Educação | Education
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- Clima escolar, satisfação, stresse profissional e colaboração entre professores : que relações?Publication . Silva, José Maria de Castro; Amante, LúciaA presente investigação reporta os resultados de dois estudos realizados cujo objectivo principal consistiu em analisar as relações entre clima escolar, stresse, satisfação e colaboração entre professores. Os dados foram recolhidos junto de uma amostra aleatória de 474 professores do 2º e 3º ciclos e secundário. O recurso a uma abordagem combinada envolvendo análise de dados quantitativos, por intermédio de testes de regressão linear e múltipla, e dados qualitativos, permitiu concluir que: 1) o clima, por via da influência dos factores ‘apoio informativo’ e ‘apoio ao desenvolvimento profissional’, é preditor do envolvimento e interesse pela colaboração; 2) a satisfação profissional, mensurada por via das ‘condições de trabalho’, prevê o envolvimento em práticas colaborativas e interesse pela colaboração; 3) o stresse profissional, por via dos stressores ‘gestão do tempo’ e ‘recursos e condições de trabalho’, é preditor do interesse pela colaboração; 4) a combinação dos preditores clima, stresse, satisfação revela que apenas o clima escolar exerce influência sobre as práticas colaborativas e interesse pela colaboração por parte dos professores inquiridos. Estes dados globais são discutidos à luz dos quadros teóricos consultados e por comparação com dados encontrados por investigações anteriores. Também são discutidas as implicações dos resultados obtidos.
- Estilos e perfis de líderes intermédios na escola com funções de avaliação de desempenho docentePublication . Ricardo, Luís; Henriques, Susana; Seabra, FilipaDentro do tema lideranças escolares pretendeu encontrar-se, através da investigação que aqui se apresenta, o perfil e o estilo de líderes intermédios que tiveram a função de avaliar o desempenho dos docentes. Procurou fazer-se uma distinção entre estes dois conceitos (estilo e perfil) uma vez que, neste estudo e de uma forma geral entendido pelos autores e legislação que o consubstanciam, existe essa diferença. Assim, estilo de liderança foi ligado às características do comportamento do líder influenciadas pelos mais diversos fatores onde se incluem os traços de personalidade dos intervenientes, os seus estádios, as suas maturidades, as condições da organização, ou mesmo, imposições feitas pelo líder de topo (ou Lei), ou seja, estilo de liderança foi diretamente ligado à forma como se exerceu o cargo. E perfil de liderança foi relacionado predominantemente com as características profissionais/académicas existentes/exigidas, ou seja, com a definição de um status, ou currículo, para se poder exercer o cargo. Este estudo focalizou-se na legislação mais recente (DR n.º 26/2012) que estabeleceu as novas regras da Avaliação do Desempenho Docente (ADD) tendo sido, inevitavelmente, abordado também com algum ênfase o anterior modelo (DR n.º 2/2010) pois foi a partir daqui que um novo paradigma da ADD se começou a definir em Portugal. Limitou-se a Escolas com diferentes dimensões e características numa zona geográfica a um nível distrital (Leiria - Portugal) e que contivessem simultaneamente o 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário. Para dar cumprimento aos objetivos do trabalho fez-se uma triangulação de metodologias qualitativas e quantitativas através de uma análise documental (1ª fase do trabalho), observação participante, inquéritos por entrevista (2ª fase) e inquéritos por questionário (3ª fase) dirigidos aos líderes de topo da unidade Escola, aos seus líderes intermédios que têm a função de avaliar o desempenho docente e dirigidos também aos respetivos avaliados recorrendo a uma amostra da população em estudo. Encontraram-se três perfis de avaliador de desempenho docente distintos: o desejado pelos autores de referência e pelos próprios envolvidos na ADD, o institucional emanado pela legislação e o real que atuou no terreno. Relativamente ao estilo deste líder observou-se que se aproximava predominantemente de um “deixa andar” não intencional onde a predisposição para um estilo colaborativo pareceu ser o mais natural. A falta de informação e de formação por parte do líder de topo, as obrigações legais e a manutenção da camaradagem entre o avaliador e o avaliado condicionaram as suas posturas. Apontam-se ainda várias perspetivas relativamente a todo o processo da ADD.
- As tecnologias no ensino das ciências aos cursos profissionalizantes : inovações pedagógicas emergentesPublication . Costa, Henriqueta Silva; Oliveira, IsolinaOs alunos que frequentam hoje em dia o ensino secundário adquiriram já, ao longo da sua vida, no meio escolar e no ambiente familiar, importantes conhecimentos tecnológicos. Assim, a literacia digital é, cada vez mais, uma realidade que entra todos os dias na escola em vez de um processo a ser iniciado por esta. Tecnologia e ciência andam a par e a familiaridade dos alunos com a primeira pode e deve ser utilizada pelos professores para motivar para a aprendizagem das ciências mas, sobretudo, para desenvolver com os seus alunos novos processos de ensino e aprendizagem. O presente estudo identifica inovações pedagógicas com recurso às tecnologias que os professores de ciências dos cursos de natureza profissionalizante implementam e dá a conhecer os papéis de professores, alunos, direções executivas e contexto escolar na facilitação do desenvolvimento destas inovações. A nossa investigação, integrada num paradigma qualitativo, apresenta-se como um estudo de caso múltiplo constituído pelo estudo cruzado de três escolas da Região Autónoma da Madeira, uma escola urbana, uma escola suburbana e uma escola rural integradas em contextos sócio-económicos muito distintos. O trabalho de campo desenvolveu-se ao longo do ano letivo 2011/2012 e consistiu na realização de entrevistas aos professores de ciências e às direções executivas das escolas participantes, à observação de aulas, aplicação de questionários e análise documental. Com este estudo verificou-se que ambos professores e alunos assumem a importante contribuição da tecnologia em significativas mudanças nos processos de ensino aprendizagem nomeadamente na promoção da aprendizagem centrada no aluno e do trabalho colaborativo. Os resultados apontam para a importância das lideranças escolares, do desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e do contexto sociocultural em que se integram as escolas na implementação das referidas inovações.
- Recriar espaços e ambientes de aprendizagem : uma nova perspectiva sobre as comunidades virtuais de aprendizagem para jovensPublication . Monteiro, Vera; Pereira, AldaA presente investigação procurou estudar a influência que as comunidades virtuais, enquanto espaços de comunicação e interação alargada, livres de muitos dos constrangimentos escolares, podem ter na aprendizagem dos jovens e na formação de aprendentes ao longo da vida. A investigação incidiu sobre a comunidade Web 2.0 “FQ em rede”, destinada aos jovens. Em particular, aos alunos (e professores) de Física e Química do ensino secundário, porém aberta a todos os interessados. Ao apoiar e suplementar a atividade escolar formal, a comunidade operou nas fronteiras formal/informal e escola/sociedade. Para analisar as dinâmicas emergentes elaborámos uma moldura teórica assente em três grandes correntes: conectivismo, criação de valor em comunidades e redes e teoria da atividade, acomodando focos de análise desde o nível macro (rede) ao micro (individual). O trabalho desenvolveu-se segundo a metodologia de design-based research. Ao longo de três anos de investigação, a comunidade foi sucessivamente redesenhada e reinventada, em conjunto com os participantes, procurando ir de encontro aos seus interesses e necessidades. Para além das analytics do site da comunidade e do perfil dos seus membros, foram aplicados questionários online anuais e realizadas entrevistas semiestruturadas finais. Recorremos ainda à análise sociométrica de redes sociais, para estudar os padrões de interação e participação dos atores nos vários fóruns de discussão. As diversas fontes de dados, técnicas de recolha e de análise usadas sustentaram o processo de triangulação metodológica, conferindo credibilidade aos resultados obtidos. Por operar na interface formal/informal e escola/instituições científicas, a FQ em rede constituiu-se como um switcher entre várias redes estratégicas. Da investigação ficou evidente que a escola tem na imersão em comunidades virtuais de aprendizagem, como a FQ em rede, a chave para iniciar os alunos em atividades de aprendizagem alicerçadas em processos sociais de conexão e participação, que fluem entre sistemas formais e informais, em torno de conteúdo científico. Fica evidente a necessidade de associar escola e comunidades virtuais, configurando um sistema de aprendizagem mais harmonioso, em que as generosidades parciais dos indivíduos, os seus interesses pessoais e a aprendizagem formal se integrem de forma sinérgica, limitando contradições. Esta integração configura uma ecologia de aprendizagem em sintonia com as necessidades educativas contemporâneas: desenvolver o gosto por aprender e aprender a aprender.
- Estilo(s) de liderança dos diretores em escolas públicas não agrupadas no ensino secundário da região do AlentejoPublication . Inocêncio, Serafim António Martins; Grave-Resendes, LídiaEsta investigação tem como principal objetivo, identificar e caraterizar o estilo(s) de liderança dos diretores em oito escolas secundárias não agrupadas da região do Alentejo, pretendendo compreender a forma como os docentes, os assistentes operacionais e técnicos das escolas em estudo avaliam os comportamentos apresentados pelo Diretor(a) na sua organização escolar através das suas perceções, bem como o modo como essa liderança é percecionada pelos seus diretores. Para tal, tentámos delinear um caminho lógico para a nossa investigação, tendo como referencial teórico as principais teorias nas organizações e as diferentes abordagens sobre as imagens organizacionais da escola. Para analisar e refletir sobre a problemática da liderança nas organizações educativas, considerámos ser necessário realizar uma abordagem normativa da gestão escolar em Portugal, desde a reforma educacional de Veiga Simão, até os nossos dias. Por fim, refletimos sobre a evolução histórica das abordagens conceptuais ao estudo da liderança, bem como a liderança nas organizações educativas que, através da sua análise, nos ilustrasse sobre as diversas perspetivas de liderança, suas abordagens e estilos, dando maior relevância à temática da liderança transformacional, transacional, laissez-faire e liderança escolar. Em termos metodológicos, optámos por um estudo de caso múltiplo, envolvendo uma dimensão qualitativa de cariz essencialmente descritivo/interpretativo, que privilegiámos, e outra quantitativa, que se traduziu numa mais-valia para a investigação. O instrumento de recolha de dados aplicado foi o Multifactor Leadership Questionnaire (MLQ-5x), da autoria de Bruce Avolio e Bernard Bass (2004) e entrevistámos os oito diretores. A partir dos dados apresentados e discutidos nesta investigação, tendo como referencial o quadro teórico proposto, identificámos o estilo de liderança transformacional como o mais utilizado pelos diretores das escolas, seguido do transacional e como o menos utilizado o laissez-faire, considerando o mais recente quadro legislativo que aprova o regime de autonomia, administração e gestão das escolas públicas em Portugal.
- Comunidades de aprendizagem : a importância dos processos colaborativos de liderançaPublication . Catela, Hermengarda Mafalda de Sousa Prego; Pereira, AldaNum contexto social caracterizado pela globalização, revela-se essencial o desenvolvimento de modelos e estratégias que procurem dar resposta aos diversificados desafios lançados às instituições educativas. A melhoria dos processos de ensino e aprendizagem exige a realização de procedimentos de pesquisa e análise em torno de diferentes realidades educativas no sentido do conhecimento, compreensão e partilha de práticas que possam contribuir para a construção de uma escola de sucesso para todos. Ao encontro desta linha de pensamento, analisamos no presente trabalho uma comunidade de aprendizagem implementada de acordo com o modelo desenvolvido pelo Centro Especial de Investigación en Teorías y Prácticas Superadoras de Desigualdades da Universidade de Barcelona, atualmente em execução em diversas escolas de Espanha, Brasil e Chile. O estudo foi realizado ao longo de cinco anos letivos, de 2007/2008 a 2011/2012, numa escola rural situada no interior de Espanha, a escola de Ariño, cujo projeto de transformação em comunidade de aprendizagem teve início no ano letivo 2002/2003. A investigação consistiu em compreender os fatores que se encontram na origem do desenvolvimento e sustentabilidade do projeto centrando a análise nas dimensões de organização e desenvolvimento da comunidade de aprendizagem e dos processos de colaboração, cooperação e liderança. A realização deste estudo permitiu-nos descrever e compreender um modelo de organização e atuação educativa dotado de características próprias e cujos efeitos, de acordo com os dados obtidos, parecem ir ao encontro das aspirações dos seus protagonistas. Os resultados da investigação apontam para a existência de fatores que determinam o sucesso de implementação e desenvolvimento da comunidade de aprendizagem, apontando o recurso à colaboração dos diversos intervenientes na dinâmica educativa e a presença de uma liderança ativa como dimensões fundamentais na sustentabilidade do projeto.
- Comunidades virtuais de prática : contextos educacional, profissional e sociedade civilPublication . Rocha, Maria Antonieta; Pereira, AldaFace à atual ecologia da Web 2.0 e poder da Rede global, o presente estudo desenvolve uma análise da importância e enriquecimento que verdadeiras comunidades virtuais de prática potenciam bem como, a fim de que possam ser disseminadas, averigua as suas características e boas práticas em três diferentes contextos: educacional, profissional e sociedade civil. As opções metodológicas da nossa investigação recaíram na adoção de uma abordagem qualitativa e estudos de caso múltiplos. Relativamente à recolha de dados optámos inicialmente pela observação à dinâmica das sete comunidades a que se seguiram entrevistas semi-diretivas e um questionário online aos membros de todas as comunidades estudadas. A análise efetuada evidenciou que, das sete comunidades estudadas, apenas a comunidade em contexto educacional e as duas em contexto profissional se afiguram como comunidades virtuais de prática. Constatou-se ainda que no contexto da sociedade civil, ao invés de comunidades virtuais de prática, encontrámos uma tendência para a existência de redes. Emergiu da análise dos casos estudados que para a formação e proliferação de uma comunidade virtual de prática – identificada no contexto educacional e profissional - é determinante a vontade expressa de um conjunto de indivíduos que se identifiquem, entre si, e com um domínio reconhecido como relevante num espaço sem hierarquia explícita, não tutelar nem tutelado, sem demasiada estruturação. A resposta à dúvida colocada como a partilha de experiência assume-se fundamental para alimentar estas comunidades. Verificámos ainda que, para que uma comunidade virtual de prática seja dinâmica e possa proliferar, importa ter em conta alguns aspetos: (a) rejeição de controlo; (b) democracia; (c) liderança horizontal e partilhada; (d) estruturação moderada; (e) tecnologia facilitadora de interação e dinâmica; (f) conhecimento anterior entre alguns membros. Por último, constatámos a importância de comunidades virtuais de prática constituídas por pares, fora de controlo empresarial ou tutelar, mas antes enquanto formas organizativas informais. Com efeito, estas propiciam a partilha e discussão das temáticas e atividades inerentes a cada carreira profissional.
- A dimensão da escola conta? : um estudo de caso múltiplo sobre os efeitos da fusão de agrupamentos de escolas no seu capital socialPublication . Mesquita, Magda Pinto Elyseu; Oliveira, IsolinaA constituição de agrupamentos de escolas de grandes dimensões iniciada com a publicação da Resolução de Conselho de Ministros nº 44/2010, de 14 de junho, originou alguma convulsão um pouco por todo o país pelas profundas mudanças que viria a impor à gestão e administração dos estabelecimentos públicos de ensino. Nesta investigação procurou compreender-se as consequências da agregação de agrupamentos de escolas na qualidade das relações entre a direção e os professores, nas relações profissionais entre pares e no grau de participação dos docentes na vida do agrupamento. O estudo encontra enquadramento teórico na noção de capital social, aplicada no entendimento dos benefícios decorrentes dos laços criados entre indivíduos de um mesmo grupo ou rede relacional, tendo por base princípios como a confiança e a reciprocidade. A pesquisa empírica incidiu sobre três agrupamentos de escolas da zona centro de Portugal e recorreu a entrevistas aos respetivos Diretores, à aplicação de um inquérito por questionário ao seu corpo docente e à análise documental. O objeto de investigação foi analisado sob três variáveis (os efeitos da agregação dos agrupamentos nas relações entre o/a Diretor/a e o corpo docente, os efeitos da agregação dos agrupamentos nas relações docentes interpares e os efeitos da agregação no envolvimento e participação dos professores na vida da escola). Embora na perspetiva dos sujeitos participantes na investigação as relações entre diretor e professores, bem como as relações docentes interpares, não tenham sofrido mudanças significativas, o grau de envolvimento e de participação na vida da escola diminuiu por força das circunstâncias criadas pela criação do “mega-agrupamento”.
- Desenvolvimento da literacia estatística : uma abordagem no 3º cicloPublication . Campelos, Sandra; Moreira, DarlindaEste estudo consiste num projeto de intervenção, implementado em três fases e que incidiu sobre os três anos que integram o 3º ciclo do Ensino Básico. Foi delineado com os objetivos de: caracterizar o sentido crítico e o pensamento estatístico dos alunos, face a dados provenientes de diferentes contextos disciplinares e do quotidiano; identificar as principais dificuldades encontradas pelos alunos ao interpretarem e produzirem informação estatística, no final do terceiro ciclo; e fornecer pistas sobre as ferramentas didáticas que poderão ser utilizadas para desenvolver as capacidades de interpretação e comunicação neste domínio. O design da investigação, apoiou-se numa metodologia de design experiments, e teve por base o mesmo grupo de alunos, acompanhados do 7º ao 9º ano de escolaridade, tendo a investigadora assumido também o papel de professora. Na primeira fase, implementaram-se três tarefas que procuraram, sobretudo, detetar potenciais dificuldades ao nível da organização e interpretação de dados fictícios e aplicados ao contexto do quotidiano; na segunda fase, as três tarefas implementadas tiveram, como objetivos principais analisar a capacidade de realização de um estudo estatístico e a capacidade de aplicação da Estatística a diferentes contextos; na terceira fase, as Probabilidades surgem destacadas, no sentido de compreender a literacia estocástica evidenciada pelos alunos. O estudo permite concluir que trabalhos estatísticos favorecendo a interação entre pares se revelam profícuos, assim como a utilização de dados reais, nomeadamente visando outros contextos académicos, o que vai de encontro às ideias de outros investigadores mencionados na contextualização teórica. Ao longo do estudo foram detetadas melhorias significativas ao nível do sentido crítico e do pensamento estatístico dos alunos. Embora ainda persistam algumas insuficiências, quando os dados pertencem a outros contextos académicos, constataram-se melhorias acentuadas ao nível da interpretação em contexto estatístico relacionado com o quotidiano, bem como na performance oral e escrita dos alunos, ao nível da comunicação e argumentação, em situações de debate.
- Fatores interculturais no envelhecimento autónomo : estudo de um grupo de seniores residentes na área urbana de Viana do CasteloPublication . Cachadinha, Manuela Benvinda Vieira Gomes Cachadinha; Ferreira, Manuela Malheiro; Carmo, HermanoNas sociedades atuais a educação assume um papel de importância estratégica. A literatura na área das ciências sociais e das ciências da educação coloca em evidência a importância da educação ao longo da vida. Também se verifica que outros dois fenómenos caraterizam as sociedades do presente: o envelhecimento demográfico crescente e a globalização económica e cultural que se expande a todas as áreas do mundo. A globalização implica, entre outras coisas, um movimento intenso de mercadorias e de pessoas que migram para diferentes pontos do globo. Portugal tem uma população com vasta experiência migratória e tem também uma população cada vez mais envelhecida. Neste contexto, a reflexão sobre as implicações sociais, políticas e educativas do envelhecimento revela-se crucial. Uma das referidas implicações relaciona-se com a importância da manutenção da autonomia funcional e social por parte dos que envelhecem por forma a não se transformarem num problema social e político. Para a manutenção da autonomia, a educação ao longo da vida assume atualmente uma importância fundamental. A educação pode permitir aos seniores adaptarem-se à sociedade da informação (e ao mundo globalizado), contribui para a manutenção de níveis elevados de atividade e para um envelhecimento bem-sucedido. A nossa investigação tem como objetivo geral perceber em que medida as diferentes experiências socioculturais e as características educativas, advindas da migração durante a vida, se relacionam com as vivências diárias autónomas de um grupo de seniores selecionados. No nosso trabalho, começamos por fazer uma revisão da literatura mais relevante sobre envelhecimento, sobre educação e sobre interculturalidade. Durante a investigação empírica entrevistamos um conjunto de seniores com experiência migratória e que estão a residir atualmente na zona urbana de Viana do Castelo. Os nossos entrevistados produziram narrativas que nos permitiram perceber os motivos da sua partida, que falam da sua experiência migratória e intercultural que retratam a forma como vivem atualmente e o que pensam sobre a sua vida. Concluímos que a experiência intercultural influência o envelhecimento autónomo.