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Abstract(s)
O adolescer instaura desafios ao sujeito em sofrimento quanto às vivências do seu corpo, às relações com os seus pares e com as vivências da temporalidade e da espacialidade. A experiência corporal constitui um dos aspetos mais prementes que se colocam em cena na contemporaneidade, especialmente no momento da passagem adolescente, que não se resume ao momento da adolescência como fase do desenvolvimento, mas abrange operações psíquicas de abandono das posições infantis e de conquista de posições adultas, que têm no laço social os seus suportes. Objetivamos investigar os fenómenos que envolvem a constituição da corporalidade e a sua representação, como operador teórico-clínico da passagem adolescente, a partir da análise das repercussões dos media, privilegiando as representações da figura feminina perpassadas em capas de revistas brasileiras de circulação nacional. Foram analisadas, através do método qualitativo de análise de conteúdo, capas de revista de dois periódicos semanais brasileiros de 2008 e 2009. As representações do corpo coincidem com os padrões hegemónicos divulgados pelos meios de comunicação social, sendo constante a associação beleza e saúde e, não menos frequente, beleza (aparência, magreza, corpo longilíneo), saúde (qualidade de vida, estilo de vida, prevenção de patologias) e poder (consumo, status). Como referências teóricas, elegemos as interfaces entre os saberes antropológicos, psicossociológicos, comunicacionais e artísticos, privilegiando a perspetiva metodológica interdisciplinar, tendo como eixo norteador a subjetividade. Muitas adolescentes, atraídas pelos valores que os media atribuem à imagem magra na nossa sociedade, encontram-se permanentemente em torno de dietas, exercícios e espelhos, buscando identidade e desejando reconhecer-se através de uma imagem colocada como poderosa e onde a ideologia da magreza parece soar mais forte e não é suficiente ser saudável. A supervalorização corporal contemporânea e a escassez de possibilidades de mediação simbólica em função do esmaecimento das instituições familiares e sociais que não mais norteiam o sujeito, não mais constituindo referências subjetivas, despertam a atenção para as repercussões no corpo e suas vicissitudes adolescentes. As representações de corpo figuradas nos media podem ser consideradas como paradigmáticas dos conflitos e subjetividades contemporâneas, especialmente quanto ao adolescer e à constituição da corporalidade, já que neles prevalecem os arquétipos hegemónicos da saúde e da beleza associadas à aparência, ao desempenho físico e aos modelos culturais.
Description
Keywords
Adolescência Adolescer Saúde Corpo Experiência corporal Representações do corpo Subjetividades Identidade Meios de comunicação social Comunicação Modelos culturais Imagem feminina Desenvolvimento Conflitos psíquicos
Citation
Teixeira, L., Ramos, N. (2010). Adolescência e saúde: corpo, comunicação e media. In I. Leal, J. Pais Ribeiro, M. Marques, F. Pimenta (Ed.). 8º Congresso Nacional de Psicologia da Saúde: Sexualidade, Género e Saúde. Lisboa: ISPA, p. 429-435
Publisher
Instituto Superior de Psicologia Aplicada/ISPA