Literatura Portuguesa
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Browsing Literatura Portuguesa by advisor "Pais, Carlos Castilho"
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- Contributos das poéticas de David Mourão-Ferreira e de Pedro Homem de Mello para o novo fado de Amália RodriguesPublication . Ferreira, Rui Manuel Martins; Pais, Carlos Castilho; Couto, Anabela GalhardoO presente estudo pretende analisar o contributo das poéticas de Pedro Homem de Mello e David Mourão-Ferreira para o surgimento do Novo Fado de Amália Rodrigues, nos anos 60 e 70 do século XX. Importa ressaltar que as obras poéticas específicas de Pedro e David são vastas e pré-existentes ao universo temporal que é objeto desta investigação. Também a carreira de Amália Rodrigues já se tinha iniciado muito antes desta época, mas a contribuição da poesia dos dois autores e a carreira de Amália representam um encontro particular no espaço e no tempo, materializado numa produção artística específica, designada por Novo Fado. O critério de seleção subjacente à centralidade do estudo da poética de Pedro e David prende-se com a pertinência da obra destes poetas, por terem sido os primeiros poetas eruditos vivos a estabelecerem uma colaboração estreita e dedicada com a artista Amália Rodrigues, que se manteve ao longo das suas vidas. Esta ligação adveio da intervenção do compositor Alain Oulman na adequação da poesia ao fado, procedendo ao levantamento dos poemas, com suporte musical da sua autoria, para os divulgar num novo tipo de fado. A obra poética de Pedro Homem de Mello, cantada por Amália, introduziu no repertório do fado poemas que exploram uma densa versatilidade de sentimentos humanos e emoções, com manifestação lírica. Já David Mourão-Ferreira, ao trazer a sua poesia para o fado, transmite-lhe simbolicamente um ambiente festivo e um tipo de sensualidade que, dispensando narrativas, introduzem inovação no conteúdo do fado, pela forma como aborda as emoções complexas ligadas ao amor e à paixão. A ambiguidade do fado e da personalidade de Amália acabará por lhe proporcionar um encontro feliz com novos e diversos tipos de públicos. Os encontros e desencontros da vida acabaram por servir de mensagem a este novo tipo de fado, que recorria a um simbolismo particular e a uma sensibilidade nova, para abordar as temáticas eternas, da vida e da morte.
- O fado e a questão da identidadePublication . Silvestre, Vilma Fernanda Séves de Albuquerque; Pais, Carlos CastilhoA identidade nacional portuguesa revela a consolidação do nosso país enquanto nação, portadora de um conjunto de características únicas, que singularizam Portugal no Mundo. Historicamente, o nosso território foi ‘invadido’ por múltiplas culturas, com as quais se formou o mosaico identitário que gravamos no nosso caráter. Do processo de aculturação realizado, sobressaem indícios ancestrais que configuram o ser português. Talvez pela carga genética herdada de outros povos, nos reste o tão genuíno sentimento da saudade, que é representativo da angústia coletiva peculiarmente lusa. Ao longo dos séculos, a temática da saudade sobressaiu nas produções literárias nacionais, desde a prosa e a poesia medievais até à poesia de Fernando Pessoa. A visão saudosista de Pascoaes na Arte de Ser Português esclarece-nos sobre a essência do espírito luso, prenunciador da alma nacional. A nossa memória coletiva emerge através da literatura, que guarda as raízes de um lusitanismo muitas vezes plangente e melancólico, e cuja energia redentora brota pela voz do Fado. Esta relação dialógica entre a nossa essência nacional e o Fado, começou, quiçá, nas caravelas quinhentistas ou nos barcos negreiros, num sistema político-social esclavagista que pretendia tirar do mar o triste embalar da voz de uma nação. Envoltas nas teias da memória ou da tradição, as origens pouco claras do Fado remontam ao século XIX, a episódios vivenciados nas vielas de Lisboa, ou nos salões aristocráticos, entre os marginais e os fidalgos. Transformado em produto comerciável, o Fado é, igualmente, representativo de um Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, desde 2011. Numa viagem de descoberta contínua, o Fado aboliu fronteiras políticas e linguísticas e é o símbolo do nosso nacionalismo. Criado na exiguidade de um bairro urbano, alimentado de vícios e de opressão, tornou-se num ícone musical e cultural de um povo, que se orgulha de o exibir nos palcos internacionais, como a sua canção nacional. A saudade e o Fado uniram-se para consolidarem a nossa identidade nacional. Tornado mito, o Fado “é o nada que é tudo”, cuja “lenda se escorre / A entrar na realidade” (Fernando Pessoa).
- A ficção de Orlando da Costa: um contributo para o conhecimento da obraPublication . Rodrigues, Maria Filomena; Pais, Carlos CastilhoPara o nosso trabalho escolhemos, entre a obra literária de Orlando da Costa, os romances O Signo da Ira (1961) e O Último Olhar de Manú Miranda (2000) como objetos principais deste estudo. Ao encontro do interesse pela literatura e cultura indo-portuguesa e goesa que se tem vindo a desenvolver nas últimas décadas, nomeadamente no Brasil, França e India, o nosso estudo pretende dar a conhecer alguns aspetos da obra literária deste escritor quanto ao estilo e às temáticas do colonialismo português durante o período de ditadura em Portugal. Para o efeito, pretendemos com este trabalho justificar porque Orlando da Costa deve constar entre os autores da Lusofonia e da literatura goesa, não só pelas características da sua literatura em geral, mas também pelo valor literário das suas obras. Aliás, o primeiro dos seus romances, O Signo da Ira, foi merecedor de um prémio no ano seguinte à sua publicação, em mil novecentos e sessenta e um. Esse primeiro livro é uma referência fundamental para o estudo da obra do autor, pois insere o nome do escritor no quadro de uma literatura goesa durante o período colonial do século vinte. Contar a história real das fragilidades da sociedade goesa, seja entre os autóctones, ou alargada aos colonizadores, foi um investimento do autor em prol de uma literatura cuja temática diz respeito a goeses e a portugueses. Ainda que não sendo vasta a sua obra literária, os seus livros de temática goesa são fundamentais para compreensão da História da Literatura da Lusofonia. O que se apresenta a seguir pretende modestamente contribuir para o conhecimento da literatura do período da época colonial portuguesa.