-medularPublication . Varanda, Estela Maria Guerreiro; Lopes, ManuelA relação enfermeiro-doente possui características próprias, nem sempre fáceis de identificar. Um doente que desafia as capacidades relacionais da enfermeira é certamente aquele que sofreu, após um acidente, um Traumatismo Vértebro- Medular (TVM). Com este estudo pretendeu-se desvendar a realidade da relação enfermeirodoente com TVM, no que ela possa ter de dificuldades, de desenvolvimento de competências e de potenciais saberes. Traçaram-se os seguintes objectivos: (1) Descrever que dificuldades relacionais vivenciam os enfermeiros na prestação de cuidados à pessoa com TVM. (2) Identificar as competências relacionais que desenvolvem os enfermeiros perante as dificuldades na prestação de cuidados à pessoa com TVM. (3) Descrever que factores contribuem para o desenvolvimento das competências relacionais. (4) Caracterizar a relação que os enfermeiros estabelecem com a pessoa com TVM hospitalizada. Optou-se por um estudo exploratório, descritivo com uma abordagem qualitativa do tipo indutivo. A amostra foi intencional não probabilística, constituída por enfermeiros dum Serviço de Neurocirurgia da Grande Lisboa que se aproximassem do nível de competência de peritos segundo Benner (2005). Para a recolha dos dados escolheu-se a entrevista semi-estruturada e para o tratamento dos mesmos utilizámos a análise de conteúdo. Destacamos algumas conclusões relacionadas com os objectivos traçados. Quanto às dificuldades relacionais (objectivo 1) estas têm a ver, por um lado, com dificuldades na comunicação com o doente em determinadas 12 circunstâncias e, por outro, com o impacto emocional da relação. Destacam-se como áreas mais problemáticas a da gestão da verdade sobre a lesão, o lidar com um doente dito apelativo que necessita de presença constante e lidar com o espaço íntimo do doente. Quanto às competências desenvolvidas (objectivo 2) os enfermeiros elegem algumas premissas para a relação (avaliar, conhecer e respeitar cada doente na sua individualidade; mostrar-se presente e disponível, estabelecer uma relação de confiança) e salientam o interesse de desenvolver competências comunicacionais. No que respeita aos factores de desenvolvimento de competências (objectivo 3) é destacada a importância da posse de uma perspectiva da enfermagem que torne o enfermeiro ciente do seu papel. A experiencia pessoal e profissional é muito valorizada. É dado especial destaque aos saberes em comunicação. A equipa é fundamental no apoio aos colegas menos experientes e ao trabalhar em uníssono a relação. Quanto às características próprias desta relação (objectivo 4) trata-se de um doente que solicita a comunicação e estimula o envolvimento pessoal do enfermeiro. Com o prolongamento do internamento acaba por se estabelecer uma relação de grande proximidade, quase familiar, em que passa a haver gratificação e prazer. Os laços estabelecidos acabam por perdurar para além da alta. Sugerem-se novos estudos em outros serviços de Neurocirurgia, com entrevistas aos doentes e observação da prática de cuidados. Propõem-se que o serviço onde foi realizado o estudo, invista no desenvolvimento de competências no ensino à família; no preparar o doente para a sua auto-defesa, esclarecendo-o sobre os seus direitos; estimular a partilha de sentimentos na equipa para reduzir o impacto emocional. É salientada a necessidade de investimento no treino em técnicas de comunicação para a enfermagem em geral. Institucionalmente os resultados deste trabalho apontam para que a dotação de pessoal, em hospital de agudos, tenha em conta que a abordagem relacional do doente e família é importante e consome tempo. Por outro lado, em vez da grande mobilidade de pessoal actual, deviam ser permitidas carreiras mais longas em cada serviço para que se pudessem formar peritos.
- Factores de risco da doença coronária e qualidade de vida : estudo exploratório no Concelho de OdivelasPublication . Pires, Maria José Garcia Gonçalves; Ramos, NatáliaA doença Coronária surge ligada a um leque infindável de problemas, os quais ultrapassam o modelo biomédico, salientando-se a necessidade de intervenção das várias ciências humanas, pela importante contribuição a dar, quando da mudança de comportamento e de estilos de vida nos factores de risco clínicos e comportamentais da mesma. O sofrimento e os custos causados pelas D.C., deram-lhes uma marcada preponderância, de tal forma que estas doenças se podem considerar, hoje, como verdadeiras doenças sociais: doenças com génese e com repercussão social. O objectivo deste estudo foi avaliar de que forma os estilos de vida, contextos de vida e vivências têm influencia no aparecimento de factores de risco da doença coronária e ou doença coronária e condicionam a qualidade de vida dos indivíduos da amostra, residentes no Concelho de Odivelas. A presente investigação consiste num estudo exploratório e descritivo, utilizando uma amostra não probabilística de conveniência, tendo sido usado o método quantitativo. A amostra foi constituída por 100 participantes, definindo-se os critérios de selecção da mesma e as variáveis consideradas para o estudo. A colheita de dados foi feita através dos inquéritos: Questionário Factores de Risco da Doença Coronária, Pires (2007); o questionário da Qualidade de Vida WHOQOL – Abreviado (1998), o Inventário Depressivo de Beck (1961), e a Escala de Ansiedade de Spielberger (STAI), traduzida por Américo Batista (1986). No tratamento dos dados foi utilizado o Software estatístico SPSS, versão inglesa 17.0. Foram fonte de análise, as variáveis sócio-demográficas, a caracterização clínica da amostra nos seus itens clínicos e comportamentais pelo Questionário Factores de Risco da Doença Coronária, a qualidade de vida, pelo questionário da Qualidade de Vida (WHOQOL – Abreviado), os dados obtidos pela aplicação do Inventário Depressivo de Beck e os dados da ansiedade Estado e Traço pelo inventário de Spilberg, tendo chegado às seguintes principais conclusões: A esmagadora maioria dos factores de risco descritos, clássicos e psicossociais, encontram-se presentes na amostra estudada; quanto aos itens clínicos, destacou-se a hipertensão arterial e a obesidade. No que diz respeito aos itens comportamentais, a grande maioria dos inquiridos revelou percentagens elevadas de comportamentos inadequados e conducentes ao Universidade Aberta – Mª José Pires Factores de Risco da Doença Coronária e Qualidade de Vida desenvolvimento de doença coronária, não só em itens individuais como também em associação com outros itens. Obtiveram-se níveis de ansiedade traço moderado e confirmou-se um locus de controle Externo. Em relação à angina de peito, verificou-se estar relacionada com indivíduos de baixa escolaridade e instabilidade a nível do emprego. Na avaliação global da qualidade de vida e a relação existente com: A hereditariedade percebida verificou-se que os indivíduos que têm antecedentes familiares de doença coronária em média têm menores valores de QV. A influência do Estado Emocional stress, os indivíduos com um estado emocional stress positivo apresentam em média valores da QV superiores. Quanto à influência do Estado Emocional Emotividade, também foram verificados valores superiores de QV em indivíduos com um estado Emocional Emotividade, positivo. A influência da Satisfação Pessoal, verificou-se que os que têm uma satisfação pessoal positiva apresentam em média valores de QV superiores. A influência da tomada de decisão, demonstrou serem os indivíduos com mais dificuldades na tomada de decisão a terem menor QV. São os inquiridos com hábitos de consumo positivo que apresentam valores de QV superiores. Na influência da depressão, na avaliação global da QV, verificou-se existirem diferenças significativas entre os diferentes grupos, aumentando esta à medida que os indivíduos se situam no não terem depressão. Também, na influência da doença coronária (presença ou ausência) na QV, verificou-se que a doença coronária influencia a percepção da qualidade de vida, apresentando os indivíduos com D.C. valores inferiores. Relativamente à influência do Estado Civil na avaliação global da qualidade de vida, verificou-se que os casados ou em união de facto, têm uma avaliação global da qualidade de vida superior aos restantes. Foram encontradas diferenças significativas relativamente à situação profissional actual, na avaliação da QV, principalmente entre os indivíduos activos e os que estão de baixa, verificando-se nos primeiros uma QV superior. Também o rendimento mensal e a QV se encontram directamente relacionados, aumentando a QV, à medida que aumenta o rendimento. Verificou-se ainda, que os indivíduos com maior internalidade têm níveis superiores de QV.
- Alimentar no final da vida : transição do familiar cuidador para a recusa alimentarPublication . Resende, Ana Rita Pinto; Lopes, ManuelO presente estudo submetido ao tema, alimentar no final de vida, foi desenvolvido no contexto do mestrado, em comunicação em saúde A pergunta de partida proposta foi Como é que o familiar cuidador experiencia a transição para a recusa alimentar do doente oncológico adulto, em cuidados paliativos? A investigação foi alicerçada no paradigma qualitativo, sendo um estudo exploratório e descritivo. Teve como objectivos, compreender a função da alimentação na estrutura de cuidados do familiar cuidador; compreender como o familiar cuidador viveu a progressiva recusa alimentar da pessoa cuidada, até ao momento da morte. Realizaram-se dez entrevistas semi-estruturadas, a familiares cuidadores de doentes oncológicos adultos, em cuidados paliativos, sendo a análise de conteúdo do tipo indutiva. Os dados revelaram que o processo de transição decorre num contínuo, mas foi esquematizado em três fases, para facilitar a sua interpretação. Estas são: despertar para a doença – sem recusa alimentar alertando para a doença; lutar contra a morte – recusa inicial, consciencializando o agravamento da doença, entre o aceitar e o negar a morte – o confronto sistemático com a recusa alimentar consciencializando a proximidade da morte, tendo a última uma subdivisão, a morte iminente. Concluímos que o familiar cuidador está a vivenciar, simultaneamente com o processo de recusa alimentar, um processo de transição de desenvolvimento pessoal, que decorre ao longo da doença e persiste, mesmo após a morte da pessoa cuidada. A alimentação assume-se como um barómetro da doença na qual o familiar cuidador projecta as suas respostas à perda. Há factores condicionantes inerentes ao contexto da alimentação e da doença que, para além de se influenciarem entre si, influenciam as respostas do familiar cuidador à recusa alimentar e ao luto. A compreensão desses factores, pelo familiar cuidador, sofre uma evolução no decorrer da doença pelo que se manifesta na resposta vivencial.