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Para o caso concreto da cultura portuguesa, a Europa é mais do que uma configuração geográfica na qual Portugal participa. Ela assume dimensões várias de significação que têm funcionado para nós como palco, espelho, meta, mito e utopia. No processo histórico de afirmação do Portugal independente, o nosso país procurou esse reconhecimento, em primeiro lugar, no palco da Europa e no quadro do xadrez de poder em jogo, primeiramente da parte do papado e depois das diferentes potências nos variados contextos e épocas históricos. Com o crepúsculo da idade de ouro perdida e amplamente mitificada do tempo da expansão portuguesa, a leitura cultural através dos discursos recidivos da decadência portuguesa, com especial incidência a partir da época pombalina, promoveu uma poderosa mitificação da Europa, que se tornou uma espécie de horizonte utópico.
A queda da ditadura em 1974, a perda das colónias e a afirmação do regime democrático hoje em vigor fizeram com que Portugal se voltasse novamente para a Europa, integrando-se no projeto político-económico da União Europeia. Nas últimas décadas da sua história como Estado-membro da Europa das nações, tem-se agudizado novamente a consciência do seu atraso secular, do seu estatuto de cauda da Europa, que nunca mais conseguiu superar.
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Círculo de Leitores/Temas e Debates
