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Browsing CEMRI | Teses by advisor "Grave-Resendes, Lídia"
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- A organização do trabalho na pedagogia diferenciada ao nível do 1º Ciclo do Ensino Básico : um estudo comparativo entre os modelos pedagógicos High/Scope e do Movimento da Escola ModernaPublication . Gomes, Mário Henrique de Jesus; Ferreira, Manuela Malheiro; Grave-Resendes, LídiaPortugal subscreveu o programa da U.E. «Quadro Estratégico de Cooperação Europeia em matéria de Educação e Formação» (EF2020), que estabeleceu objetivos para os sistemas educativos europeus, no horizonte de 2020. Neste quadro, o Ministério da Educação português publicou o intermédio Programa Educação 2015, que tem como principal objetivo “elevar as competências básicas dos alunos portugueses” (Ministério da Educação [ME], 2010). Portugal tem, desde 2001, um cenário legislativo que preconiza a gestão flexível do currículo, tendo definido, nesse ano, o Currículo Nacional do Ensino Básico, com a identificação das competências básicas para cada área curricular. Neste contexto político, é fundamental que as escolas e os professores interiorizem que, na peugada do sucesso escolar que se espera atingir, o currículo “é a concretização que cada professor cumpre com os seus alunos” (Freitas, 1998, p. 25) e não apenas um normativo distante. É urgente que as escolas sejam “eficazes para todos” (Ainscow, 1991, 2005), conseguindo promover o desenvolvimento das competências de todos os alunos, apesar da diversidade. Todos os alunos são diferentes nas relações com o saber, nos interesses e nas estratégias e ritmos de aprendizagem. A via para se perseguirem estes objetivos é pela Pedagogia Diferenciada, entendendo-a como o “romper com a pedagogia magistral – a mesma lição e os mesmos exercícios para todos ao mesmo tempo – mas é sobretudo uma maneira de pôr em funcionamento uma organização de trabalho que integre dispositivos didáticos, de forma a colocar cada aluno perante a situação mais favorável” (Perrenoud, 1997, cit. in Peixoto, 2008, p. 16) à aprendizagem. Em Portugal, são conhecidos e implementados, por um grupo alargado de docentes, em diversas escolas, modelos de Pedagogia Diferenciada: o modelo High/Scope e o modelo do Movimento da Escola Moderna. A história destes modelos nasce por volta dos anos sessenta e setenta do século XX: o primeiro nos Estados Unidos da América, com a influência das teorias de Piaget; e o segundo, em Portugal, sob a influência das propostas pedagógicas de Freinet. O modelo High/Scope tem como central a «aprendizagem ativa», enquanto o modelo do Movimento da Escola Moderna (M.E.M.) se centra mais na «aprendizagem cooperativa». Ambos os modelos preconizam um tempo diário dedicado ao estudo de forma autónoma, sendo no High/Scope conhecido esse tempo como a rotina do «planear-fazer-rever» (ou Trabalho individual) e no modelo do M.E.M. mais conhecido como «Tempo de Estudo Autónomo». As diferenças terminológicas destacam as diferenças de perspetiva. Estudámos duas turmas do 1.º ciclo, cada uma implementando um dos modelos. Focámo-nos essencialmente no Tempo de Estudo Autónomo por ser, por excelência, o momento da diferenciação pedagógica, uma rica oportunidade de desenvolvimento de competências de acordo com o perfil individual. Ambos os modelos estão na senda da Pedagogia Diferenciada e são um excelente contributo para o caminho de qualidade que pretendemos trilhar, para que “as desigualdades diante da escola se atenuem e, simultaneamente, para que o nível de ensino se eleve” (Perrenoud, 2000a, p 19).