Produção e Serviços
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- As melhores práticas de gestão para a melhoria da fiabilidade operacionalPublication . Canuto, Rui Manuel Ferreira; Pereira, Filipe José Didelet; Gonçalves, AmílcarAs funções e as práticas operacionais industriais da produção e da manutenção inerentes à exploração dos equipamentos produtivos devem garantir o conhecimento e a avaliação dos riscos de avaria para maximizar a fiabilidade operacional e a disponibilidade dos equipamentos assim como a redução dos custos operacionais. Numa actividade industrial tão relevante para a economia do país como a da produção de pasta para papel a gestão operacional tem um papel decisivo na sustentação da produção, na criação do valor, na competitividade, na garantia ao trabalho e, consequentemente, no desenvolvimento sustentado. Assumem, deste modo, uma importância decisiva os modelos de gestão que aglutinem desenvolvimentos científicos e tecnológicos bem como as necessárias capacidades pessoais que visem desenvolver as Organizações para a satisfação de todos os seus intervenientes. Na perspectiva da gestão operacional da manutenção industrial considerada como um dos factores chave para a melhoria da fiabilidade operacional das Organizações (empresas) de fluxo e laboração contínuas, em particular nas de produção de pasta para papel, experimenta-se, aplica-se e desenvolve-se neste trabalho o resultado de modelos parciais distintos mas que se conjugam e integram entre si para reduzir os custos e aumentar a eficiência e a eficácia operacional. Um dos modelos, o dos riscos proporcionais, é um modelo de fiabilidade semi-paramétrico que determina a contribuição de cada uma das variáveis independentes ao longo dos intervalos do tempo de funcionamento dos equipamentos em risco de avariar. Tratando-se de um processo produtivo contínuo do tipo flow shop onde a maximização da disponibilidade dos equipamentos é privilegiada o atendimento das notificações efectuadas à manutenção para a detecção de falhas ou para a reparação das avarias segue uma disciplina do tipo first-in first-out. Assim, os outros dois modelos parciais paramétricos, um deles suportado pela teoria das filas de espera e o outro pelas oportunidades de subcontratação, visam dimensionar respectivamente as equipas a afectar directamente os diferentes serviços de manutenção em regime de insourcing e em outsourcing pontual durante as paragens programadas ou de oportunidade das instalações produtivas para, em conjunto, reduzirem os custos operacionais. Com o presente trabalho pretende-se trazer ao conhecimento mais dados e resultados sobre a realidade operacional e com estes demonstrar que é preferível para diminuir os custos de manutenção de grandes empresas de processo recorrer a recursos internos e externos de manutenção em vez de recorrer apenas a recursos externos. São considerados no presente estudo os dados que foram recolhidos entre 2004 e 2005 em regime de outsourcing da manutenção das diferentes famílias de equipamentos classificados de rotativos, estáticos, lineares e os de regulação e controlo. Em presença dos resultados obtidos relativos a cada valor das variáveis significativas encontradas implementaram-se entre 2006 e 2007 medidas de forma a minimizar a “intensidade” desses valores e, tomando em consideração as tarefas/acções sistemáticas antes efectuadas pelas funções manutenção e produção sobre os equipamentos, reformularam-se as equipas, as tarefas/acções e as respectivas periodicidades já num novo regime de gestão entre o insourcing e o outsoursing (bestsourcing) da manutenção, no sentido de reduzir o efeito das variáveis significativas encontradas e transformá-las em maior valor acrescentado para a Organização. Em consequência das alterações levadas a efeito no processo operacional da linha de produção de pasta de papel (na área do branqueamento) já durante o final do 2º semestre de 2006 e o 1º trimestre de 2007 obtiveram-se novos resultados que conduziram, simultaneamente, à diminuição da probabilidade da ocorrência de avarias nos equipamentos produtivos estudados e dos custos operacionais. Paralelamente foram também detectadas lacunas de competências em diferentes especialidades dos serviços de manutenção, redimensionaram-se os recursos internos (insourcing) para o atendimento diário das avarias fortuitas e os serviços externos contratados (outsourcing) para o atendimento pontual dos trabalhos de manutenção a aguardar paragens programadas dos equipamentos fabris. Procurou-se e conseguiu-se ainda extrapolar alguns dos resultados obtidos, nomeadamente os respeitantes aos tempos médios das chegadas dos pedidos de reparação e os respectivos tempos médios de reparação, para o dimensionamento esperado das equipas de manutenção das restantes áreas fabris da linha de produção de pasta para papel.
- O sector público e o desenvolvimento turístico sustentávelPublication . Simão, João; Partidário, Maria do RosárioA sustentabilidade, embora seja um conceito de múltiplas e contestáveis interpretações, tem vindo a assumir-se como solução para o sector do turismo enquanto ‘indústria’ que vive da exploração ambiental, física e humana. A ausência de mercados significativos de consumidores ‘verdes’ e, consequentemente, a falta de estímulo por parte da indústria em investir em medidas de gestão ambiental, fazem acrescer a responsabilidade do sector público enquanto actor incentivador e propulsor de dinâmicas de desenvolvimento sustentável que minimizem os impactes sociais e ambientais. Até porque, as medidas de auto-regulação ganham efectividade quando integradas e complementadas com mecanismos de política pública à disposição dos governos nacionais e locais. Neste sentido, o objectivo do trabalho consiste em perceber se o sector público promove políticas de desenvolvimento turístico sustentável, de acordo com o que é consensual na comunidade científica e nos organismos internacionais. Recorrendo à abordagem qualitativa, analisou-se dois instrumentos com potencial para propiciarem a implementação de sustentabilidade no sector, os sistemas de incentivo ao investimento (s.i.i.), e o planeamento local/regional. As conclusões vão no sentido de afirmar que o sector público em Portugal não promove o desenvolvimento turístico sustentável. A avaliação dos projectos de investimento que se candidatam a sistemas de incentivos governamentais permite trade-offs entre critérios, não assegurando uma qualidade ambiental mínima dos projectos. O desenvolvimento sustentável encontra-se presente de forma genérica ao nível do discurso, mas não se repercute nos princípios do planeamento estratégico: (i) verifica-se um deficit de participação pública no processo de planeamento, e ausência de discussão acerca do tipo de sustentabilidade a implementar; (ii) os recursos turísticos, nomeadamente a hotelaria, não são devidamente avaliados e analisados pelos organismos públicos que licenciam e planeiam a actividade; (iii) os planos de turismo não contemplam indicadores de sustentabilidade associados à estratégia do destino, pelo que a avaliação do desempenho estratégico prevê-se ser inexistente.