Browsing by Author "Teixeira, Leônia Cavalcante"
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- Adolescência e saúde: corpo, comunicação e mediaPublication . Teixeira, Leônia Cavalcante; Ramos, NatáliaO adolescer instaura desafios ao sujeito em sofrimento quanto às vivências do seu corpo, às relações com os seus pares e com as vivências da temporalidade e da espacialidade. A experiência corporal constitui um dos aspetos mais prementes que se colocam em cena na contemporaneidade, especialmente no momento da passagem adolescente, que não se resume ao momento da adolescência como fase do desenvolvimento, mas abrange operações psíquicas de abandono das posições infantis e de conquista de posições adultas, que têm no laço social os seus suportes. Objetivamos investigar os fenómenos que envolvem a constituição da corporalidade e a sua representação, como operador teórico-clínico da passagem adolescente, a partir da análise das repercussões dos media, privilegiando as representações da figura feminina perpassadas em capas de revistas brasileiras de circulação nacional. Foram analisadas, através do método qualitativo de análise de conteúdo, capas de revista de dois periódicos semanais brasileiros de 2008 e 2009. As representações do corpo coincidem com os padrões hegemónicos divulgados pelos meios de comunicação social, sendo constante a associação beleza e saúde e, não menos frequente, beleza (aparência, magreza, corpo longilíneo), saúde (qualidade de vida, estilo de vida, prevenção de patologias) e poder (consumo, status). Como referências teóricas, elegemos as interfaces entre os saberes antropológicos, psicossociológicos, comunicacionais e artísticos, privilegiando a perspetiva metodológica interdisciplinar, tendo como eixo norteador a subjetividade. Muitas adolescentes, atraídas pelos valores que os media atribuem à imagem magra na nossa sociedade, encontram-se permanentemente em torno de dietas, exercícios e espelhos, buscando identidade e desejando reconhecer-se através de uma imagem colocada como poderosa e onde a ideologia da magreza parece soar mais forte e não é suficiente ser saudável. A supervalorização corporal contemporânea e a escassez de possibilidades de mediação simbólica em função do esmaecimento das instituições familiares e sociais que não mais norteiam o sujeito, não mais constituindo referências subjetivas, despertam a atenção para as repercussões no corpo e suas vicissitudes adolescentes. As representações de corpo figuradas nos media podem ser consideradas como paradigmáticas dos conflitos e subjetividades contemporâneas, especialmente quanto ao adolescer e à constituição da corporalidade, já que neles prevalecem os arquétipos hegemónicos da saúde e da beleza associadas à aparência, ao desempenho físico e aos modelos culturais.
- Representações da adolescência em produções científicas: indicativos para programas de intervençãoPublication . Teixeira, Leônia Cavalcante; Ramos, NatáliaA adolescência constitui temática relevante nos estudos e intervenções em saúde pública e mental, apresentando desafios para especialistas de vários campos de saber, como a psicologia, antropologia e sociologia, comunicação, medicina e psicanálise, já que é considerada um paradigma da condição subjetiva contemporânea. Este trabalho focalizou representações da adolescência em produções científicas brasileiras. Constatamos a hegemonia de visões sobre o/a adolescente centradas na noção de risco, particularmente problemáticas relacionadas à toxicodependência, à gravidez, às doenças sexualmente transmissíveis, aos desajustes escolares e aos atos delinquentes, bem como à violência e aos conflitos com a família, sobretudo com os pais e com os pares, seja na família, na escola ou na comunidade. Um tema extremamente recorrente foi o da gravidez na adolescência, sendo destacados aspetos relativos à sexualidade, à anticoncepção, ao apoio pré-natal e às relações intergeracionais entre mães e filhas adolescentes grávidas. As questões sobre a adolescência mostram-se em constante evidência ao estarem implicadas como população alvo de organismos do governo e de órgãos não governamentais, dada a representação que têm da crise adolescente tida como uma questão social que deve merecer a atenção pública.
- Sobre o ethos na educação : dialogando com Kohlberg, Habermas e Boaventura de Sousa SantosPublication . Teixeira, Leônia Cavalcante; Ramos, NatáliaO momento civilizatório actual define-se como de crise epistêmica, antropológica, ontológica e ética. Ratificando o espaço educacional como locus privilegiado de constituição de subjetividades, o acento deste estudo recai sobre as concepções de Kohlberg, Habermas e Boaventura de Sousa Santos. As articulações entre filosofia, sociologia e educação iluminam a escola como território de construção subjetiva pela via da interdisciplinaridade. Habermas, em diálogo com a teoria kohlberguiana do julgamento moral, questiona o tecnicismo ao retomar uma ética iluminista cosmopolita emancipatória. Baseando-se na consideração da actualidade como momento de transição paradigmática, Santos posiciona-se contra as perspectivas iluministas antropológica, epistêmica e ética, propondo cartografias da experiência subjectiva que visem à emancipação por um ethos que se norteie pelo senso comum solidário. A discussão entre os autores dar-se-á considerando as relações entre ética e subjectividade no campo da educação, privilegiando os lugares do ensino-aprendizagem e do educador na instituição escolar.
- Sobre o ethos na educação: dialogando com Kohlberg, Habermas e Boaventura de Sousa SantosPublication . Teixeira, Leônia Cavalcante; Ramos, NatáliaO momento civilizatório atual define-se como de crise epistémica, antropológica, ontológica e ética. Ratificando o espaço educacional como locus privilegiado de constituição de subjetividades, este estudo centra-se sobre as conceções de Kohlberg, Habermas e Boaventura de Sousa Santos. As articulações entre filosofia, sociologia e educação iluminam a escola como território de construção subjetiva pela via da interdisciplinaridade. Habermas, em diálogo com a teoria kohlberguiana do julgamento moral, questiona o tecnicismo ao retomar uma ética iluminista cosmopolita emancipatória. Baseando-se na consideração da atualidade como momento de transição paradigmática, Santos posiciona-se contra as perspetivas iluministas antropológica, epistêmica e ética, propondo cartografias da experiência subjetiva que conduzam à emancipação por um ethos que se norteie pelo senso comum solidário. A discussão entre os autores dar-se-á considerando as relações entre ética e subjetividade no campo da educação, privilegiando os lugares do ensino-aprendizagem e do educador na instituição escolar. Mesmo a partir de perspetivas teóricas distintas, Habermas, apoiando-se em Kohlberg, e Santos afirmam-se como solidários à ideia de movimento, de emancipação e de resistência sociais, vislumbrando espaços de acolhimento da estranheza e pluralidade que caracterizam o alteritário, inclusive aí situando possibilidades de mudanças. Ao reivindicar-se um ethos para a educação, insiste-se na instituição educacional como locus forjador de subjetividades, acolhedor das diversidades, pluralidades, interculturalidades e vicissitudes humanas, da heterogeneidade, da singularidade, da diferença, da ambivalência, da contradição e do paradoxo que marcam o sujeito que, de modo algum, se reduz ao racional, ao biológico e ao homogéneo. Há que acolher uma mudança paradigmática no campo da educação, tanto epistemológica quanto metodológica, onde profissionais, familiares, alunos e sociedade em geral possam construir modelos de pertença do diferente, da diversidade e da complexidade na rede social e educacional.