Psicologia | Psychology
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Browsing Psicologia | Psychology by Sustainable Development Goals (SDG) "03:Saúde de Qualidade"
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- As percepções e as práticas das famílias face às competências e ao desenvolvimento das crianças : um estudo na região dos Açores e do ContinentePublication . Silva, Ana Isabel Mateus da; Ramos, NatáliaO desenvolvimento da criança, nos seus múltiplos aspectos – físico, psicológico, afectivo, relacional, cognitivo, linguístico, perceptivo e motor – bem como as necessidades e atitudes da criança, é basilar para todo o seu percurso como ser humano. Neste estudo, partimos do desenvolvimento da criança, e das percepções da família, para a representação social da educação e práticas de cuidados, a fim de melhor compreendermos o contexto envolvente da criança na actualidade ao nível sócio-educativo e desenvolvimental. Baseamo-nos na teoria das representações sociais por considerarmos que esta teoria é um instrumento da compreensão e transformação da vida social e por consequência de captação e compreensão dos seus significados. Realizámos um estudo comparativo, para o qual seleccionámos 100 participantes em três ilhas dos Açores – São Miguel, Pico e Terceira, e 100 participantes no Continente, em várias regiões – Lisboa, Almada, Santarém, Almeirim e Portalegre, através da aplicação de Inquérito por Entrevista. Um estudo etnográfico complementar realizado na ilha de São Miguel, com a finalidade de conhecer como eram e são prestados os cuidados aos bebés nesta ilha, a partir dos anos 50 e até aos dias de hoje, possibilita comparar práticas do passado com as práticas do presente. A análise qualitativa e quantitativa da relação entre as representações sociais dos pais e cuidadores, as práticas familiares e o desenvolvimento da criança, em que se centra este estudo, permite-nos identificar os vários aspectos que contribuem para um bom desenvolvimento físico e psicológico da criança nos dois primeiros anos de vida ao nível das representações e das práticas das famílias.
- Os avós na família e sociedade contemporânea : uma abordagem intergeracional e interculturalPublication . Rodrigues, João Paulo Vieira; Ramos, NatáliaO estudo sobre a importância dos avós na família e sociedade contemporâneas visa compreender qual o papel que os avós têm para a dinâmica familiar, quer como recurso quer como transmissão de saberes numa perspectiva intergeracional. Foram analisadas neste estudo 50 famílias, 25 famílias num contexto rural e 25 famílias num contexto urbano. Foram entrevistadas diferentes gerações ou seja, pais, mães, avós e avôs do mesmo núcleo familiar perfazendo um total de 200 entrevistas. Concluiu-se que os avós são um recurso familiar, social e económico imprescindível e são muito importantes na transmissão de valores sociais e culturais e no cuidar dos seus netos. Também a transmissão de saberes por parte dos avós, sobretudo das avós sobre os cuidados infantis, são uma mais-valia para as mães que estão a iniciar o seu projeto maternal. Na atualidade, os recursos de saúde disponíveis são melhores no entanto os recursos de saúde locais nem sempre dão resposta às necessidades dos pais e das mães. A utilização de cuidados tradicionais diminuiu, apesar de alguns ainda continuarem a ser utilizados pelas avós. Verifica-se uma diminuição intergeracional na importância e transmissão das práticas e valores religiosos dos pais, educação e na proteção infantil, apesar dos mesmos não se oporem a que os seus filhos frequentem as igrejas ou pratiquem a religião. A investigação sublinha a manutenção da importância do núcleo familiar para a qualidade de vida, bem-estar e crescimento harmonioso dos seus elementos, assim como da solidariedade familiar existente entre avós, pais e netos.
- Climatério/menopausa, relacionamento conjugal e qualidade de vidaPublication . Presado, Helena; Ramos, NatáliaO climatério é uma etapa especial do ciclo de vida natural da mulher que integra a menopausa. Esta fase de transição encontra-se associada a mudanças que podem influenciar a saúde e a qualidade de vida da mulher; as necessidades de adaptação bio-psico-sócio-culturais e espirituais devem ser consideradas nesta etapa de vida que apresenta características análogas a outras etapas do ciclo de vida da mulher. As repercussões no relacionamento do casal, implicam que ambos façam readaptações, a todos os níveis, no sentido de manter ou melhorar a qualidade do relacionamento conjugal e de vida de que desfrutavam. Desenvolvemos um estudo descritivo de abordagem mista em duas fases: na primeira pretendeu-se identificar as representações sociais através da resposta a palavras estímulos: menopausa, climatério, relacionamento conjugal e sexualidade. Na segunda fase pretendeu-se compreender as implicações do climatério no relacionamento conjugal, recorrendo-se ao questionário de auto-preenchimento com utilização das escalas EASAVIC, ISS e WOQOOL (Bref) a 116 casais. Destacamos algum desconhecimento relativamente ao climatério e uma conotação da menopausa associada a disfuncionamento e problemas de saúde. Os indivíduos com idades mais baixas e nível de escolaridade superior apresentam maior qualidade de vida, satisfação sexual e satisfação conjugal. O sexo masculino apresenta melhor qualidade de vida e uma visão mais positiva do casamento. O funcionamento conjugal alvitra (re)ajustes ao longo do tempo de relacionamento conjugal. A forma como cada casal se entrega e vivencia o próprio relacionamento, influência e é influenciado pelas etapas do climatério. Os casais consideram ainda que não têm preparação suficiente para vivenciar saudavelmente esta etapa do ciclo de vida. Investir na formação dos profissionais para uma intervenção individual e culturalmente adequada no processo de transição da menopausa e melhorar a resposta dos serviços de saúde parece um desafio importante na melhoria da qualidade de vida, bem-estar e equilíbrio da mulher e do casal.
- Comportamentos de risco em adolescentes e jovens adultos da região de Lisboa : perspectivas de prevençãoPublication . Nabais, Luís; Ramos, NatáliaO presente trabalho é um estudo exploratório sobre os comportamentos de risco em adolescentes e jovens adultos entre os 16 e os 30 anos. Os objectivos compreendem a identificação e caracterização dos comportamentos de risco nestas etapas do desenvolvimento. É dada particular atenção ao consumo de bebidas alcoólicas e de outras substâncias e sua relação com outros factores de risco para a saúde, particularmente a presença de indicadores psicopatológicos como sejam a depressão e ideacção suicidária. A metodologia engloba métodos quantitativos e qualitativos. Foram constituídos dois grupos de participantes, um de 540 indivíduos entre os 16 e os 25 anos e outro grupo de onze indivíduos com idade entre os 25 e os 29 anos. Ao primeiro grupo foram aplicados quatro instrumentos, Questionário de Caracterização Sociodemográfica e de Consumos, Inventário de Intensões Comportamentais (MEV), Escala de Depressão de Beck (BDI-II) e Escala de Risco Suicidário de J. Stork. Ao segundo grupo foi realizada uma Entrevista semiestruturada aprofundada e aplicados os mesmos instrumentos. Os resultados revelam a presença de comportamentos protectores de saúde na maior parte dos participantes e valores não negligenciáveis de depressão e de ideacção suicidária. Os instrumentos revelam ainda consistência na articulação das variáveis e apresentam-se como bons predictores dos comportamentos de risco. A análise qualitativa das entrevistas coloca em evidência a inter-relação dinâmica entre factores de risco e factores protectores. Apontam-se novas linhas de investigação que possam captar os processos de mentalização subjacentes aos comportamentos de risco e promover a prevenção nesta área, bem como a saúde e o desenvolvimento destes jovens.
- A comunicação médico-doente em contexto hospitalarPublication . Melo, Maria da Luz de; Ramos, NatáliaO presente estudo analisa o impacto psicológico da informação sobre o diagnóstico e tratamento em doentes hospitalizados e as atitudes dos médicos sobre a informação que consideram importante transmitir-lhes. Investigou-se como reagem à informação em duas condições: a primeira analisa o impacto que a informação provoca no doente, a grau da satisfação e da ansiedade; a segunda examina os efeitos interactivos entre a satisfação, a ansiedade, e o estilo de coping disposicional. Duzentos e trinta e três doentes foram seleccionados de acordo com uma amostra não probabilística sequencial. A informação factual foi recolhida através de uma entrevista semi-estruturada e validade a partir dos dados registados na sua ficha clínica. A satisfação foi medida por uma escala de tipo Likert, a ansiedade pela escala de ansiedade do Brief Symptom Inventory (BSI), e o estilo de coping disposicional pela Miller Behavioral Style Scale (MBSS). O estudo demonstrou que a maioria dos doentes possuía pouca informação sobre a situação clínica e que os mais informados estavam mais satisfeitos. Verificou-se valores de ansiedade elevada e que este resultado estava relacionado com o estilo de coping, com o diagnóstico e o tipo de tratamento. Para estudar os médicos recorreu-se a dois questionários: Questionário para aplicar aos médicos sobre Informação a dar ao doente e o Questionário sobre Informação a dar ao doente, para aplicar a cirurgiões e a outros médicos que usem técnicas invasivas. Trinta e dois médicos foram seleccionados de acordo com uma amostra não probabilística sequencial. Os resultados indicam que a preferência dos médicos numa consulta clínica, é a preocupação em adaptar-se ao nível de compreensão do doente e relativamente à que antecede uma cirurgia ou um procedimento invasivo, é explicar todas as vantagens e desvantagens das possíveis alternativas de tratamento. A análise das respostas dos médicos, aos dois questionários, aponta para a inexistência de critérios comuns na valorização que fazem da informação a dar aos doentes.
- Consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco na população adolescente : factores pessoais e familiares predictores do consumoPublication . Frazão, António Antunes; Ramos, NatáliaA presente investigação teve como principais objectivos a compreensão das relações existentes entre os consumos de tabaco e de álcool, e factores pessoais e familiares como: idade, sexo, número de reprovações, auto-conceito, crenças acerca do álcool e do tabaco, nível socioeconómico, funcionalidade familiar e percepção da autonomia e amor disponibilizados pelos pais. No Momento 1 da investigação, foram recolhidos dados junto de adolescentes que frequentavam o 9º ano de escolaridade em 12 escolas da zona de Leiria (n=1147). Dois anos depois (Momento 2), fez-se a mesma recolha de informação junto das 5 escolas secundárias que receberam a maioria dos alunos inquiridos no Momento 1 (n=761). Relativamente aos consumos, os nossos resultados corroboram os obtidos noutras investigações. Assim: o consumo de tabaco e de álcool dos nossos adolescentes continua a situar-se abaixo do dos adolescentes de outros países, verificando-se a tendência ao aumento dos consumos (sobretudo no referente ao álcool), e uma paridade crescente entre os géneros. Podemos constatar que factores pessoais e familiares revelam ter importância na iniciação e manutenção dos comportamentos de consumo. A iniciação precoce, algumas crenças pessoais acerca do álcool e do tabaco, a reprovação escolar e a dimensão comportamento do auto-conceito, bem como a percepção que o/a adolescente tem do clima familiar e das relações parentais, e ainda da permissividade/tolerância dos pais relativamente aos consumos, constituem factores facilitadores do consumo adolescente, podendo ser predictores dos níveis de consumo.
- Crenças, atitudes e práticas de saúde reprodutiva em Timor-Leste : uma abordagem interculturalPublication . Manuel, Helena Isabel Borges; Ramos, NatáliaAo longo dos anos tem ocorrido, em Timor-Leste, um processo de intensificação dos contactos interculturais, quer entre timorenses pertencentes a diferentes grupos etnolinguísticos, quer entre timorenses e outros povos, alguns dos quais exercendo autoridade. Apesar das transformações operadas na sociedade a diversos níveis, subsistem algumas das suas instituições e valores tradicionais. O presente estudo, de cariz etnográfico, tem como objectivos de investigação descrever e comparar crenças, atitudes e práticas de saúde reprodutiva de timorenses pertencentes a diferentes grupos etnolinguísticos de Timor-Leste; e identificar modificações no comportamento de saúde reprodutiva dos timorenses, resultantes do contacto entre culturas. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e comparativo, que tem por base uma metodologia qualitativa. O trabalho de campo foi efectuado em dez dos treze distritos de Timor-Leste, em meio rural e urbano, e abrangeu onze grupos etnolinguísticos. Mediante um processo de amostragem em cadeia, tipo “bola de neve”, foram recolhidos dados provenientes de informadores privilegiados, profissionais de saúde prestadores de cuidados de saúde reprodutiva, parteiras tradicionais, mulheres e casais com filhos. A recolha de dados foi efectuada com recurso a entrevistas exploratórias e semi-estruturadas, à observação directa e participante e à observação fotográfica e fílmica. Na análise dos dados foi utilizada a técnica da análise de conteúdo. Concluímos que a cultura exerce uma forte influência sobre o comportamento das mulheres e famílias desde a concepção até ao período pós-parto. Existe uma grande diversidade etnolinguística/cultural em Timor-Leste, e muitas das crenças e práticas relativas à saúde reprodutiva não são generalizáveis a todo o país. A fecundidade é elevada e há uma preferência generalizada por famílias numerosas, com curtos intervalos entre nascimentos e baixo recurso à contracepção. Apesar da implementação dos programas de planeamento familiar, primeiro pela Indonésia, e mais recentemente pelo Governo timorense, muitas mulheres têm falta de acesso a informação e a métodos contraceptivos. Factores de ordem sociocultural exercem, por sua vez, grande influência a este nível. Há determinadas recomendações, tabus e restrições que rodeiam a mulher grávida, que visam proteger a mãe e o feto de danos físicos. A maior parte das mulheres recorre à consulta pré-natal dos estabelecimentos de saúde, mas também há muitas que consultam a parteira tradicional quando têm problemas durante a gravidez, para que ela verifique se o bebé está em boa posição, corrigindo-a se considerar necessário, ou para determinar o seu sexo. Há uma preferência generalizada pelo parto em casa, sendo geralmente assistido por familiares ou pela parteira tradicional. O período pós-parto envolve uma série de procedimentos baseados na permanência da mãe com o recém-nascido em casa, seguindo determinadas prescrições e restrições alimentares, e na aplicação de calor sob diversas formas. Actualmente, mantém-se a prática de diversos rituais tradicionais associados ao nascimento, apresentando variações regionais.
- Crianças e jovens maltratados e suas famílias : uma abordagem clínica e da saúdePublication . Rego, António Alves do; Ramos, Natália; Pires, Carlos M. LopesMúltiplos factores pessoais, familiares, sociais, económicos, políticos e culturais estão na origem da emergência da violência e maus-tratos contra crianças, jovens e mulheres. São factores que actuam, frequentemente de forma associada, perturbam a saúde e a qualidade de vida das pessoas. À sociedade actual, globalizada e plena de recursos humanos e materiais, científicos e técnicos, mas também plena de precaridades e de injustiças, tem o dever de criar, aplicar, desenvolver e controlar mecanismos eficazes de equilíbrio entre liberdade e segurança, individuais e colectivas, tendo em vista o bem-estar dos seus cidadãos. Admitindo-se que as perturbações psicopatológicas se podem encontrar aquém e além (como causa ou consequência) do acto violento, o presente estudo investiga em que medida os pais maltratantes de seus filhos são indivíduos com tais perturbações e em que medida as crianças e jovens maltratados sofrem de depressão. Para isso, apoiámo-nos em testes aferidos e válidos, de reconhecido mérito. Avaliamos um conjunto de dados que nos permitem compreender hábitos, atitudes e valores e, deste modo, distinguir famílias sinalizadas como maltratantes, das famílias não sinalizadas e, para isso apoiámo-nos em inquéritos. Dos dados da investigação, concluímos: os pais maltratantes de seus filhos apresentam perturbações psicopatológicas com significativo índice de mal-estar; as crianças e jovens maltratados não apresentam sintomas de depressão; os hábitos, atitudes, valores e cuidados educacionais e familiares, influenciam o comportamento das famílias maltratantes.residentes no concelho de Torres Novas, onde se desenvolveu o estudo.
- Do fazer ao ser : representação social do enfermeiro para o aluno de enfermagemPublication . Luz, Deolinda Antunes da; Ramos, NatáliaConsideramos ser durante o processo educativo que os alunos desenvolvem as competências conducentes a uma sólida formação profissional. É a formação dos enfermeiros que colocamos em questão e análise quando estudamos a representação social do enfermeiro no aluno que frequenta o curso de enfermagem. A realização do estudo assenta nas teorias que lhe estão subjacentes. Desta forma partimos da História da Enfermagem para a evolução do ensino de enfermagem em Portugal, a fim de melhor compreendermos o contexto envolvente da prestação de cuidados de enfermagem e de saúde, na actualidade. Baseamo-nos na teoria das representações sociais por considerarmos, que esta é um instrumento da compreensão e transformação da vida social e, por consequência, dos seus significados. Neste sentido realizamos um estudo longitudinal para o qual seleccionámos os alunos do curso de Bacharelato em Enfermagem, com início no ano lectivo 1998/1999, aos quais aplicamos um questionário em três fases diferentes: no início, no meio e no final do curso. Posteriormente, realizamos um estudo comparativo com alunos do curso de Licenciatura em Enfermagem (Finalistas no ano lectivo 2003/2004), com a finalidade de apurarmos se haveria diferenças entre os alunos do curso de Enfermagem, com níveis de formação diferentes. A fim de aprofundarmos e aumentarmos a fiabilidade do nosso estudo, também, quisemos saber a opinião dos professores de enfermagem sobre os dois tipos de alunos de Enfermagem e, ainda, acerca da formação nesta área. Com esta metodologia pretendemos verificar se os alunos de enfermagem alteram, efectivamente, a representação social sobre o enfermeiro com a frequência do curso. Através da análise e tratamento dos resultados obtidos verificamos que os alunos parecem alterar a representação social do enfermeiro com a frequência do curso de enfermagem, quando conceptualizam enfermagem, valorizando mais, no final do curso, a dimensão da prestação dos cuidados de saúde ao indivíduo no seu todo bio-psico- social, cultural e espiritual. No entanto, observa-se quando escolhem nos serviços de saúde os locais de trabalho, que os alunos optam pelo desempenho da profissão de enfermagem em áreas dos cuidados da saúde diferenciados, ou seja direccionadas para a dimensão curativa (urgência, cirurgia, medicina), demonstrando alguma dissonância entre os seus conceitos teóricos e as suas práticas, na profissão de enfermagem.
- Educação para a saúde e intervenções terapêuticas nas equipas de cuidados continuados integrados : um estudo em agrupamentos de centros de saúde da região de LisboaPublication . Lucas, Pedro Ricardo Martins Bernardes; Ramos, NatáliaA Educação para a Saúde (EpS) constitui uma actividade importante no quotidiano das práticas dos profissionais de saúde. As alterações demográficas, epidemiológicas e sociais que têm ocorrido nas últimas décadas, têm originado mudanças nas necessidades de cuidados de saúde da população. A crescente necessidade de existirem respostas adequadas, ética e financeiramente sustentadas, para fazer face a um bom desempenho dos Sistemas de Saúde, tem vindo a sugerir o estabelecimento de parcerias intersectoriais e multidisciplinares para a prestação de cuidados de longa duração, dirigidos a indivíduos dependentes. Na sequência das preocupações de sustentabilidade do sistema surgem as altas hospitalares precoces, que determinam o incremento da importância dos cuidados de saúde prestados no domicílio. Este é apresentado como local ideal de cuidados na perspectiva da continuidade dos mesmos, nomeadamente ao ser integrado na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Os Cuidados Continuados Integrados surgiram como uma estratégia para dar resposta ao aumento das necessidades de cuidados de saúde, de forma sustentável. As reformas desenvolvidas neste âmbito atribuem responsabilidades às Equipas multidisciplinares de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES). Com este estudo pretendeu-se: identificar as actividades em EpS que são realizadas nos ACES da região de Lisboa, ao nível da sua importância, conceito, actividades efectuadas, dificuldades e condicionantes organizacionais da EpS; identificar características dos profissionais de saúde das ECCI dos ACES da região de Lisboa; descrever os aspectos relacionados com a formação das ECCI ao nível geral, em EpS e necessidades de formação; e caracterizar as intervenções terapêuticas dos profissionais de saúde das ECCI junto dos utentes dependentes no seu domicílio. Para a consecução destes objectivos delineou-se um estudo observacional, descritivo e exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa. A população deste estudo foram os profissionais de saúde das equipas multidisciplinares domiciliárias dos doze ACES da região de Lisboa, que resultaram do agrupamento dos trinta e oito antigos Centros de Saúde que foram reorganizados na reforma dos Cuidados de Saúde Primários de 2008. Foi também participante do estudo, um grupo de utentes do Centro de Saúde de Mafra e outro grupo do Centro de Saúde da Pontinha, que são abrangidos pelas ECCI dos respectivos ACES. Os instrumentos utilizados na colheita de dados foram questionários e entrevistas semiestruturadas. Os resultados evidenciaram que os profissionais de saúde que pertencem às ECCI atribuem muita importância à EpS. Ao nível do desempenho em EpS, o aspecto mais valorizado foi aquele que considera que é uma actividade que deve ter em conta o interesse e as necessidades dos indivíduos. Concluiu-se ainda que os profissionais consideram que deve ser dada a mesma importância à EpS e às actividades de tratamento. Também se verificou que tendencialmente se realizam muitas vezes actividades de EpS, embora apenas algumas vezes estas sejam planeadas. Este estudo permitiu ainda concluir que aproximadamente metade dos profissionais de saúde realizou formação contínua regularmente nos últimos 5 anos e destes, em 63% dos casos, a formação era de suporte ao desenvolvimento de actividades de EpS. A quase totalidade destes profissionais aplicou os conhecimentos adquiridos, sentindo, no entanto, necessidade de mais formação nesta área. Verificou-se que maior idade dos profissionais de saúde está associada a maior desempenho em EpS e à consideração da EpS como um processo em que se procuram clarificar valores. Concluiu-se ainda que à medida que aumenta a idade dos profissionais aumenta a tendência para desenvolvimento de actividades de EpS nas seguintes áreas: alimentação, hidratação, imobilidade, controlo de doenças, saúde mental, comportamentos saudáveis e dor. Constatou-se necessidades de formação nestas áreas. Observou-se que a relação interpessoal, enquanto intervenção terapêutica, foi aquela que mais se verificou e da qual resultou um maior número de categorias. Tal vem demonstrar que a prática dos profissionais de saúde tem como base a componente relacional e que todas as outras intervenções se suportam na solidez da qualidade da relação estabelecida. Verificase que a maior parte das restantes categorias estão no âmbito da comunicação, sendo por isso imprescindível o desenvolvimento de competências em comunicação em saúde por parte dos profissionais que exercem neste contexto. São também condições necessárias a ter em conta, as atitudes adoptadas pelos profissionais de saúde e a importância da comunicação visual na relação profissional de saúde - utente. Este estudo tem implicações para os profissionais de saúde, que poderão beneficiar directamente das suas conclusões, nomeadamente, a identificação das dificuldades e das estratégias que devem ser utilizadas no seu desempenho profissional, uma vez que a EpS é fundamental para os ganhos em saúde dos indivíduos e das populações e deve assumir um papel cada vez mais central no contexto da prestação de cuidados de saúde. Foram, igualmente, identificadas implicações organizacionais, políticas e para a investigação.