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A literatura como corpo do tempo : a História de Portugal com a mediação da literatura no pensamento de Eduardo Lourenço

dc.contributor.advisorPiedade, Ana Nascimento
dc.contributor.authorDias, Ana Cristina Ferreira
dc.date.accessioned2016-11-14T12:12:21Z
dc.date.available2016-11-14T12:12:21Z
dc.date.issued2016-10-04
dc.date.submitted2016-11-14
dc.description.abstractAo longo das últimas quase sete décadas, Eduardo Lourenço veio desenvolvendo uma abordagem teórica particular para repensar a História de Portugal através da compreensão da expressão cultural de cada época e, especificamente, usando a mediação da Literatura. Neste trabalho, o nosso primeiro grande objectivo foi tentar perceber o seu método, nessa área de reflexão, a partir da exploração de alguns dos caminhos que Eduardo Lourenço, ele próprio, nos indica, desde logo no que se refere ao diálogo que estabelece com alguns outros pensadores: Michelet, ao qual se junta contra o positivismo na História; Bergson, para discutir a sua noção de Duração, como atributo qualitativo do tempo psicológico, em vez de uma medida quantitativa da existência cronológica e, finalmente, em conexão forte com os anteriores, Péguy, com quem partilha a concepção da Literatura como um instrumento privilegiado de compreensão trans-temporal, bem como a atitude radical contra o já feito e já pensado, estando sempre disponível para repensar tudo. À luz desta análise metodológica, tentámos, em sequência, ilustrar de que forma Eduardo Lourenço favorece a nossa compreensão de algumas problemáticas centrais do ser Português – quer reais, quer mitificadas – na nossa Duração colectiva associada à longeva nacionalidade, utilizando, para o efeito, a mediação da Literatura. Do religioso teatro medieval vicentino, ao poema épico de Camões sobre a Expansão, continuando para o romântico início do século XIX e prosseguindo para as várias interpelações à Nação, feitas por movimentos como a Geração de 70 ou o grupo de Orpheu, chegámos à vida em ditadura (que experienciámos através das reacções literárias do Neo-Realismo e dos Filhos de Álvaro de Campos) até 1974, quando a Revolução libertou novas vozes e temáticas, como o colonialismo. Dado que Eduardo Lourenço continua, e esperamos que prossiga, por muito tempo, a pensar sobre nós, para nós e connosco, temos também o privilégio de contar com ele para equacionar, desde já, o caótico presente em que vivemos, neste caso através de Gonçalo M. Tavares e da sua contra-epopeia para o século XXI.pt_PT
dc.description.abstractOver the last almost seven decades, Eduardo Lourenço has developed a particular theoretical approach to rethink Portuguese History through the understanding of cultural expression of each epoch with the mediation of Literature. In this work, our first main aim was to understand his method, in this specific area of thought, beginning with the exploitation of some paths that Eduardo Lourenço, himself, indicates to us, in what concerns to the dialogue he has established with some other thinkers: Michelet to join him against the positivism in History; Bergson to discuss his concept of Duration as a qualitative attribute of psychological time, rather than a quantitative measure of chronological existence and, finally, in strong connection to the others, Péguy, to share his conception of literature as a privileged instrument to trans-temporal understanding as well as his radical attitude, against the ready-made and the already thought, being at all time available to rethink everything, from scratch. Enlightened by that methodological analysis, we tried, subsequently, to illustrate how Eduardo Lourenço favours our comprehension on some of key Portuguese problematics - both real and mythic – of our collective Duration over centuries of nationality, with the mediation of Literature. From religious medieval theatre of Gil Vicente, to Camões epic poetry on Expansion, continuing to the early nineteenth century Romanticism and then following to Geração de 70 and Orpheu exhortations to the Nation, we arrived to life under dictatorship (with literary reactions through Neo-realism and Filhos de Alvaro de Campos) until 1974, when the Revolution has freed new voices and thematic, as colonialism. Considering that Eduardo Lourenço continues, and hopefully will continue, for a long time, to think about us, for us and with us, we have also the privilege to count on him to think about the chaotic present we are living in, through Gonçalo M.Tavares deconstructive epic poem for the XXI century.pt_PT
dc.identifier.citationDias, Ana Cristina Ferreira - A literatura como corpo do tempo [Em linha] : a História de Portugal com a mediação da literatura no pensamento de Eduardo Lourenço. [S.l.] : [s.n.], 2016. 161 p.
dc.identifier.tid201292572
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.2/5720
dc.language.isoporpt_PT
dc.subjectEduardo Lourenço, 1923-2020pt_PT
dc.subjectLiteratura portuguesapt_PT
dc.subjectHistória de Portugalpt_PT
dc.subjectTempopt_PT
dc.subjectHistorypt_PT
dc.subjectLiteraturept_PT
dc.subjectDurationpt_PT
dc.subjectPortugalpt_PT
dc.titleA literatura como corpo do tempo : a História de Portugal com a mediação da literatura no pensamento de Eduardo Lourençopt_PT
dc.typemaster thesis
dspace.entity.typePublication
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typemasterThesispt_PT
thesis.degree.nameDissertação de Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares apresentada à Universidade Abertapt_PT

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