Repository logo
 
Publication

Migração e saúde: estratégias e gestão dos cuidados de saúde e doença dos refugiados em Maratane, Nampula, norte de Moçambique

datacite.subject.sdg03:Saúde de Qualidadept_PT
datacite.subject.sdg04:Educação de Qualidadept_PT
datacite.subject.sdg10:Reduzir as Desigualdadespt_PT
dc.contributor.advisorBäckström, Bárbara
dc.contributor.authorMuianga, Baltazar Samuel
dc.date.accessioned2021-09-17T13:51:49Z
dc.date.available2024-07-07T00:30:18Z
dc.date.issued2021-07-07
dc.date.submitted2021-09-17
dc.description.abstractA presente investigação reflete sobre a problemática das migrações forçadas na sua interface com a saúde e incide, particularmente, sobre a autogestão de saúde e doença que os refugiados acionam por forma a superar as barreiras estruturais no acesso a estes serviços. Esta pesquisa analisou o quotidiano dos refugiados residentes no Centro de Maratane, na província de Nampula, no norte de Moçambique. Para o efeito, seguiu-se uma triangulação teórica, cruzando as abordagens sociológicas das migrações e saúde, articuladas com a sócio-antropologia da saúde/doença. Parte-se da presunção de que em função dos constrangimentos estruturais e socioculturais que condicionam a prestação e acesso aos serviços de saúde para os refugiados, estes servem-se do seu “capital social” para gerir situações de risco de saúde, usando outras soluções terapêuticas diferentes do Sistema Nacional de Saúde. Realça-se ainda que os refugiados recorrem ao seu “capital económico” para aceder os cuidados de saúde, prestados pelo Sistema Nacional de Saúde, seja público ou privado. Em termos metodológicos, a investigação orientou-se pela abordagem qualitativa, considerando uma amostra de 59 participantes que foram selecionados na base de acessibilidade. Os participantes foram refugiados provenientes de países africanos, sobretudo Burundi, República Democrática do Congo, Ruanda e Somália. Para a recolha de dados, usouse as entrevistas semiestruturadas, os grupos focais e a observação direta. Em relação à análise dos dados, foi usada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados revelam que os refugiados enfrentam dois níveis de barreiras estruturais no acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente as internas e externas. As barreiras internas resumem-se nas fragilidades estruturais inerentes aos serviços de saúde no Centro de Maratane, onde se destaca a falta de um Banco de Sangue, a insuficiência de recursos materiais e de serviços médico-cirúrgico, a falta de medicamentos, a morosidade no atendimento e a ausência de serviços de saúde mental, que são cruciais para a reabilitação psicosocial dos refugiados. As barreiras externas consistem na inacessibilidade geográfica da região, com maior índole para os fatores de ordem económica, a ineficaz inserção comunitária, a fraca integração social e os constrangimentos socioculturais, em particular os problemas linguísticos e de comunicação que condicionam a relação entre os refugiados, o pessoal médico e os intérpretes da Unidade Sanitária local. Devido a estes constrangimentos, os refugiados recorrem a medicina moderna e a outras “medicinas” paralelas caracterizadas por práticas terapêuticas alternativas para a autogestão da sua saúde, destacando-se, por um lado, o recurso a uma pluralidade de sistemas de saúde, designadamente o folclórico, o popular e a automedicação, acionados através das suas interações sociais quotidianas, que incluem ações de autocuidado de “senso comum”, o capital social/ubuntu/ e as redes de solidariedade baseadas nas amizades, na familiaridade e na identidade étnico - cultural.pt_PT
dc.description.abstractThis research reflects on the problem of forced migration in its interface with health and particularly focuses on self-management of health and disease that refugees are engaged in order to overcome structural barriers faced in accessing these services. The research analysed daily lives of refugees living in the Maratane Center, in Nampula province, northern Mozambique. The analysis used a theoretical triangulation, combining the sociological approaches of migration and health, along with the socio-anthropology of health/disease. The main assumption is that due to structural and socio-cultural constraints that hinder the provision and access to health services to refugees, they use their “social capital” to manage health risk situations, using other therapeutic solutions rather than the National Health System. In addition, we emphasize that refugees also use their “economic capital” to access the health care provided by the National Health System, whether public or private. In terms of methodology, the research applied the qualitative approach, considering a sample of 59 participants, selected through accessibility approach. The participants were refugees from African countries, mainly Burundi, Democratic Republic of Congo, Rwanda and Somalia. Semi-structured interviews, focus groups and direct observation were used to collect data; and a content analysis method was used for data analysis. The results reveal that refugees face two levels of structural barriers in accessing health care, namely internal and external. The internal barriers comprise structural weaknesses related to health services at the Maratane Center, which included lack of a Blood Bank, insufficient material resources and medical-surgical services, lack of medications, long hours of waiting at the health centre to access health care, and lack of mental health services, which are crucial for the psychosocial rehabilitation of the refugees. External barriers consist of the geographical inaccessibility of the region, lack of economic resources, ineffective community insertion, weak social integration and socio-cultural constraints, especially linguistic and communication problems that hamper the relationship between refugees and medical personnel, despite existence of interpreters in the local health Unit. iv Due to these constraints, the refugees seek modern medicine and others parallel “medicines” characterized by alternative therapeutic practices for self-management of their health, such as the use of a plurality of health systems namely the folkloric, the popular and the selfmedication, triggered through their daily social interactions, which include self-care “common sense”, social capital / ubuntu / and solidarity networks based on friendships, familiarity and ethnic and cultural identity.pt_PT
dc.identifier.citationMuianga, Baltazar Samuel - Migração e saúde [Em linha]: estratégias e gestão dos cuidados de saúde e doença dos refugiados em Maratane, Nampula, norte de Moçambique. [S.l.]: s.n.], 2021. 273 p.
dc.identifier.tid101657374pt_PT
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.2/11071
dc.language.isoporpt_PT
dc.subjectMigraçõespt_PT
dc.subjectMigrações forçadaspt_PT
dc.subjectSaúdept_PT
dc.subjectCuidados de saúdept_PT
dc.subjectDoençapt_PT
dc.subjectRefugiadospt_PT
dc.subjectAuto-gestãopt_PT
dc.subjectAntropologia da saúdept_PT
dc.subjectItinerários terapêuticospt_PT
dc.subjectMoçambiquept_PT
dc.subjectSelf-administeredpt_PT
dc.subjectSocial capital/ubuntupt_PT
dc.subjectTherapeutic itinerariespt_PT
dc.subjectForced migrationspt_PT
dc.subjectRefugees and health/illnesspt_PT
dc.titleMigração e saúde: estratégias e gestão dos cuidados de saúde e doença dos refugiados em Maratane, Nampula, norte de Moçambiquept_PT
dc.typedoctoral thesis
dspace.entity.typePublication
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typedoctoralThesispt_PT
thesis.degree.nameTese de Doutoramento em Relações Interculturais apresentada à Universidade Abertapt_PT

Files

Original bundle
Now showing 1 - 1 of 1
Loading...
Thumbnail Image
Name:
TD_BaltazarMuianga.pdf
Size:
4.76 MB
Format:
Adobe Portable Document Format