Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPM
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPM by Author "Água, Ana Lúcia Freilão"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- A comunicação com textos literários e as tecnologias de informação e comunicação da Web 2.0 : um estudo de caso no ensino básico portuguêsPublication . Água, Ana Lúcia Freilão; Sequeira, Rosa MariaUm dos grandes desafios do professor de Português dentro da sala de aula é levar os alunos a “saber” ler o texto literário, procurando retirar dele os sentidos possíveis, num crescendo de autonomia e motivação. Apesar das inúmeras formas de implicação do aluno na interpretação de textos de literatura adotados pelos docentes, sabemos que o sucesso da sua aplicação deverá refletir-se no sucesso das próprias aulas, na avaliação dos alunos e, mais importante ainda, na formação da sua individualidade e do seu espírito crítico. Uma investigação que procure compreender a forma de receção deste género de textos em contexto de sala de aula, através de um conjunto de metodologias que passam não tanto pela tradicional descodificação de sentidos através de exercícios formais dirigidos, mas fundamentalmente pela utilização das novas tecnologias de informação e comunicação como estímulo à sua apreensão, é o que se propõe. Para isso, procurar-se-á investir em estratégias inovadoras de comunicação literária, nomeadamente as que determinem um maior envolvimento do aluno e, ao mesmo tempo, estejam cada vez mais ao seu alcance, como é o caso de diversas ferramentas da Web 2.0. O domínio do visual está cada vez mais presente na vida das novas gerações de alunos, e os professores não devem ficar alheios às potencialidades que dele se podem retirar, nomeadamente para a aula de Português e para a interação fundamental com o texto literário. Desde que se deu “o choque tecnológico” nas nossas escolas e também nas nossas casas, professores e pais mostram-se preocupados com a utilização dos recursos digitais e virtuais, que parecem ter substituído o livro e, sobretudo, o tempo dedicado ao estudo. Este é o momento certo para rentabilizar os recursos tecnológicos à disposição dos nossos jovens. Continuar a protelar a adesão a um ensino renovado só poderá resultar no aumento da insatisfação, nomeadamente no que diz respeito à leitura e à escrita, pois os alunos não sentem os seus interesses valorizados e não encontram motivos de desafio no processo de aprendizagem. A adequação das novas tecnologias ao trabalho do professor pode trazer muitas vantagens: a promoção da autonomia e da disponibilidade do aluno (fora do âmbito da sala de aula) para ler, interpretar e escrever; a participação mais dinâmica e motivada nas aulas de literatura; o acompanhamento do trabalho dos alunos pelo professor e pelos próprios alunos; a procura do maior envolvimento dos pais nas atividades escolares dos filhos, podendo mesmo levar ao aumento do seu nível de literacia tecnológica e à amenização dos constrangimentos sentidos pelo uso desses dispositivos por parte dos filhos. A amostra da experiência é constituída por duas turmas de Cursos de Educação e Formação cujos alunos, “nativos digitais”, estão motivados para uma vertente mais prática e interativa do ensino. Para além das caraterísticas particulares destes alunos (também intensificadas pelo percurso familiar e social da maioria), um dos motivos que os leva, frequentemente, a optar por este percurso, incentivados pelos encarregados de educação e pelos próprios professores, será precisamente a resistência a aulas demasiado expositivas ou à ideia de uma aprendizagem centrada na rigidez do programa disciplinar. Com este público, torna-se fundamental inovar e flexibilizar, sem, no entanto, deixar de respeitar as orientações programáticas nem perder de vista o desenvolvimento das competências da língua materna e da interpretação de texto literário, o objetivo principal deste desafio.