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- Tutankhamon em Portugal: relatos na Imprensa Portuguesa (1922-1939): como um projeto de recepção da Antiguidade pode contribuir para fazer História da Comunicação em PortugalPublication . Sales, José das Candeias; Mota, SusanaAs principais fontes do nosso projecto de investigação no âmbito dos Estudos da Recepção da Antiguidade, centrado nos relatos sobre a descoberta do túmulo de Tutankhamon na imprensa portuguesa, são, em primeira instância, os jornais e revistas nacionais e depois as notícias que estes publicaram. Deste modo, egiptólogos habituados a trabalhar com textos antigos e vestígios arqueológicos, tivemos a necessidade de estudar e conhecer a realidade da imprensa portuguesa nos anos 20 do século XX. Este processo de estudo e aprendizagem acabou por conduzir, por um lado, à identificação de lacunas e existência de informações que, quando confrontados com os dados por nós reunidos, não se confirmavam e, por outro lado, ao reconhecimento de práticas que ajudam a melhor conhecer o funcionamento dos periódicos nacionais. Assim, o objectivo desse texto é demonstrar de que forma a nossa investigação em Recepção da Antiguidade pode igualmente contribuir para fazer História da Comunicação em Portugal.
- “A Maldição da Múmia”: relatos na imprensa portuguesa sobre a descoberta do Túmulo de TutankhamonPublication . Sales, José das Candeias; Mota, SusanaO presente texto, realizado no contexto do nosso projecto de investigação Tutankhamon em Portugal. Relatos na imprensa portuguesa (1922–1939), pretende apresentar a atenção dada pela imprensa nacional à descoberta do túmulo do faraó Tutankhamon, a 4 de Novembro de 1922, por Howard Carter e pelo seu patrocinador Lord Carnarvon e aos factos daí decorrentes, sobretudo durante os anos de 1923 e 1924. Os jornais e revistas em Portugal noticiaram amplamente não só os trabalhos no túmulo e os artefactos descobertos, como também os episódios, com um cariz fortemente supersticioso, associados à morte do mecenas Lord Carnarvon (5 de Abril de 1923). Pelo conjunto de textos seleccionados, comentamos o tópico fundamental de “a maldição da múmia” que demonstra como autores portugueses ou a tradução de textos estrangeiros expressaram a vontade de fazer chegar o antigo Egipto aos portugueses dos anos 20 do Século XX. Com a divulgação de notícias quase diárias, a imprensa portuguesa foi um poderoso agente na ampliação do mistério e fascínio que a antiga civilização egípcia exercia sobre os leitores portugueses e, ao mesmo tempo, na transformação do Egipto faraónico numa realidade mais próxima e concreta, embora sem perder a sua carga subjectiva e mítica
- Fernando Val do Rio de Carvalho Henriques (1897-1962): o primeiro romancista-egiptólogo portuguêsPublication . Sales, José das Candeias; Mota, SusanaO escritor Fernando de Carvalho Henriques (1897-1962) é totalmente desconhecido da esmagadora maioria dos portugueses. Há, no entanto, um romance seu, com contornos de policial, publicado em 1924, intitulado A Profecia ou o mistério da morte de Tut-Ank-Amon, que lhe confere um lugar pioneiro no panorama nacional e no contexto internacional. Na narrativa principal do romance, este Autor encaixou vários capítulos sobre “factos da antiguidade” para os quais mobilizou, como veremos, “conhecimentos históricos” sobre o antigo Egipto da época de Tutankhamon, genericamente correctos, inspirados e estimulados pelos ecos da então recente descoberta arqueológica e escavação, a partir de Novembro de 1922, do túmulo desse faraó egípcio, em Luxor ocidental, por Howard Carter e Lord Carnarvon.
- A perspective on the near east: reports in the Portuguese Press about the discovery of the Tomb of TutankhamunPublication . Sales, José das Candeias; Mota, SusanaO olhar do Orientalismo Português virou-se, essencialmente, para o Oriente distante, principalmente focado nos países asiáticos, resposta natural ao que esteve na sua origem. No entanto, o Próximo-Oriente, onde, por exemplo, se posicionava o Egipto e a sua antiga civilização, não deixou, pela alteridade que pressupunha, de chamar a atenção em Portugal. É disso exemplo significativo a atenção dada pela imprensa nacional à descoberta do túmulo do faraó Tutankhamon, a 4 de Novembro de 1922, por Howard Carter e pelo seu patrocinador lord Carnarvon, e aos factos daí decorrentes, sobretudo durante os anos de 1923 e 1924. Ironicamente, o faraó da XVIII Dinastia era um dos menos conhecidos do Império Novo e Howard Carter um arqueólogo sem créditos firmados e, literalmente de um dia para o outro, passaram ambos da obscuridade para as páginas dos jornais, tornando-se ambos sinónimos reconhecidos para «faraó» e «arqueólogo». A divulgação dessa «maravilhosa descoberta do Vale», como Carter lhe chamou, ocorreu, como diríamos hoje, à escala mundial e Portugal não escapou ao interesse e mistério que rodeou este achado arqueológico e ao que ele permitia descobrir sobre o Outro fascinante que era o antigo Egípcio. Os jornais e revistas em Portugal noticiaram amplamente não só os trabalhos no túmulo e os artefactos descobertos, como também os episódios, com um cariz fortemente supersticioso, associados à morte do mecenas lord Carnarvon. Com a divulgação de notícias quase diárias, a imprensa portuguesa foi um poderoso agente na ampliação do mistério e fascínio que a antiga civilização egípcia exercia sobre os leitores portugueses e, ao mesmo tempo, na transformação desse Oriente numa realidade mais próxima e concreta, embora sem perder a sua carga subjectiva e mítica. Esta comunicação, realizada no contexto de um projecto de investigação intitulado “Tutankhamon em Portugal. Relatos na imprensa portuguesa (1922–1939)”, pretende apresentar, em linhas gerais, o tipo de discurso sobre o Oriente que os relatos sobre a descoberta do túmulo na imprensa portuguesa manifestavam e que, consciente ou inconscientemente, ajudaram, assim, a construir. Para tal, apresentaremos um conjunto de textos selecionados que demonstrarão como autores portugueses ou a tradução de textos estrangeiros expressam a vontade de fazer chegar o antigo Egipto aos portugueses dos anos 20 do Século XX.
- "A Profecia ou O Mistério da Morte de Tut-Ank-Amon" (1924) de Fernando de Carvalho Henriques: ecos literários em Portugal da descoberta do túmulo de TutankhamonPublication . Sales, José das Candeias; Mota, SusanaNo âmbito da nossa investigação no campo da Recepção da Antiguidade em Portugal dedicada à identificação, recolha e análise de notícias e artigos sobre a descoberta do túmulo do faraó Tutankhamon publicados entre 1922 e 1939 nos jornais e revistas portugueses, deparamo-nos com um romance editado em Lisboa, em 1924, da autoria de F. de Carvalho Henriques, intitulado A Profecia ou O Mistério da Morte de Tut-Ank-Amon. Na narrativa principal do romance (desenvolvida nos capítulos I, VI-XIV), o Autor encaixa uma narrativa (capítulos II-IV) sobre “factos da antiguidade” para os quais mobilizou “conhecimentos históricos” sobre o antigo Egipto da época de Tutankhamon, suscitados pela então recente descoberta do túmulo desse faraó egípcio (KV 62), em Luxor ocidental, por Howard Carter, datada oficialmente de 4 de Novembro de 1922. Trata-se do primeiro romance, com contornos de policial, publicado a nível internacional inspirado nesta grande descoberta arqueológica egípcia. Não se conhecem as fontes primárias ou secundárias que F. de Carvalho Henriques utilizou para compor os capítulos II-IV do seu romance. Não se conhecem as suas leituras historiográficas sobre a época de Tutankhamon (XVIII dinastia). Não se conhece o seu efectivo entendimento sobre todos os tópicos inseridos na sua novela. Uma coisa, porém, é certa: os seus conhecimentos históricos sobre o Egipto antigo são genericamente bem sustentados, aprofundados, como procuraremos demonstrar, e provam como os ecos das longínquas escavações egípcias inspiraram e estimularam a imaginação de um ilustre desconhecido português e, através deste, dos seus leitores.