Literatura e Cultura Portuguesas
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Browsing Literatura e Cultura Portuguesas by advisor "Marques, Maria Emília Ricardo"
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- O drama histórico português do século XIX ou ficções da representação histórica no tempo de Almeida Garrett (1836-56)Publication . Vasconcelos, Ana Isabel; Marques, Maria Emília Ricardo; Barata, José OliveiraO presente trabalho ocupa-se do drama histórico de temática portuguesa, publicado entre 1836 e 1856. Embora maioritariamente constituído por obras hoje consideradas “menores”, a literariedade eventualmente menos válida dos textos não impede que o seu conteúdo nos revele a forma como os dramaturgos recriaram determinados aspectos do passado nacional, no contexto político, social e cultural do chamado 1.º romantismo. Constituído o nosso corpus por 26 dramas históricos, verificamos, num primeiro momento, como é filtrado e re-apresentado o discurso histórico no plano ficcional, estudando o aproveitamento que os dramaturgos fizeram do material histórico consultado e observando de que forma este foi filtrado e trabalhado quer na construção das personagens quer na trama da obra de ficção. Num segundo momento, reflectimos sobre os textos dramáticos em si, encarando-os como uma estrutura criativa, não esquecendo que muito do seu significado reside também nas convenções dramáticas que exploram. Assim, de regresso à letra dos textos e num estudo sistemático do processo de estruturação interna das peças, sublinhamos as suas regularidades de conteúdo e de forma, para gizarmos, num capítulo final, uma tipologia dos dramas histórico da primeira metade de Oitocentos, no que diz respeito a modelos de produção. Na tentativa de avaliar a importância do drama histórico levado a cena nos palcos da capital entre 1836 e 56, efectuámos o levantamento e registo sistemático de toda a produção teatral dos teatros públicos de Lisboa, então em funcionamento: Teatro do Salitre, Teatro da Rua dos Condes, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro do Ginásio e Teatro de D. Fernando. Estes dados, compilados em Anexo (Volume II), são confrontados com críticas recolhidas em periódicos, tentando chegar-se a uma visão mais nítida do peso e do significado do drama histórico e da sua relação com outros subgéneros, na época que estudamos. Para uma melhor compreensão das relações entre o mundo teatral e o poder instituído, foi nosso interesse ainda analisar a legislação coeva e desmontar os mecanismos que presidiram à selecção dos textos representados, processo esse geralmente acompanhado pelo controlo censório exercido pelo Conservatório Real.
- Metamorfoses de Babel : a historiografia ibérica (sécs. XIII-XIV) : construções e estratégias textuaisPublication . Dias, Isabel de Barros; Godinho, Helder; Marques, Maria Emília RicardoEstudo sobre a historiografia patrocinada pelo rei Afonso X de Castela e Leão e diversos outros textos posteriores, dela tributários, até à segunda redacção da Crónica Geral de Espanha de 1344. Na sequência do desenvolvimento que levou à multiplicação textual desta historiografia, é salientado o facto destas narrativas estabelecerem entre si diálogos e discussões subtis, decorrentes dos diferentes interesses e ideais que a cada momento e em distintos locais direccionaram a produção historiográfica. É ainda analisada a forma como os textos em questão lidam com uma série de características inerentes às narrativas de cariz mais marcadamente literário e como se relacionam com outras formas textuais da produção literária da época. O estudo incide particularmente sobre diversos tipos de excesso que a historiografia critica, ou mascara, consoante as circunstâncias. A discussão destas ambiguidades remete para a consideração dos mecanismos retóricos inerentes à manipulação a que determinados trechos terão sido sujeitos, no âmbito da sua integração na narrativa historiográfica. Com efeito, se por um lado se verifica uma ambição omnívora de integrar todo o conhecimento no que seria uma súmula total do saber, este enciclopedismo centrípeto é contrariado por uma recusa (mesmo se retórica, logo denegante) das bases literárias que, na prática, absorve e imita amplamente. A “defesa” que consiste nas inúmeras reafirmações de fiabilidade e de veracidade revela-se, nestes termos, como uma retórica extremamente elaborada e subtil.
- Múltiplas vozes sobre a construção do individual e do social no teatro para criançasPublication . Bastos, Glória; Marques, Maria Emília RicardoPrimeiro trabalho sobre o teatro para crianças em Portugal, na vertente de literatura dramática, este estudo pretende dar a conhecer uma área da cultura e da literatura portuguesas que tem permanecido na penumbra. Tratando-se de textos dramáticos, escritos para crianças, estamos perante duas características singulares que simultaneamente suscitam algumas questões e sugeriram caminhos a percorrer. Assim, poderemos colocar o problema de como é que o dispositivo enunciativo particular ao texto dramático, onde deparamos com um discurso / diálogo duplo (interior e exterior ao texto), se constrói tendo em atenção um destinatário específico, com características (psicológicas, linguísticas, etc.) não menos específicas. Outro ponto de problematização situa-se na forma como a tentação/tendência pedagógica e/ou moralizante que a literatura destinada aos mais novos tem revelado se poderá articular, em cada época, e de acordo com os núcleos culturais e ideológicos predominantes (ou não), com esse mesmo dispositivo Tudo isto introduz-nos, pois, numa multiplicidade de "vozes" e de "diálogos" – os internos e os externos às obras – que são examinados neste estudo. O trabalho organiza-se em redor de três momentos/tempos históricos que percorrem a totalidade da produção dramática para crianças, desde o final do século XIX até à atualidade. No percurso histórico e crítico que é traçado, identificam-se e analisam-se correntes e finalidades de escrita, interações culturais e literárias bem como as dominantes temático-estilísticas mais marcantes. Neste sentido, até ao final da Primeira República destacam-se os conjuntos temáticos centrados em torno dos núcleos família, escola e pátria. No período do Estado Novo a literatura dramática para crianças alinha com uma visão conservadora e imobilista da sociedade, emergindo, todavia, alguns elementos de inovação, nomeadamente com a programação desenvolvida no Teatro de D. Maria II pela Companhia de Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro. Com o 25 de Abril de 1974, a literatura para os mais novos ganhou novos contornos e o teatro para crianças desenvolveu vertentes renovadas, tanto em termos temáticos como comunicativos. Lança-se ainda, nesta história e crítica do teatro para crianças, um olhar mais atento a estruturas e autores representativos de cada período analisado: Rita Chiappe Cadet, que escreve os primeiros textos dramáticos publicados para a infância; António Couto Viana, responsável pelo Teatro da Mocidade e depois pelo Teatro do Gerifalto (1956-1973); e finalmente, António Torrado, um dos autores mais consistentes no panorama atual do teatro para os mais novos.