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- Impacto do pequeno ótimo climático na formação e exploração da laguna de Aveiro (Portugal)Publication . Vicente, Pedro; Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, RosárioPor volta do século VII, ocorreu uma ligeira inversão da tendência de arrefecimento global, proporcionando uma melhoria climática que, na Europa Ocidental, se estenderia até cerca do ano de 1300. Este período, conhecido como “Pequeno Ótimo Climático”, ocasionou alterações de oscilação térmica e de precipitação, com consequências no aumento demográfico e intensificação das atividades antrópicas, designadamente pela maior e melhor exploração das atividades económicas. Durante esta fase, elementos naturais e antrópicos contribuíram para dinâmicas de acreção sedimentar no litoral noroeste português. Nas reentrâncias marítimas existentes ao longo da costa, os sedimentos carreados pelas correntes de deriva litoral, formaram restingas arenosas, constituindo ambientes lagunares. Tal foi o caso de uma restinga que, enraizada imediatamente a sul de Espinho, veio a constituir o limite ocidental da laguna de Aveiro. A esta transformação física, agregase o ser humano enquanto agente modelador do ambiente na execução de políticas de estabilização de fronteiras, equilíbrio demográfico e criação de novos espaços de atividade económica (com destaque para o sal, bem essencial no equilíbrio da balança comercial com o exterior); ou seja, medidas de organização do território necessárias no decorrer da formação e consolidação da identidade nacional portuguesa. Este estudo centrase numa ampliação da análise histórica ambiental do espaço da laguna de Aveiro, inserindoa no contexto das mudanças climáticas verificadas no Pequeno Ótimo Climático e numa complexa rede de interações bióticas e abióticas
- Abordagem a um modelo conceptual para análise diacrónica comparativa das interacções comunidades humanas-ambientais em zonas costeiras: o exemplo dos sistemas lagunares de Aveiro (Poortugal) e araruama (Brasil)Publication . Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, Rosário; Fonseca, Luís Cancela da; Dias, João AlveirinhoAs análises de longaduração acerca das relações comunidades humanasambiente em sistemas lagunares costeiros são ainda escassas. Nesse sentido, não estão estabelecidos modelos conceptuais que avaliem comparativamente tais relações. O facto dos sistemas lagunares incorporarem complexas estruturas de interface entre a geosfera, a hidrosfera, a atmosfera, a biosfera e a antroposfera, requer abordagens inter/multi/transdisciplinares, situação que, aparentemente, tem coibido o surgir de propostas nesse sentido. Tomando como casos de estudo as lagunas de Aveiro (PT) e Araruama (BR), foram revistos os trabalhos respeitantes a esse tema e os respectivos modelos conceptuais aplicados na interpretação desenvolvida. Nos dois trechos lagunares em apreço, a respectiva literatura científica é escassa. A análise do estado da arte revela cinco trabalhos para Aveiro e apenas um para Araruama, pelo que considerámos pertinente o tema aqui em foco. A concepção de um modelo de análise diacrónica comparativa tem de estar cientificamente apoiada em abordagens interdisciplinares, propiciadoras de nos fornecerem dados relevantes sobre as influências antrópicas observadas ao longo da História nas alterações das paisagens lagunares e viceversa. Apelando à integração das Ciências Naturais e Sociais, tais como a Ecologia, a Geologia, a Climatologia, a Oceanografia, a Arqueologia e a História, a aplicação da aludida metodologia revela padrões de assentamento humano, exploração de recursos naturais e alterações da paisagem que se repetem nos dois sistemas e resultam em problemas semelhantes relacionados com as suas sustentabilidade e resiliência. Apelase, por isso, a uma abordagem integrada num recémramo da História, o da História Ambiental. Como é de propostas deste género, este modelo pode ser aplicdo a outros sistemas lagunares costeiros com origem no desenvolvimento de restingas arenosas e localizados em médias e baixas latitudes. A sua aplicação pode estimular medidas políticas para evitar os seus riscos e vulnerabilidades socioambientais.
- There is always a bigger fish!: Shaping Vouga’s watershed (Portugal) and its ichthyofauna in 1758Publication . Bastos, Rosário; Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Fonseca, Luís Cancela daFishing is an historical activity considered intangible cultural heritage. Among the several inherited traditions by fishermen communities, a profound knowledge, as far as the environment is concerned, exists. The natural legacy determines the quality of life of those communities (which can be threatened due to anthropogenic actions). Through an interdisciplinary analysis, this study identifies the natural and anthropogenic actions that influenced the changes in Vouga’s watershed, including the Aveiro lagoon, and respective ichthyofauna. Our focus is to elaborate an environmental interpretation from a synchronic approach. For the aforementioned purpose, fish species specified in the 1758 historical source “Parish Descriptions” were highlighted. Among the vernacular fish names listed, it was possible to find at least twenty species of fish from both freshwater and marine affinities. It is prudent to remark that in the year before the date just mentioned, the lagoon’s contact with the ocean was halted (thus causing a reduction of the water salinity). Could that have impacted the species that were declared in the “Parish Descriptions”? Certainly yes, because marine or brackish species were cataloged only in the lagoonal area near the sea. In fact, differences in the reported fish were found between the upstream watershed locations and the downstream lagoonal sites. Analysis of data supports the idea that salinity and fresh water may be the main influence for species distribution, either positively conditioning the presence of marine species or negatively, pushing freshwater species upstream. What is of notice is that there are documents that allude to an application for the king to request authorization to open a new inlet. The construction of dams, watermills and other kinds of interventions in rivers (Vouga and its affluents) impacted the watershed ichthyofauna. As a consequence, the species’ migration processes were thus influenced, namely those of anadromous and catadromous fishes, highly susceptible to anthropic activities (said interferences determine their absence or presence in these different water bodies). The heritage we gain from environmental history is fundamental to successfully understand and manage our current interventions when it comes to deal with nature in a harmonious way. It is essential to learn from what we have done to avoid mistakes. Let us not waste the steps of those who came before us!