Literatura Norte-Americana
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Browsing Literatura Norte-Americana by advisor "Avelar, Mário"
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- Desmontando narrativas e corpos : uma reflexão sobre o corpo no gótico feminino na obra poética de Sylvia Plath e Anne Sexton, e na obra fotográfica de Francesca Woodman e Cindy ShermanPublication . Lopes, Elisabete Cristina Simões; Avelar, MárioO objectivo desta investigação é o de examinar o modo como Sylvia Plath, Anne Sexton, Francesca Woodman e Cindy Sherman exploraram a representação do corpo da mulher, à luz do gótico, mais especificamente, dentro do enquadramento do gótico feminino. Consequentemente, a obra poética de Sylvia Plath e de Anne Sexton, tal como a obra fotográfica de Francesca Woodman e Cindy Sherman, são exploradas dentro das várias vertentes do gótico: feminino, materno, paterno, doméstico e marital. Elementos tradicionais do gótico, tais como as ruínas, os fantasmas, os monstros, o dopplegänger, o anjo ou a “madwoman” do período vitoriano, conjugam-se com elementos de carácter surrealista (os peixes, as luvas, os espelhos, os cadáveres esquisitos), de forma a ilustrar o modo como o corpo feminino estabelece um diálogo com a geografia do espaço. Neste contexto, é igualmente importante analisar de que forma essas mesmas representações comportam um pendor feminista e determinar como operam enquanto resposta e revisão relativamente ao paradigma patriarcal. No âmbito deste estudo, conceitos operacionais intrinsecamente ligados ao estudo do gótico, tais como o grotesco, o abjecto ou a estranheza, são convocados com o intuito de enriquecer esta análise, no seio da qual o corpo feminino se encontra em permanente flirt com a presença da morte.
- Discursos utópicos seiscentistas na Inglaterra e AméricaPublication . Guimarães, Alice Manuela Martins; Avelar, MárioO Interregnum Inglês proporcionou inúmeras possibilidades para se orientar e moldar o futuro da nação. Este período caracteriza-se por uma imensa manifestação da imaginação política que veio desencadear uma quantidade produções escritas e visões utópicas nunca dantes presenciada. Mais do que nunca, neste período, o utopismo orienta-se para uma realidade esperançosa. Nesta tese estudamos duas dessas utopias: The Law of Freedom de Gerrard Winstanley e The Christian Commonwealth de John Eliot. As visões utópicas destas duas obras fornecem-nos uma introspecção no imaginário político que vigorou durante o Interregnum inglês. Escritas em dois hemisférios diferentes e dentro do mesmo contexto político-religioso – o Puritanismo – ambas as utopias ilustram o grau da imaginação política dos seus autores e fornecem uma oportunidade de examinar diferentes formas de se lidar com as questões sóciopolíticas bem como diferentes perspectivas de serem encontradas soluções ideais. Apesar das diferenças substanciais, podemos encontrar alguns pontos comuns, tais como a esperança na mudança e num futuro melhor e um receio comum, tanto pelo regresso do poder monárquico quanto pela anarquia ameaçadora. Desta forma, ambas as utopias oferecem um código de leis para organizar e disciplinar a ordem social, através de um discurso retórico sancionado pelas Escrituras, baseando-se cada uma delas no pragmatismo das experiências prévias dos seus autores: As Praying Towns de Eliot e as comunidades Digger de Winstanley. Para além disso, ao examinarmos o objectivo comum e as diferentes estratégias para alcançar as sua utopias, elaboramos um estudo comparativo entre estes dois autores; estudo, esse, que está em falta na história da escrita utópica.
- A reinvenção do paradigma épico na ficção inicial de John Dos Passos : uma leitura de One Man’s initiation, Three Soldiers e Manhattan TransferPublication . Feneja, Fernanda Luísa da Silva; Avelar, MárioO corpo de narrativas de John Dos Passos que é objecto deste estudo comporta possibilidades de reflexão em torno de traços que poderão ser considerados matriciais na ficção deste escritor, gizados a partir da sua primeira obra, One Man’s Initiation, e consolidados nos trabalhos posteriores. Constituem eixos centrais a esta investigação dimensões que, por um lado, se prefiguram como comuns aos três textos em análise e, por outro, como globalmente estruturantes. A expressão de características associadas às correntes estético-literárias realista e naturalista, bem como a acentuada inflexão no sentido de uma estética de teor modernista, registada, sobretudo, com Manhattan Transfer, funcionam como enquadramento referencial a outras vertentes, designadamente as isotopias da guerra e da grande cidade, as quais, ainda que de formas distintas, percorrem as três narrativas. No âmbito da semântica global que tais isotopias configuram, são ponderados os limites da dimensão crítica e social que aporta à ficção inicial de Dos Passos, bem como as leituras da América que elas revelam e problematizam. A abordagem da categoria narrativa das personagens representa um elemento crucial nessa reflexão, abrindo espaço à questionação da ancoragem, ou eventual desvio, face ao romance de cariz colectivo, centrado na atomização da personagem individual e numa interpretação disfórica em relação a um cronótopo referencial, neste caso, a sociedade americana dos anos vinte, marcada pelo clima do pós-guerra. Releva desta consideração a importância diegética das personagens, em particular, daquelas que podem ser consideradas heróis. A função primordial dos protagonistas (heróis) permite redireccionar a leitura destas obras, equacionando os ângulos mais comummente focados pelo discurso crítico. Identificamos, assim, uma ambivalência axial que se reifica nos diversos processos de construção narrativa, a partir da qual a representação da América é recriada à luz da tensão entre disforia e glorificação, isto é, entre uma perspectiva anti-épica e uma construção épica, que reenvia, essencialmente, aos ideais fundadores da liberdade e da democracia.
- The word for world is forest : Ursula K. Le Guin e a tradição da literatura americana sobre a naturezaPublication . Prata, Ricardo; Avelar, MárioO nosso projecto ambiciona mostrar as formas através das quais a ficção de Ursula K. Le Guin pode ser usada num estudo sobre o modo como a literatura reflecte os relacionamentos, em constante mutação, entre a cultura e o cosmos, pondo a influência do seu trabalho a par com a de outros autores de literatura sobre a natureza contemporâneos. Escolhemos esta autora pelo facto de a sua vasta obra (tem dezenas de títulos publicados e traduzidos em várias línguas, desde 1961 até 2004) ser ainda pouco divulgada e estudada em Portugal, por um lado. Por outro lado, norteámos a nossa investigação utilizando o tema da natureza como fio condutor, uma vez que aquele se assume como um elemento constituinte essencial da identidade americana e da obra da autora. A literatura sobre esta temática constitui um campo que abrange tópicos variados. Para os nossos intentos, optámos por analisar três que consideramos primordiais: os relacionamentos entre nomeação, posse e essência; as tentativas de encurtar a distância entre o Eu e o Outro, sem cooptar o Outro; e a necessidade de solidão de modo a experimentar e entender plenamente a relação com a natureza.