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Linguistics Center - Universidade Nova de Lisboa
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O plano de texto do artigo científico: caracterização e perspectivas didáticas
Publication . Silva, Paulo Nunes da; Rosa, Rute
Este artigo tem como objetivo explicitar as principais propriedades dos planos de texto de quatro artigos científicos produzidos em áreas disciplinares distintas (Ciências vs. Ciências Sociais e Humanas/ Humanidades), com vista a uma aplicação ao ensino de gêneros, no âmbito da promoção do letramento acadêmico e, mais especificamente, da didática dos gêneros. Privilegia-se o quadro teórico do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart [1997] 1999, 2010), as propostas da escola de língua francesa da Linguística Textual (Adam 2001) e os princípios da Didática dos Gêneros (Schneuwly e Dolz 2004; Dolz e Gagnon 2008; Dolz 2011). Para tal, foi adotada uma abordagem descendente, partindo do social para os textos e privilegiando uma metodologia de análise qualitativa de cunho descritivo, de acordo com a qual se procedeu à análise comparativa das propriedades de quatro exemplares do gênero artigo científico, inscritos em diferentes áreas de investigação. Os dados obtidos mostram a grande flexibilidade do gênero artigo científico a nível do plano de texto, sendo evidenciadas diversas adaptações em função da área de investigação em que cada texto é produzido.
Aquisição da linguagem e a linguística cognitiva: que competências para o falante não-nativo?
Publication . Batoréo, Hanna
Em Psicolinguística, e, em especial, na área da Aquisição da Linguagem, os estudos sobre os processos de aquisição e de aprendizagem de uma dada língua pelos falantes não-nativos têm focado as competências linguísticas de carácter estrutural (isto é, competências sintáctica, morfológica, fonológica ou lexical).
No presente estudo, pretendemos, no entanto, focar a área a partir do enquadramento da Linguística Cognitiva, a fim de discutir a noção de competência metafórica, no contexto específico da aquisição e da aprendizagem do Português como Língua Não-Materna (PLNM). Em primeiro lugar, defenderemos, aqui, que quem aprende uma língua nova deve fazê-lo de um modo conceptualmente adequado, adquirindo consciência metafórica, se o objectivo é comunicar com os outros por meio da linguagem figurada, tal como o fazem os falantes natiuvos, conforme demonstrado pelos estudos desenvolvidos no âmbito da Linguística Cognitiva. Defenderemos, também, que a investigação na área não se pode limitar ao estudo restrito da Linguagem, abrangendo, antes, a interacção entre as componentes do trinómio Cognição – Linguagem – Cultura. Esta interacção implica incorporação (embodiment), ou seja a conceptualização do mundo que é feita através do nosso corpo, assim como através das experiências corporais e actividades efectuadas pelo Homem, mediadas pela cultura em que esta experiência se enquadra (incorporação física e cultural). Como as culturas diferem entre si, as emoções ou os valores em culturas diferentes podem ser conceptualizados por meio das partes do corpo distintas, a fim de veicularem emoções ou valores análogos. Adquirir conhecimento do modo como este processo se desenvolve num idioma diferente da língua materna obriga o falante não-nativo a reestruturar-se conceptualmente e garante um processo mais motivado, tendo como objectivo comunicar e expressar-se figuradamente na língua não-materna.
Competência metafórica em português língua não-materna: reestruturação e adequação conceptuais do falante não-nativo
Publication . Batoréo, Hanna
No âmbito do enquadramento teórico da Linguística Cognitiva, pretende discutir-se a noção de competência metafórica (Aleshtar & Dowlatabadi 2014: 1895; cf. Batoréo 2015, 2018, 2019), no contexto específico da aquisição e aprendizagem do Português como Língua Não-Materna (PLNM). Na sequência dos estudos desenvolvidos por Gibbs (1994), defende-se que quem aprende uma língua nova deve fazê-lo de um modo conceptualmente adequado, adquirindo consciência metafórica, se o objectivo é comunicar com os outros, usando linguagem figurada, tal como acontece no dia-a-dia dos falantes nativos. Aprender como este processo se desenvolve num idioma diferente da nossa língua materna obriga o falante não-nativo a reestruturar-se conceptualmente (Yu 2007) e garante um processo cognitivamente mais motivado (cf. Boers 2001, Boers et al. 2004, 2007), tendo como objectivo comunicar de um modo figurado na língua não-nativa.
No âmbito da Psicolinguística em que se inclui, para além da Compreensão e Produção da Linguagem, a área da Aquisição da mesma, defende-se que a investigação na área não se pode limitar apenas ao estudo restrito dos aspectos estruturais da língua nova, mas deve, antes, abranger a interacção entre as componentes do trinómio Cognição – Linguagem – Cultura. Esta interacção implica incorporação (embodiment), ou seja a conceptualização do mundo que é feita através do nosso corpo, assim como das experiências corporais e actividades efectuadas pelo Homem, mediadas pela cultura em que esta experiência se enquadra, dando, deste modo, origem à incorporação física e cultural. Como as culturas diferem entre si, as emoções e/ ou os valores podem ser conceptualizados em função da localização em partes de corpo distintas (cf. Yu 2003, 2007, 2009; Batoréo 2017a, 2017b, 2018, 2019), obrigando o falante não-nativo a reestruturar-se conceptualmente. Além das competências linguísticas de carácter estrutural estudadas tradicionalmente - tais como a competência fonológica, morfológica, sintáctica ou lexical -, a competência metafórica surge, deste modo, como uma competência indispensável para um desempenho fluente no âmbito do PLNM.
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Fundação para a Ciência e a Tecnologia
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6817 - DCRRNI ID
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UID/LIN/03213/2013