Línguas, Literaturas e Culturas Estrangeiras | Comunicações em congressos, conferências e seminários / Communications in congresses, conferences and seminars
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Browsing Línguas, Literaturas e Culturas Estrangeiras | Comunicações em congressos, conferências e seminários / Communications in congresses, conferences and seminars by Subject "Aprendizagem da pronúncia"
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- Desenvolver a pronúncia do português europeu com recursos digitais: sequências de treino para três áreas críticasPublication . Castelo, AdelinaVários trabalhos têm analisado as áreas problemáticas na pronúncia e na discriminação percetiva do português europeu (PE) por parte de aprendentes de língua materna chinesa. Três áreas frequentemente identificadas como críticas são a oposição entre consoantes oclusivas vozeadas e não vozeadas (e.g. Yang, Rato & Flores, 2015; Oliveira, 2016), o contraste entre as consoantes alveolares lateral e vibrante (e.g. Zhou, 2017) e a distinção entre as vogais (coronais e labiais) médias e baixas (e.g. Castelo & Freitas, 2019). Apesar de ocasionalmente se registar uma desvalorização do ensino da pronúncia, esta capacidade, sobretudo nas suas componentes de inteligibilidade e compreensibilidade (cf. Derwing & Munro, 2005), é crucial por razões comunicativas e até sociais (e.g. Yates, 2002; Moyer, 2014). Por estes motivos, encontram-se na literatura não só a justificação da importância da pronúncia, como também propostas de estratégias ou princípios relevantes para promover tal capacidade (e.g. Celce-Murcia et al., 2010; Grant, 2014; Alves, 2015). Um dos princípios importantes no ensino-aprendizagem da pronúncia é o da autonomia do aprendente: este deve ter instrumentos que lhe permitam melhorar a sua pronúncia sem depender demasiado do docente (e.g. Kruk & Pawlak, 2014). O recurso ao treino da pronúncia assistido por computador (CAPT: computer-assisted pronunciation training) constitui, precisamente, um dos meios para alcançar tal autonomia (e.g. Levis, 2007; Rogerson-Revell, 2021). Considerando a relevância dos recursos digitais para o treino autónomo da pronúncia por parte do aprendente e a necessidade de lhe fornecer um conjunto mínimo de orientações, esta comunicação visa apresentar e fundamentar três sequências de treino da pronúncia do PE, baseadas em recursos digitais gratuitos e propostas para uso autónomo dos aprendentes de língua materna chinesa. Assim, este trabalho inclui três partes. Primeiro, faz-se um breve enquadramento do tema, recorrendo a diversas referências bibliográficas sobre o ensino da pronúncia e sobre as áreas problemáticas na pronúncia do PE por aprendentes chineses. De seguida, apresentam-se três sequências de treino da pronúncia do PE baseadas em recursos digitais já existentes ou expressamente criados para as sequências em causa – uma sequência sobre cada uma das seguintes oposições fonológicas da língua: oclusivas vozeadas, [b, d, g], vs. não vozeadas, [p, t, k]; lateral [l] vs. vibrante [ɾ]; vogais (coronais e labiais) médias, [e, o], vs. baixas, [ɛ, ɔ]. Finalmente, reflete-se sobre as potencialidades de tais sequências em termos de investigação acerca da aquisição fonológica do PE como língua adicional.
- Uma “educação de qualidade” para os migrantes e o desenvolvimento da pronúnciaPublication . Castelo, AdelinaA pronúncia constitui uma competência importante para todos os aprendentes de línguas não maternas, sobretudo para os que usam diariamente a linguagem oral com fins comunicativos e desejam ser integrados na comunidade de falantes da língua-alvo sem serem prejudicados profissional e socialmente pelo seu nível de proficiência linguística. Este é precisamente o caso dos migrantes num país de acolhimento. No entanto, para assegurar o desenvolvimento adequado da sua pronúncia, é necessário proporcionar-lhes oportunidades de aprendizagem ao longo da vida que sejam acessíveis (quanto a tempo e custos financeiros). Tal esforço enquadra-se no ODS da Agenda 2030 de garantir uma “educação de qualidade” para todos, que contribuirá igualmente para a concretização de ODSs como “erradicar a pobreza” e “reduzir as desigualdades” (Centro de Informação Regional das Nações Unidas para a Europa Ocidental, 2016). Assim, esta apresentação visa mostrar como se pode ajudar os migrantes a aceder a uma educação de qualidade no âmbito do desenvolvimento da pronúncia. Incluirá quatro partes: (1) motivar a abordagem explícita da pronúncia, segundo a literatura (e.g. Grant, 2014); (2) mostrar o que é necessário para desenvolver uma melhor pronúncia (e.g. Celce-Murcia et al., 2010; Castelo, 2022); (3) ilustrar indicações para os migrantes usarem vários recursos digitais gratuitos a fim de praticarem a sua pronúncia, nomeadamente vídeos do YouTube, aplicações móveis, tradutores online e cursos online (e.g. Liakin et al., 2015); (4) sugerir formas de fazer chegar estas indicações aos migrantes e de aumentar a sua consciência e autonomia na aprendizagem ao longo da vida.