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Escrita feminina: dizer mulher
datacite.subject.sdg | 04:Educação de Qualidade | pt_PT |
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dc.contributor.advisor | Teixeira, Rui de Azevedo | |
dc.contributor.author | Tanissa, Marília da Conceição Espadinha Gonçalves Pita | |
dc.date.accessioned | 2022-02-14T10:59:02Z | |
dc.date.available | 2022-02-14T10:59:02Z | |
dc.date.issued | 2007 | |
dc.date.submitted | 2022-02-14 | |
dc.description.abstract | A literatura é arte concretizada por um discurso. À linearidade que esta afirmação encerra subjaz uma teia de complexas relações que se entremeiam no sentido de sufragar o corpus textual a significâncias múltiplas. Ao desnudá-las, interrogamo-nos, em primeira instância, pela autoridade de quem o concebeu. A escrita encarada como uma manifestação de poder foi mais um dos estratagemas utilizados pela dominância masculina ao logo das eras. A Mulher, subjugada ao olhar e ditames de uma sociedade patriarcal, aninhou-se num resguardo doméstico, apenas permeado pela intensa temporalidade que o seu íntimo ia rendilhando. Este contínuo exílio a que foi votada conferiu-lhe a culpabilidade de um pecado que não podia mais ser entendido como original e o amadurecimento necessário para perceber que a incomunicabilidade era a pior das sujeições. Timidamente errou por conventos ou guarneceu-se de vestes outras, iniciando assim o arrojado processo de libertação e, simultaneamente, o assomo a uma equiparação ao Homem, materializada, sobretudo, em actos. Ao apartar-se desse jugo encontrou-se com a tinta que se responsabilizaria pelo colorir de uma nova existência. Ténue, a princípio, porque matizava ainda uma aspiração ofuscada a ser, inflamado depois quando interiorizou, mostrando, que tinha uma palavra a dizer. A inscrição do corpo no texto manipula temáticas várias, porém a Mulher extrapola todas as muralhas que sobre si se erigem, tornando-se difícil perceber quando ela escreve. Contudo por mecanismos, essencialmente, temáticos mas também discursivos, assiste-se à inauguração na escrita de uma identidade feminina personalizada, revelada numa progressiva construção de um tempo interior, e já não estereotipada. Preludia-se um novo confronto entre sexos biológicos e géneros sociais, tornando-se premente a destrinça do texto criado pelo homem do gerado pela mulher. Inviabilizou-se o desígnio porque a questão autoral não aclara a especificidade dos textos. Criou-se então o termo de escrita feminina. Esta por oposição à outra, à canonizada. Discutiremos a pertinência do termo ao longo do trabalho, reconhecendo, contudo, que os traços que a arquitectam são passíveis de tradução da autoridade textual que acima questionámos. Traços quentes de uma memória que ebule ante um passado e que, ao repensar o presente, propõe a construção de um futuro, outro, com o comprometimento apenas a uma sensibilidade que é só sua, do Homem ou da Mulher. | pt_PT |
dc.identifier.citation | Tanissa, Marília da Conceição Espadinha Gonçalves Pita - Escrita feminina [Em linha]: dizer mulher. Lisboa: [s.n.], 2007. 190 p. | |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.2/11748 | |
dc.language.iso | por | pt_PT |
dc.subject | Margarida Rebelo Pinto, 1965- | |
dc.subject | António Alçada Baptista, 1927-2008 | |
dc.subject | Lídia Jorge, 1946- | |
dc.subject | Mulheres | |
dc.subject | Escrita | |
dc.subject | Escritores | |
dc.subject | Género | |
dc.subject | Literatura portuguesa | |
dc.title | Escrita feminina: dizer mulher | pt_PT |
dc.type | master thesis | |
dspace.entity.type | Publication | |
rcaap.rights | openAccess | pt_PT |
rcaap.type | masterThesis | pt_PT |
thesis.degree.name | Dissertação de Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares apresentada à Universidade Aberta | pt_PT |
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