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Primeiro trabalho sobre o teatro para crianças em Portugal, na vertente de literatura dramática, este estudo pretende dar a conhecer uma área da cultura e da literatura portuguesas que tem permanecido na penumbra. Tratando-se de textos dramáticos, escritos para crianças, estamos perante duas características singulares que simultaneamente suscitam algumas questões e sugeriram caminhos a percorrer. Assim, poderemos colocar o problema de como é que o dispositivo enunciativo particular ao texto dramático, onde deparamos com um discurso / diálogo duplo (interior e exterior ao texto), se constrói tendo em atenção um destinatário específico, com características (psicológicas, linguísticas, etc.) não menos específicas. Outro ponto de problematização situa-se na forma como a tentação/tendência pedagógica e/ou moralizante que a literatura destinada aos mais novos tem revelado se poderá articular, em cada época, e de acordo com os núcleos culturais e ideológicos predominantes (ou não), com esse mesmo dispositivo Tudo isto introduz-nos, pois, numa multiplicidade de "vozes" e de "diálogos" – os internos e os externos às obras – que são examinados neste estudo.
O trabalho organiza-se em redor de três momentos/tempos históricos que percorrem a totalidade da produção dramática para crianças, desde o final do século XIX até à atualidade. No percurso histórico e crítico que é traçado, identificam-se e analisam-se correntes e finalidades de escrita, interações culturais e literárias bem como as dominantes temático-estilísticas mais marcantes.
Neste sentido, até ao final da Primeira República destacam-se os conjuntos temáticos centrados em torno dos núcleos família, escola e pátria. No período do Estado Novo a literatura dramática para crianças alinha com uma visão conservadora e imobilista da sociedade, emergindo, todavia, alguns elementos de inovação, nomeadamente com a programação desenvolvida no Teatro de D. Maria II pela Companhia de Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro. Com o 25 de Abril de 1974, a literatura para os mais novos ganhou novos contornos e o teatro para crianças desenvolveu vertentes renovadas, tanto em termos temáticos como comunicativos.
Lança-se ainda, nesta história e crítica do teatro para crianças, um olhar mais atento a estruturas e autores representativos de cada período analisado: Rita Chiappe Cadet, que escreve os primeiros textos dramáticos publicados para a infância; António Couto Viana, responsável pelo Teatro da Mocidade e depois pelo Teatro do Gerifalto (1956-1973); e finalmente, António Torrado, um dos autores mais consistentes no panorama atual do teatro para os mais novos.
Description
Tese de Doutoramento em Estudos Portugueses na especialidade de Cultura Portuguesa apresentada à Universidade Aberta
Keywords
História da literatura Século XX Literatura infantil Teatro República Estado Novo Escritores 25 de abril de 1974 Literatura juvenil Portugal
Citation
Bastos, Glória - Múltiplas vozes sobre a construção do individual e do social no teatro para crianças [Em linha]. Lisboa : [s.n.], 2002. 2 vol.