Mestrado em Literatura e Cultura Portuguesas | Master's Degree in Portuguese Literature and Culture - TMLCP
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing Mestrado em Literatura e Cultura Portuguesas | Master's Degree in Portuguese Literature and Culture - TMLCP by advisor "Pais, Carlos Castilho"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- A Lisboa de Fernando Pessoa : o olhar do tradutor (aspectos do escritor multicultural)Publication . Santos, Fátima Rufina dos; Pais, Carlos CastilhoFernando Pessoa tradutor de profissão, possuidor de uma formação que o dotou de uma cultura assinalável e de uma visão cosmopolita do mundo, olhou para Lisboa, onde nasceu e viveu praticamente toda a sua vida, também com o propósito de a dar a conhecer ao estrangeiro que a visitava, na primeira metade do século XX. No presente trabalho, que tem por base o guia Lisbon: What the Tourist Should See, considera-se como objetivo primeiro a determinação de uma relação de unidade entre a atividade de Fernando Pessoa, enquanto tradutor de profissão, tal como se afirma, e as práticas que desenvolveu em áreas aparentemente tão diferentes daquelas que habitualmente lhe são conferidas. Na circunstância em análise procuraremos estabelecer uma ligação que nos permita conhecer o que esteve subjacente na escolha feita por Fernando Pessoa, na sua qualidade de tradutor, para a concretização do texto escrito em inglês e que se integrava num projeto mais ambicioso que tinha como fim contrariar a ideia de que Portugal era “a vague small country somewhere in Europe, sometimes supposed to be part of Spain, designado por “All about Portugal”. A análise centra-se na observação do guia tendo presente as suas incursões nas áreas da organização comercial e da publicidade e enquadrará a motivação para a escrita no contexto de Portugal da primeira metade do século XX. Procuramos encontrar também elementos de comparação entre o Guia de Raul Proença, que surgiu sensivelmente no mesmo período em que Pessoa terá redigido o seu texto, e elementos de diferenciação, para além das línguas em que um e outro foram redigidos. Dadas as semelhanças, consideramos que estamos em presença de um texto que segue de muito perto, tal como o Guia de Portugal de Raul Proença, o modelo dos guias mais divulgados no momento.
- O Modernismo português e o Modernismo brasileiro : questões de identidade literária e socioculturalPublication . Johansson, Maurienne Caminha; Pais, Carlos CastilhoEste trabalho apresenta a investigação realizada para conhecer as manifestações estéticas, ideológicas e sociais dos movimentos literários que ficaram conhecidos como Modernismos, quer em Portugal quer no Brasil. Pretende contribuir para traçar os contornos dos perfis dos modernismos (português e brasileiro) de modo a perceber-se como estes tomaram forma de projetos de modernização das nações e procuraram redimensionar suas identidades culturais por meio da renovação da estética e da expressão, seu alvo comum num tempo específico. Algumas questões fornecem-nos um olhar mais focalizado em direção às posturas assumidas pelos modernistas no tocante à inovação. Deparamo-nos com algumas que consideramos significativas: o cariz do nacionalismo levado a cabo nas duas instâncias; a emoção e o comportamento dos poetas frente ao urbanismo; a noção de fingimento/sinceridade na expressão estética; o tipo de cosmopolitismo proposto; a consideração à dialética internacional com outros modernismos anteriores; o fator linguístico e suas “fobias”, a religiosidade, entre outras. O Futurismo e sua recepção, em Portugal e no Brasil, é relevante neste âmbito por representar um ‘lugar’ de aglutinação (e redefinição estética e cultural) proposto por esses movimentos. Os manifestos literários, ocupando espaço preponderante nas vanguardas portuguesa e brasileira, esboçam os primeiros desenhos do rosto moderno que desejam para si ‘Portugal’ e ‘Brasil’ como nação e povo à frente de seu tempo. Esses manifestos, para nivelar os países no âmbito das novas estéticas – europeias, principalmente - expõem um painel visível das opções de modernidades reivindicadas pelos modernistas a partir do contexto sociocultural em que se inscrevem, que é, originalmente, sua problemática. Esta reside no bojo da relação colonizador-colonizado ou vice-versa e necessita de soluções: modernidades plurais que, paradoxalmente, encontrariam na própria tradição o gérmen para a renovação em forma de resposta coletiva. Todavia, são alicerçadas na diferenciação que entre os dois países se tornou o fundamento essencial que balizaria suas saídas: no caso português, a nova imagem de império, no brasileiro, a autoafirmação nacional. Perceber estes fatores equivale a traçar um autorretrato de Portugal ou do Brasil.
- Urbano Tavares Rodrigues: marcas do Neo-realismo em Bastardos do SolPublication . Carvalho, Filipe Domingos Gonçalves; Pais, Carlos CastilhoO presente estudo teve por finalidade analisar a obra Bastardos do Sol, de Urbano Tavares Rodrigues, procurando encontrar as marcas Neo-Realistas na obra do escritor, datada de 1952. Para tal, recorreu-se à bibliografia do escritor e, ao mesmo tempo, aos estudos de autores que escreveram sobre o Neo-Realismo e sobre Urbano Tavares Rodrigues. Através da leitura e análise da bibliografia recolhida, foi possível apresentar uma panorâmica das opiniões de diversos autores sobre a obra do escritor. Além disso, e após uma visão geral sobre o Neo-Realismo, conseguiuse descrever a postura de Urbano face a esta corrente literária. Considerando a obra Bastardos do Sol como principal objeto deste estudo e tendo sido feita uma análise da mesma, conseguiu-se corroborar o facto de que, muito embora Urbano Tavares Rodrigues não se identifique como Neo-Realista, são muitas as marcas no Neo-Realismo presentes na obra tratada. Bastardos do Sol é, hoje, vista, por muitos, como a obra que mais prestígio deu ao nome de Urbano Tavares Rodrigues. Dela, salientam-se a dramaticidade que desafia o autor, a densidade lírica, a forte intriga que envolve os protagonistas da obra, conciliadas com uma metáfora fulcral. Retratando o Alentejo, em particular, e, ao mesmo tempo, Portugal, a obra é capaz de retratar de forma realista as experiências vivenciadas pelos portugueses durante o Estado Novo. Aliando amor, erotismo, sedução, ódio, vingança e sentido de liberdade, Urbano consegue prender o leitor, impelindo-o a sair da sua zona de conforto e a revoltar-se contra aqueles que o reprimem. Acima de tudo, o cariz revolucionário da obra, com ímpetos de revolta, intervenção e liberdade, faz com que escrever seja, realmente, um modo de ação. Assim, mesmo não se identificando como neo-realista, Urbano nunca abandona os seus ideais, revelando uma escrita deveras reativa e interventiva face àquilo que o rodeia.