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  • A cista megalítica do Cerro do Malhão (Alcoutim)
    Publication . Cardoso, João Luís; Gradim, Alexandra
    Neste estudo dão-se a conhecer os resultados da escavação de emergência realizada em Abril e Maio de 2000 na cista megalítica do Cerro do Malhão (Alcoutim), pouco tempo antes parcialmente destruída pela construção de uma antena de telecomunicações da TMN, empresa que suportou parcialmente os encargos da escavação. Esta, desenvolveu-se em extensão, numa área alargada em torno do monumento, o que permitiu pôr à vista um vasto lajeado, constituído por elementos de grauvaque e de xisto, de planta subcircular, tendo por centro a cista megalítica. Tendo em consideração que aquele lageado, regular e extenso, bem delimitado na sua periferia, estaria a descoberto — pois de outra forma não se entenderia a sua existência — conclui-se que a cista, cujos topos atingem cerca de 0,5 m acima daquele, se encontraria também a descoberto, constituindo uma espécie de sarcófago a céu aberto, no centro do referido lajeado. Trata-se da primeira vez que, numa cista megalítica, se reconheceram tais características arquitectónicas. O exemplo mais próximo no território português corresponde à cista megalítica de Castelejo (Vila Nova de Paiva), publicada por G. Leisner, a qual possui, na base de um dos esteios menores, uma abertura, sugerido que, tal como a de Cerro do Malhão, fosse desprovida de cobertura. Embora violada de há muito, a cista estudada, pela técnica construtiva, de carácter megalítico, pelo tamanho e pelo espólio, situar-se-á entre o Neolítico Final e o Calcolítico, sendo porém anterior às cistas do Calcolítico Final regional, pertencentes ao chamado “Horizonte de Ferradeira”.
  • Guia do Núcleo Museológico de Arqueologia. Exposição “O Património Arqueológico de Alcoutim”
    Publication . Gradim, Alexandra; Cardoso, João Luís; Catarino, Helena
    A conceção da exposição do Núcleo de Arqueologia de Alcoutim tem como fio condutor um percurso histórico que se iniciou há mais de 5000 anos. Locais e objetos impregnados de uma memória milenar procuram transmitir culturas e saberes que, num passado mais ou menos longínquo, se cruzaram no território que hoje é Alcoutim. A estrutura, desta amostra do potencial arqueológico que o concelho encerra, teve como base a opção de períodos históricos relevantes na investigação arqueológica efetuada nas últimas décadas em Alcoutim.
  • A anta do Malhão (Alcoutim) e o "Horizonte de Ferradeira"
    Publication . Cardoso, João Luís; Gradim, Alexandra
    A anta do Malhão é um pequeno monumento megalítico integralmente constituído por esteios de grauvaque cuja construção se reporta aos finais do IV milénio a.C., situado no topo de um cerro xistoso, culminante dos relevos da região, próximo da povoação de Afonso Vicente. Possui câmara poligonal e corredor, do qual apenas a entrada foi definida, por dois esteios fixados verticalmente. O restante espaço do corredor não foi afeiçoado, mantendo-se o afloramento xistoso primitivo no lugar onde deveriam ter sido fixados os restantes esteios laterais. Deste modo, verifica-se que a construção do sepulcro não foi concluída, apesar de o espaço correspondente ao interior da câmara se encontrar inteiramente ocupado por uma laje de grandes dimensões, o que obrigou a um elevado investimento. A colocação desta grande laje antecedeu a delimitação da câmara pelos respectivos esteios, os quais se encontram fixados por cunhas, encaixadas entre aquela e o lado interno destes. A primeira e única tumulação, efectuada na câmara e em parte do corredor, corresponde a época integrada em fase tardia do Horizonte de Ferradeira, dos finais do III milénio a.C. Sobre uma camada estéril, com cerca de10 cm de potência, entretanto acumulada no interior da câmara, identificou-se um vaso liso, de carena alta, acompanhado de uma pequena taça em calote, também lisa, sob a qual jazia uma ponta Palmela de tipologia evoluída. No corredor, junto à câmara, recolheu-se um longo e estreito punhal, correspondendo a modelo de transição entre as produções calcolíticas e as argáricas. Trata-se, pois, de um conjunto funerário, selado e homogéneo, um dos poucos que, nestas circunstâncias têm sido claramente identificados no âmbito do Horizonte de Ferradeira, definido por H. Schubat em 1971, abrangendo o Baixo-Alentejo e o Algarve, com prolongamentos pela Andaluzia Ocidental. A única tumulação efectuada no monumento, correspondente a uma reutilização deste, foi acompanhada da erecção, no exterior do recinto, e do lado direito da entrada do mesmo, de uma estela, ostentando duas pequenas “fossettes” numa das faces, cuja fundação se fez ao nível definido por um empedrado com planta em ferradura, constituído por lajes alongadas de grauvaque, que circundam exteriormente a câmara do monumento. A disposição cuidada dos elementos deste empedrado indica que o monumento não possuía tumulus, à semelhança do verificado em outros monumentos funerários da região, de tipo cistóide, pertencentes a diversas épocas, do Neolítico Final/ Calcolítico à Idade do Ferro, explorados anteriormente pelos autores desta comunicação no concelho de Alcoutim.