Mestrado em Português Língua Não Materna | Master's Degree in Portuguese as a Foreign Language - TMPLNM
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- Aquisição do português língua não materna : transferências lexicais, sintáticas e morfossintáticasPublication . Taveira, Cláudia Alves; Seara, IsabelA língua portuguesa tem vindo a ganhar projeção em países anglófonos, onde tem sido reconhecido o seu potencial económico, político, cultural e educacional. A crescente procura do português não se tem, contudo, feito acompanhar de estudos sobre a aquisição da língua por parte de falantes nativos de inglês. Sabendo que a transferência da língua materna (LM) é uma das estratégias usadas pelos aprendentes de uma língua não materna, constituímos como objeto deste estudo as transferências lexicais, sintáticas e morfossintáticas dos falantes anglófonos. Definimos como objetivos a identificação destas transferências e das diferenças no recurso a essa estratégia por parte de três grupos de aprendentes de português língua não materna: falantes de português língua de herança (PLH), aprendentes de português língua segunda (PL2) e aprendentes de português língua estrangeira (PLE). Foi solicitado aos 60 informantes que preenchessem uma ficha sociolinguística e redigissem dois textos. Depois de traçarmos o perfil sociolinguístico destes aprendentes, procedemos à análise do corpus linguístico. Os desvios das produções escritas foram identificados, descritos, classificados de acordo com a sua origem (intralinguísticos ou interlinguísticos), contabilizados e avaliados. Verificámos que, embora o impacto da LM na aquisição do português não seja significativo, a transferência é um recurso transversal aos três grupos, com manifestações diferentes em cada um. Na sintaxe e morfossintaxe, a transferência é pouco relevante. Relativamente ao léxico, a área mais permeável ao transfer, os desvios interlinguísticos do grupo de PLH concentram-se na forma. Os informantes de PL2 são os que mais transferem da LM, mas esta influência faz sentir-se sobretudo na seleção do léxico. Os informantes de PLE são os que mais recorrem ao transferpara fazerem face a vocabulário indisponível. No entanto, estas transferências têm, na sua maioria, origem na língua tipologicamente mais próxima, o espanhol. Concluímos ainda que fatores como a idade, quantidade e tipo de exposição à língua, motivação e proficiência linguística influem no recurso à transferência.
- Aquisição/aprendizagem do português europeu em contexto plurilingue na Suíça : aspetos morfossintáticosPublication . Silva, Maria da Luz Santos; Batoréo, HannaO ensino da Língua e Cultura Portuguesas aos filhos dos imigrantes portugueses na Suíça é uma mais-valia em termos culturais e intelectuais para estas crianças, contribuindo para a construção da sua identidade e para uma integração mais bem-sucedida num país caracterizado pelo plurilinguismo e pela multiculturalidade. O presente trabalho analisa o desempenho de aprendentes de um Curso de LCP na Suíça de expressão alemã no domínio linguístico da Morfologia, mais precisamente no domínio da flexão verbal, pretendendo compreender se o desempenho destas crianças no domínio linguístico referido é semelhante ao de falantes nativos, considerando que se encontram em fase de aquisição da linguagem e são escolarizados em língua alemã. O grupo investigado é constituído por participantes que nasceram na Suíça ou vieram com tenra idade para este país, tendo adquirido o Português Europeu, a sua L1, em contexto de imersão, no ambiente familiar, e em contexto formal de aprendizagem na Suíça, ao atingirem a idade escolar. As produções linguísticas a partir das quais foi constituído o corpus que sustentou a análise do desempenho dos aprendentes foram as narrativas orais provocadas com base em dois estímulos visuais, a História do Cavalo e a História do Gato de Maya Hickmann (1982) apud Batoréo ([1996]2000: 824-825). A opção pela morfossintaxe verbal prende-se com o facto de a categoria gramatical do verbo ser das que apresenta maior riqueza e complexidade flexional, sendo, por essa razão, um processo gradual de aquisição. O nosso objetivo é examinar o desempenho de crianças adquirindo o português em contexto plurilingue e, com base numa análise descritiva, verificar a evolução no referido domínio nas faixas etárias compreendidas entre os 6 e os 10 anos, comparativamente à produção de falantes adultos nativos, perspetivando a hipótese de que a sua competência e performance no uso futuro da língua atingirá o nível da gramática adulta. Os resultados, que interpretamos como reflexo de um processo de desenvolvimento cognitivo e linguístico, demonstram a tendência gradual na aproximação à gramática adulta pelos aprendentes.
- O conceito de herói em narrativas de alunos chineses de português língua não maternaPublication . Martins, Maria Dulce Ferreira; Batoréo, HannaO confronto diário, na escola, com o crescente fluxo de alunos imigrantes e a constatação das dificuldades sentidas pelos discentes de Português Língua Não Materna (PLNM) quer a nível linguístico quer cultural moveram-nos a investigar como se processa a aquisição lexical em Língua Segunda (L2). Desse interesse geral, optámos por avaliar, especificamente, em que medida o conceito de herói pode ser influenciado pelo contexto linguístico e sociocultural em que o sujeito cresce, uma vez que é nossa convicção que a aquisição de conceitos reflete e é o reflexo do meio em que o falante se desenvolve. Pretendemos, também, averiguar até que ponto a migração e a globalização, como propagadoras de ideias e conceitos, influenciam a aquisição da linguagem. Para concretizarmos os objetivos da presente dissertação, optámos por analisar como alguns alunos chineses conceptualizavam a figura do herói, por comparação com alunos portugueses. Todos a frequentarem escolas do distrito de Setúbal. A constituição da amostra dos corpora consistiu na elaboração de duas narrativas escritas centradas na personagem herói. Seguimos os paradigmas da Linguística Cognitiva sobre protótipo e interação entre cognição e cultura, revimos a aprendizagem e aquisição da competência lexical por falantes de língua materna e por falantes de língua não materna. Debruçámo-nos sobre aspetos socioculturais e linguísticos chineses que poderiam ter influência na conceptualização de herói. Em relação aos resultados da análise das narrativas construídas pelos informantes, concluímos que o conceito de herói, apesar das diferenças registadas entre os alunos de PLNM e os de Português Língua Materna (PLM), apresenta algumas características semelhantes, mais representativas e que, portanto, definem a prototipicidade do herói: são seres que se destacam pelas suas qualidades morais, que se confrontam, diariamente, com vilões para salvar o mundo e exterminar o Mal, recorrendo a poderes e a armas adequadas às suas funções salvíficas. Recuperados pelos informantes através de nomes próprios socialmente conhecidos, os heróis não necessitam de ser caracterizados fisicamente. Movem-se em espaços citadinos, mas sem localização geográfica concreta, ancorados, apenas, no presente narrativo e na sucessão cronológica da narração. No entanto, existem algumas características diferentes e menos salientes que personalizam o herói do grupo de PLNM e que identificam a sua cultura, quando comparadas com o grupo de PLM: o herói dos alunos chineses é mais ativo e multifacetado no tipo de salvamentos que pratica, recorrendo a atos de maior violência. Caracteriza-se por valores de humildade, altruísmo e lealdade que podem concretizar-se em atos de autossacrifício. Apresentam-se como super-heróis, detentores de ultrapoderes, capazes de enfrentar ameaças extraordinárias para defender os seus protegidos, seres, socialmente, frágeis. Revelam as suas emoções e transmitem os sentimentos que nutrem pelas outras personagens. Tal como o herói, também o vilão aparece caracterizado em pormenor. Concluímos que os conceitos de herói apresentados pelo grupo de PLNM e pelo grupo de PLM comungam uma súmula de características facilitadas pela migração e globalização do mundo atual. Todavia, há valores tradicionais que subsistem nos jovens de PLNM e que se mantêm fiéis à cultura milenar chinesa. Finalmente, a partir do presente estudo, construímos uma atitude de maior respeito pelas línguas dos outros e conhecemos melhor os mecanismos que sustentam a aquisição das línguas.