Sociologia | Sociology
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Browsing Sociologia | Sociology by advisor "Horta, Ana Paula Beja"
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- Processos identitários e práticas transnacionais : os timorenses na AustráliaPublication . Tique, Maria do Rosário da Silva; Inglis, Christine; Horta, Ana Paula BejaCom o corpo dividido… dividido em três partes: Goa, Portugal e Timor. Não posso [escolher]. Se estiver em Goa, é a minha terra, se estiver em Portugal, é a minha terra, em Timor é a minha terra. (António, Melbourne) E a pergunta é sempre porque é que vocês não estiveram cá, enquanto nós lutámos. E a minha resposta é assim: quando vocês gritavam aqui nós repetíamos lá fora. Se não tivéssemos feito isso ninguém vos ouviria. (Fernanda, Díli) As afirmações traduzem a experiência de diáspora de muitos timorenses, referentes a dois aspetos do transnacionalismo-enquanto identidade e enquanto prática política. Durante o longo período vivido no exílio, os timorenses esforçaram-se por assumir o controle da sua terra de origem, para o que foi necessário um esforço conjunto e conjugado entre as diferentes comunidades timorenses na diáspora, na medida do possível, entre estas e Timor. Este estudo tem como objetivo a análise destas ligações transnacionais, nomeadamente no que se refere à comunidade timorense de origem chinesa. A estratégia metodológica adotada decorre do estudo empírico multisituado, entre Melbourne, Macau e Timor-Leste. Com ascendências múltiplas, afinidades culturais e pertenças identitárias repartidas por várias origens, estas comunidades diaspóricas potenciaram o estabelecimento de redes transnacionais norteadas pela defesa dos valores globais de direitos humanos e em estreita articulação com os locais de acolhimento. As redes transnacionais estabelecidas no exílio acabaram por desenvolver identidades timorenses híbridas, flexíveis, que absorvem elementos globais e dos contextos locais dos refugiados e que permanecem mesmo depois do regresso ao país. O estudo demonstra que o transnacionalismo não se opõe a uma forte participação local. A convergência narrativa entre timorenses e australianos não apenas incentivou os ideais timorenses como ainda contribuiu para o fortalecimento da sociedade civil australiana.
- Relações interétnicas, dinâmicas sociais e estratégias identitárias de uma família cigana portuguesa : 1827-1957Publication . Sousa, Carlos Jorge dos Santos; Horta, Ana Paula Beja; Machado, Fernando LuísEsta tese pretende contribuir para um melhor conhecimento das relações existentes entre uma família cigana, residente em Lisboa, e a restante sociedade portuguesa que com ela se relacionou. São três os indivíduos investigados. As dinâmicas sociais, culturais e étnicas desenvolvidas por estes três indivíduos, e a sua família, foram objecto de investigação de forma a compreender a pluralidade das suas pertenças étnicas através dos contrastes e continuidades, nas suas dimensões sociais e culturais, com a restante sociedade portuguesa. Relações Interétnicas, Dinâmicas Sociais e Estratégias Identitárias de uma Família Cigana Portuguesa são estudadas desde 1827 – ano do nascimento de Manuel António Botas – até 1957, ano do falecimento de António Maia, neto deste, e filho de Maria da Conceição de Sousa e Botas. As histórias de vida destes três indivíduos pertencentes a uma família cigana lisboeta são investigadas a partir dos relatos orais de membros desta família; do jazigo de família; dos registos paroquiais de baptismo, casamento e óbito; dos jornais relativos aos períodos que medeiam aquelas datas; dos arquivos militares e da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Estas fontes foram instrumentalizadas de maneira a possibilitar e a inter-relacionar categorias de informação que permitiram, através da sua triangulação, a consolidação, descoberta e a criação de novos conhecimentos. Nascido dois anos depois do primeiro quartel do século XIX, Manuel António Botas foi bandarilheiro, director de corridas, guitarrista, amigo da Severa e do Conde de Anadia, entre outros. A sua participação pessoal e, sobretudo, profissional na sociedade oitocentista portuguesa influenciou a geração do seu tempo e as vindouras. A sua filha, Maria da Conceição de Sousa e Botas, casou pela igreja católica e de acordo com a Lei cigana, com um cigano, José Paulos Botas, com quem conceberia oitos filhos. Tia Chata, nome pelo qual viria a ser conhecida na idade adulta, transformou-se numa mulher de respeito. Um dos seus filhos, António Maia, casou com uma jovem cigana que não seria, segundo os testemunhos, o amor da sua vida. Foi combatente na Primeira Grande Guerra, vindo a falecer, vítima de gases nela inalados. A sua actividade política/social/económica/profissional e, sobretudo, a mediação cultural fize-ram dele um tradutor-intérprete intra/intercultural. O estudo desta família demonstrou: que as relações interétnicas são uma constante e que o espaço de sociabilidade é intra/inter-étnico; que predominam as continuidades quer quanto à localização residencial, quer quanto à religiosidade; que existem contrastes e continuidades quer na língua, quer no luto, quer no matrimónio, preferencialmente intra-étnico, e que este se realiza de acordo com a lei cigana e/ou com a da igreja católica. A rede de alianças (intra/inter) é construída a partir do matrimónio e do baptismo.