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- O antiultramontanismo ou o combate ao domínio do estrangeiro: representações na cultura portuguesaPublication . Silva, Cristiana LucasO estudo da história das civilizações leva-nos a uma reflexão sobre o real papel do inimigo, do oponente, do “outro” na construção e definição da identidade de um povo. Não há dúvidas de que esse papel foi e continua a ser fundamental. Apesar dos debates pacifistas dos últimos séculos, em torno de uma ideia utópica de paz perpétua, a verdade é que é no confronto com o “outro” que se criam mecanismos ou estratégias de afirmação quer individual quer coletiva. O “outro”, que se distingue de nós, mas que também nos define, é o “estrangeiro”. Reportando-nos à sua aceção etimológica, a palavra “estrangeiro” tem origem no latim extraneus (“de fora”, “estranho”, “estrangeiro”), mas também externus (“estranho”, “estrangeiro”, “exótico”) e ainda hostis, este com o duplo significado de “estrangeiro” e “inimigo”. Portanto, é estrangeiro aquele que é diferente, que se distingue de nós, mas também que se opõe a nós e que por isso deve ser combatido e, até, anulado. No caso específico da história e cultura portuguesas, é possível, de forma generalizada, identificar alguns tipos ou classes de estrangeiros por excelência, enquanto elementos que funcionam como o negativo de todos nós e, consequentemente, como mobilizadores da nossa afirmação pessoal ou nacional.
- Humor, crítica e autocrítica religiosa: Incidências e funcionalidades dos usos do humor na e sobre a Igreja CatólicaPublication . Franco, José Eduardo; Silva, Cristiana LucasCom esta comunicação pretendemos dar conta e caracterizar a prática abundante do humor em torno e no seio da Igreja Católica. De facto, a Igreja Católica, a sua hierarquia, as suas instituições, os seus membros ligados por relações de fidelidade e obediência diversas, a sua moral, as suas ordens têm sido e continuam a ser objeto de muito humor, quer como arma crítica quer como forma de relativização da rigidez desta instituição bimilenar. Mas o humor produzido pelos críticos da Igreja que, por esta via, castigam os excessos de fundamentalismos de alguns e de hipocrisia de outros, é complementado por um uso bastante fecundo do humor pelos membros mais comprometidos da própria Igreja Católica. É conhecido o humor eclesiástico muito praticado por padres e frades e até por freiras. Este humor interno funciona como forma de atenuação e de evasão relativamente ao peso da sisudez que a vida religiosa na Igreja exige. É sem dúvida uma saudável forma de terapia também. Procuraremos reunir uma amostra composta por um conjunto de ditos e anedotas emblemáticas representativas do humor praticado dentro e fora da Igreja para fazermos uma proposta de caracterização e classificação. Indagaremos ainda usos do humor que nos permitam ilustrar apreciações divertidas dos vários campos institucionais, relacionais e de exercício do poder na Igreja, como seja, o humor papal, o humor decorrente de relações de uma certa concorrência entre Ordens Religiosas, o humor sobre as relações entre padres e sacristãs, entre outros.