Ciências da Educação | Education Sciences
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Browsing Ciências da Educação | Education Sciences by Sustainable Development Goals (SDG) "13:Ação Climática"
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- A aprendizagem da acústica no ensino básico : uma pesquisa epistemológica e psicologicamente fundamentadaPublication . Soares, Maria Teresa Monteiro; Valadares, Jorge; Ferreira, Manuela MalheiroA presente investigação pretendeu conceber uma estratégia epistemologicamente e psicologicamente fundamentada e pesquisar se ela poderá conduzir a uma aprendizagem mais significativa da Acústica no Ensino Básico. Para operacionalizar o problema central da investigação, formularam-se algumas questões para as quais procurámos encontrar respostas, a saber: - Que opções epistemológicas poderão fundamentar uma estratégia capaz de conduzir a uma aprendizagem mais significativa da Acústica? - Que opções do foro psicológico poderão fundamentar uma estratégia capaz de conduzir a uma aprendizagem mais significativa da Acústica? - Uma estratégia concebida com base nos pressupostos epistemológicos e psicológicos adoptados conduz ou não a uma aprendizagem mais significativa da Acústica no Ensino Básico? Quanto aos objectivos da investigação e, para além, dos que estão implícitos nas questões anteriores, foram formulados os seguintes que se consideraram igualmente importantes: desenvolver trabalho que possa contribuir para a facilitação da aprendizagem significativa das Ciências Físico-Químicas, em geral, e no Ensino Básico, em particular; identificar e descrever as concepções prévias dos alunos relacionadas com o tema da Acústica; identificar potencialidades formativas da disciplina de Física em termos de educação para a cidadania e sensibilizar os alunos para a problemática da protecção do ambiente e em particular para os problemas resultantes da poluição sonora. Optou-se por uma abordagem de investigação centrada numa metodologia simultaneamente qualitativa e quantitativa. A parte quantitativa da pesquisa consistiu num plano quasi-experimental. O trabalho de campo centrou-se em duas turmas do 8º ano de escolaridade do 3º Ciclo do Ensino Básico, pertencentes a uma escola do Concelho de Sintra e leccionadas pela mesma professora de Física. Na turma experimental proporcionou-se um ambiente construtivista e investigativo, enquanto que na turma de controlo se adoptou uma estratégia de ensino tradicional. Na primeira turma foram organizadas actividades experimentais de modo a obrigar os alunos a reflectir sobre tudo o que iam fazendo e procurou-se respeitar os vários estilos de aprendizagem dos alunos e ajudá-los a possuírem os subsunçores necessários para irem aprendendo significativamente. Sem prejuízo do necessário apoio e reflexão individual, valorizou-se o trabalho activo em grupo, que funcionou em modo cooperativo, no maior respeito pelos requisitos inerentes à metodologia de trabalho adoptada. Na turma de controlo, a diferença residiu no facto de as aulas de Acústica terem sido intencionalmente expositivas e transmissivas, onde os alunos ouviam e escreviam o que a professora ditava ou copiavam do quadro o que a professora aí escrevia, e questionavam a professora quando precisavam de algum esclarecimento. Nesta turma não foi realizada qualquer actividade experimental. Foram utilizados diversos instrumentos de recolha de dados, nomeadamente um pré-teste e um pós-teste, ambos relacionados com conceitos de Acústica, para além de questionários, grelhas de observação de aulas, registo em áudio das aulas de Acústica, mapas conceptuais, um Vê de Gowin sobre conteúdos de Acústica e entrevistas semi-estruturadas à professora que leccionou a Acústica. Os resultados obtidos permitiram inferir que a estratégia preparada com base nos pressupostos epistemológicos e psicológicos encontrados conduziu a uma aprendizagem mais significativa da Acústica no contexto e nas condições em que decorreu a pesquisa.
- Concepções ambientalistas dos professores : suas implicações em educação ambientalPublication . Almeida, António José Correia de; Amador, FilomenaNeste estudo identificam-se as concepções ambientalistas de docentes que se envolvem regularmente em projectos de Educação Ambiental (EA), partindo de um quadro teórico que destaca três perspectivas principais no modo de relação do ser humano com a natureza: o antropocentrismo (visão instrumental), o biocentrismo (reconhecimento do valor intrínseco dos outros seres vivos) e o ecocentrismo (atribuição de valor não instrumental a entidades holísticas, como os ecossistemas). De igual modo quisemos verificar a incidência destas mesmas perspectivas na fundamentação e objectivos dos projectos de EA que os professores implementam nas escolas. O quadro motivacional da presente investigação decorreu da possibilidade (suspeita) sugerida por vários autores de que os professores se limitam a transmitir, muitas vezes de forma impensada, uma perspectiva antropocêntrica de domínio da natureza, precisamente a responsável pela presente crise ambiental, tomando-se assim reféns do endoutrinamento dos alunos numa concepção estreita do ambientalismo. Para a verificação desta possibilidade, entrevistámos 60 professores dos diferentes ciclos de escolaridade não superior, no 10 trimestre de 2003, sobre diversos temas relacionados de directa e indirectamente com questões do ambiente e ainda sobre outros aspectos de âmbito geral sobre EA, com destaque para os factores por eles considerados relevantes para a sua adesão à causa ambiental. Simultaneamente, foi analisado o enfoque ambientalista de 120 projectos submetidos ao Instituto de Promoção Ambiental (IPAmb) em três anos lectivos (96/97, 98/99 e 99/00). Dividimos ambas as amostras em função da proveniência dos ciclos com e sem monodocência (1º subgrupo: Pré-Escolar e 1º Ciclo; 2º subgrupo: 2º e 3º Ciclos e Secundário). Embora não esperássemos diferenças significativas nas concepções dos diversos professores, admitimos como provável uma maior incidência da perspectiva antropocêntrica nos projectos propostos pelos docentes do 1º subgrupo por motivos didácticos ou pragmáticos (a defesa do ambiente por razões estritamente humanas pode ser melhor compreendida pelas crianças ou suscita mais facilmente a sua adesão). A possibilidade de os docentes licenciados em Ciências Naturais e de os associados a organizações ambientalistas possuírem uma maior literacia ecológica com reflexos numa maior incidência de concepções ecocêntricas conduziunos aos outros dois critérios adoptados na divisão da amostra dos professores entrevistados. No tratamento dos dados da entrevista utilizámos sempre que possível métodos de estatística inferencial para uma melhor avaliação das diferenças obtidas. Quisemos ainda verificar se as obras sobre EA salientam a importância de os professores confrontarem os alunos com ideias características das diferentes perspectivas ambientalistas. Nesta análise demos destaque àquelas cuja edição foi apoiada por organismos estatais e por ONG, por as considerarmos de mais fácil acesso. Os resultados evidenciaram uma maior incidência nos docentes de concepções biocêntricas (mais significativa nos do 1º subgrupo), sendo as antropocêntricas claramente minoritárias. Os do 2º subgrupo destacaram-se por uma maior incidência relativa de concepções ecocêntricas. Estas diferenças podem estar relacionadas com o tipo de formação inicial e contínua dos docentes e ainda com as vivências e características específicas dos ciclos em que leccionam. Igual tendência à dos professores do 2º subgrupo manifestaram os associados a organizações ambientalistas, o que sugere que este tipo de adesão potencia maneiras de olhar a natureza menos centradas no ser humano. Pelo contrário, os projectos tiveram um teor marcadamente antropocêntrico sem diferenças assinaláveis em termos dos subgrupos considerados. No entanto, pensamos que este tipo de incidência é conjuntural face à degradação ambiental acentuada do país nas últimas três décadas e que não obedece a qualquer intenção didáctica ou pragmática. Para a sua predisposição para as questões do ambiente os professores destacaram a importância do contacto com a natureza durante a infância e adolescência, o que obriga a repensar a importância das actividades de outdoor na própria conceptualização da EA. As publicações de EA são praticamente omissas na abordagem do tema em discussão. Perante estes resultados, pensamos que os professores se encontram em condições de abordar ideias das diferentes perspectivas ambientalistas, desde que conscientes para a importância de o fazer. Nesse sentido, apresentamos um conjunto de sugestões genéricas que visam tomar a EA um amplo espaço de reflexão acerca de várias perspectivas de conceber a relação do ser humano com a natureza.
- A constituição e o funcionamento de uma comunidade de prática de professores em educação para o desenvolvimento sustentávelPublication . Leitão, Mafalda; Ferreira, Manuela Malheiro; Oliveira, Vítor José Martins deOs conceitos de desenvolvimento sustentável e de educação para o desenvolvimento sustentável estão ainda em evolução o que torna pertinente, hoje, a tentativa de uma clarificação conceptual e sua posterior operacionalização. Além de promover a definição e uso correto dos termos, compete também ao ensino criar e desenvolver as competências necessárias para a sua operacionalidade. Esta investigação pretende contribuir para a autoformação de professores, nomeadamente de professores de Física e Química, em educação para o desenvolvimento sustentável. Pretende que os professores, e aqueles que beneficiam da sua ação, possam ser cidadãos críticos e responsáveis, numa sociedade local e simultaneamente global, que vive num tempo concreto mas, cada vez mais, consciente das repercussões futuras das suas ações e decisões. Tendo por base este objetivo criou-se uma comunidade de prática virtual constituída por professores de Física e Química de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa. A formação em educação para o desenvolvimento sustentável constituiu o domínio da comunidade de prática. A água foi o tema motivador e aglutinador, pois sendo essencial à vida, torna-se no contexto educativo, e concretamente em educação para o desenvolvimento sustentável, num desafio ético, simultaneamente social, económico, ambiental e político. A prática reflexiva constituiu uma ferramenta fundamental da atividade da comunidade. Da análise da prática desta comunidade, que constituiu o objeto desta investigação, verificámos que os diferentes contextos geográficos, educacionais, culturais e de desenvolvimento dos professores proporcionaram uma participação diversificada na comunidade de prática. Esta participação permitiu, aos membros da referida comunidade, a criação e/ou o desenvolvimento das competências requeridas em educação para o desenvolvimento sustentável. Apesar da pertinência do tema confrontámo-nos com a falta de projetos de investigação semelhantes ao desta investigação, o que constituiu um maior desafio à sua realização.
- A educação ambiental formal e não formal nas escolas portuguesas : duas propostas de intervenção no Ensino BásicoPublication . Fernandes, Alexandra Sofia Quintas; Azeiteiro, Ulisses; Ferreira, Manuela Malheiro; Pereira, Mário JorgeA presente investigação compreendeu dois estudos e pretendeu desenvolver actividades de Educação Ambiental no Ensino Básico, uma vez que se trata de uma temática importante no desenvolvimento dos alunos enquanto cidadãos activos e responsáveis pelo Planeta e pelo seu Desenvolvimento Sustentável. Contudo, a concretização deste objectivo depende directamente de estratégias que promovam uma correcta transferência de conteúdos para o quotidiano dos alunos. No estudo 1 pretendeu-se comparar a aquisição de conhecimentos científicos, entre dois grupos de alunos (experimental e controlo), do 8º ano de escolaridade sujeitos a estratégias de ensino diferentes para os conteúdos programáticos, Perturbação no equilíbrio dos ecossistemas e Gestão sustentável dos recursos (Educação Ambiental Formal). O estudo decorreu ao longo de três anos lectivos (2003/04, 2004/05 e 2005/06), em três escolas com contextos e ambientes diferenciados. Os grupos experimentais, três turmas (23, 19 e 22 alunos), desenvolveram trabalho de projecto, enquanto que a estratégia utilizada com os grupos de controlo, três turmas (22, 18 e 22 alunos), foi totalmente desenvolvida numa sala de aula sem recurso a actividades práticas. Para comparar a influência das duas actividades na aquisição de conhecimentos científicos, foi elaborado um questionário, cuja aplicação foi efectuada antes, após a leccionação dos conteúdos e algum tempo após o terminus da mesma, a todos os grupos. Os grupos foram comparadas através dos testes não-paramétricos de Friedman e de Mann-Whitney. Verificaram-se alterações nos conhecimentos científicos em todos os grupos, no entanto na maioria deles não se revelaram mudanças estáveis e efectivamente duradoiras. Assim é possível concluir que: (1) os alunos têm dificuldade em fazer a translação de conceitos científicos das áreas disciplinares para o seu quotidiano; (2) as respostas dos alunos são independentes de factores externos como sexo, idade, habilitações académicas dos pais e localização geográfica. No estudo 2 pretendeu-se descrever uma investigação efectuada numa escola onde se desenvolveu um projecto de Educação Ambiental (Educação Ambiental Não Formal). O estudo pretendeu avaliar a pertinência da realização de Projectos de Educação Ambiental, com recurso a clubes de ambiente e a acções trans e interdiciplinares. Com este intuito compararam-se duas escolas de uma mesma região, com dimensão e características socioeconómicas semelhantes, na Escola B desenvolveu-se o Projecto de vi Educação Ambiental (grupo experimental, 302 alunos) na Escola A não ocorreu qualquer acção de Educação Ambiental (grupo de controlo, 314 alunos). Para comparar a influência do desenvolvimento do Projecto de Educação Ambiental, na aquisição de conhecimentos e na atitude dos alunos relativamente a questões ambientais, foi elaborado um questionário, cuja aplicação foi efectuada, no início do ano lectivo (préteste) e no final do ano lectivo (pós-teste), a ambos os grupos. Os grupos foram comparadas através dos testes não-paramétricos de Wilcoxon e de Mann-Whitney, sendo possível rejeitar a hipótese nula e considerar que existem diferenças estatisticamente significativas entre a realização de um projecto de Educação Ambiental e o comportamento dos alunos. Para além dos resultados estatísticos significantes considera-se também que o Projecto desenvolvido foi muito positivo uma vez que a maioria dos alunos revelou entusiasmo, motivação e empenho nas diferentes actividades desenvolvidas. Assim é possível concluir com a presente investigação que o desenvolvimento de acções de Educação Ambiental Formal e Não Formal: (1) promovem a aquisição de competências importantes para a vida futura; (2) têm a potencialidade de melhorar não só a aquisição de conhecimentos, mas também a mudança de atitudes mais consentâneas com o desenvolvimento sustentável.