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Abstract(s)
Confirmado no âmbito de um projecto de prospecção arqueológica visando o estudo da ocupação romana da área, o sítio de Cortiçóis foi objecto de recolhas de superfície extensivas e de escavação,
em Setembro de 2010. Destes trabalhos resultou a constatação de que o sítio se encontrava profundamente afectado pelo plantio de uma vinha.
Porém, o numeroso conjunto artefactual recuperado é testemunho de uma ocupação (ou sucessão de ocupações) neolítica no local, datável, pela estilística cerâmica, de finais do V milénio a.C. (a acidez do depósito arenoso impediu a preservação de matéria orgânica). A importância particular deste sítio pode resumir-se a três aspectos principais:
1) Fornece a primeira evidência de ocupação neolítica na margem esquerda do Vale do Tejo imediatamente a norte dos concheiros mesolíticos de Muge, revelando o tipo de implantação e povoamento de que se poderá ter revestido este período na região.
2) A sua cultura material, muito diversificada do ponto de vista da estilística das ornamentações cerâmicas, permite o estabelecimento de paralelos com sítios seus contemporâneos de todo o território estremenho mas evidencia particularismos que parecem indicar uma realidade própria.
3) A análise traceológica de suportes lamelares em sílex permitiu o reconhecimento de “elementos de foice” usados na ceifa de cereais. Trata-se da primeira identificação objectiva, no território português, de um conjunto de tais artefactos cuja tipologia se insere no padrão andaluz e, por consequência, permite concluir que a agricultura neolítica (pelo menos no centro de Portugal) terá sido semelhante à já documentada naquela região espanhola.
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História Arqueologia Neolítico Portugal
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Direção-Geral do Património Cultural