Relações Interculturais
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Browsing Relações Interculturais by Sustainable Development Goals (SDG) "10:Reduzir as Desigualdades"
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- Língua gestual portuguesa e processos de criação de uma subcultura específica: o caso da comunidade surda portuguesaPublication . Lopes, Paula Maria da Costa; Caetano, João Relvão; Vidal, NunoIntrodução: Esta tese, intitulada “Língua Gestual Portuguesa e Processos de Criação de uma Subcultura Específica: O caso da comunidade surda portuguesa”, realizou-se no âmbito do Doutoramento em Relações Interculturais da Universidade Aberta. O seu objetivo geral é estudar o pensamento e o sentimento da comunidade surda portuguesa, que se considera detentora de uma subcultura específica resultante de uma língua gestual própria. A perseguição às pessoas surdas, caso comunicassem na sua língua natural, condicionou o seu acesso ao ensino – em particular ao ensino superior – implicando resultados desastrosos no acesso à informação e na integração social. Apesar disso, foi possível a construção de uma língua gestual própria reconhecida politicamente. Esse foi um marco importante, pois o desenvolvimento de um sistema linguístico reflete as relações sociais e políticas dos seus utilizadores, fortificando os laços de identificação do grupo, a autoestima e o sentimento de comunidade. Metodologia: Foi realizado um estudo de caso, com uma amostra de conveniência enquadrada nos critérios de inclusão. Foi utilizado um questionário sociodemográfico e uma escala validada para português. Resultados e Discussão: Este estudo, com suporte na revisão da literatura e nos resultados obtidos, permitiu verificar que os indivíduos surdos se reconhecem como pessoas diferenciadas e consideram a sua comunidade como produtora de uma cultura própria. Conclusão: Constatou-se a existência de um processo histórico de luta dos surdos em Portugal, contra a sua exclusão social e pela afirmação da língua gestual portuguesa. Concluiu-se ainda que os estudos surdos não estão explorados em Portugal, sendo pertinente investigar neste campo.
- Migração e saúde: estratégias e gestão dos cuidados de saúde e doença dos refugiados em Maratane, Nampula, norte de MoçambiquePublication . Muianga, Baltazar Samuel; Bäckström, BárbaraA presente investigação reflete sobre a problemática das migrações forçadas na sua interface com a saúde e incide, particularmente, sobre a autogestão de saúde e doença que os refugiados acionam por forma a superar as barreiras estruturais no acesso a estes serviços. Esta pesquisa analisou o quotidiano dos refugiados residentes no Centro de Maratane, na província de Nampula, no norte de Moçambique. Para o efeito, seguiu-se uma triangulação teórica, cruzando as abordagens sociológicas das migrações e saúde, articuladas com a sócio-antropologia da saúde/doença. Parte-se da presunção de que em função dos constrangimentos estruturais e socioculturais que condicionam a prestação e acesso aos serviços de saúde para os refugiados, estes servem-se do seu “capital social” para gerir situações de risco de saúde, usando outras soluções terapêuticas diferentes do Sistema Nacional de Saúde. Realça-se ainda que os refugiados recorrem ao seu “capital económico” para aceder os cuidados de saúde, prestados pelo Sistema Nacional de Saúde, seja público ou privado. Em termos metodológicos, a investigação orientou-se pela abordagem qualitativa, considerando uma amostra de 59 participantes que foram selecionados na base de acessibilidade. Os participantes foram refugiados provenientes de países africanos, sobretudo Burundi, República Democrática do Congo, Ruanda e Somália. Para a recolha de dados, usouse as entrevistas semiestruturadas, os grupos focais e a observação direta. Em relação à análise dos dados, foi usada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados revelam que os refugiados enfrentam dois níveis de barreiras estruturais no acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente as internas e externas. As barreiras internas resumem-se nas fragilidades estruturais inerentes aos serviços de saúde no Centro de Maratane, onde se destaca a falta de um Banco de Sangue, a insuficiência de recursos materiais e de serviços médico-cirúrgico, a falta de medicamentos, a morosidade no atendimento e a ausência de serviços de saúde mental, que são cruciais para a reabilitação psicosocial dos refugiados. As barreiras externas consistem na inacessibilidade geográfica da região, com maior índole para os fatores de ordem económica, a ineficaz inserção comunitária, a fraca integração social e os constrangimentos socioculturais, em particular os problemas linguísticos e de comunicação que condicionam a relação entre os refugiados, o pessoal médico e os intérpretes da Unidade Sanitária local. Devido a estes constrangimentos, os refugiados recorrem a medicina moderna e a outras “medicinas” paralelas caracterizadas por práticas terapêuticas alternativas para a autogestão da sua saúde, destacando-se, por um lado, o recurso a uma pluralidade de sistemas de saúde, designadamente o folclórico, o popular e a automedicação, acionados através das suas interações sociais quotidianas, que incluem ações de autocuidado de “senso comum”, o capital social/ubuntu/ e as redes de solidariedade baseadas nas amizades, na familiaridade e na identidade étnico - cultural.
- Ordo AB Chao: diálogos sobre os direitos humanosPublication . Pires, Rui Miguel Borges; Caetano, João Relvão; Vidal, NunoA presente investigação procede a uma incursão pela História, Antropologia, Filosofia, Política e Direito, a fim de discutir a importância dos Direitos Humanos como gramática e fundamento do Estado de Direito e da Democracia na Europa, assim como também no mundo com o qual a Europa se relaciona. Dando-se especial atenção ao que se passa na União Europeia, procura definir-se uma fórmula que possibilite responder ao objetivo político e cultural de uma Europa unida, em torno de valores e princípios, permitindo-lhe dar respostas eficazes aos problemas complexos que enfrenta e que fazem as pessoas, mais do que crer, descrer da viabilidade do projeto de construção europeia. Nesta investigação, discutem-se as diferentes conceções de Direitos Humanos, dentro e fora da Europa (em particular da União Europeia) e da civilização ocidental, dando-se especial atenção à discussão sobre o caráter universal ou particular dos Direitos Humanos, assim como aos grandes desafios colocados pelo multiculturalismo e perspetivas afins ou concorrentes. O ponto central da investigação passa por perceber que tipo de respostas podem ser dadas ao desejo de construção de uma Europa unida, próspera e solidária.