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O povoado calcolítico do Outeiro de São Mamede (Bombarral): estudo do espólio das escavações de Bernardo de Sá (1903/1905)

dc.contributor.authorCardoso, João Luís
dc.contributor.authorCarreira, Júlio Roque
dc.date.accessioned2017-02-02T15:34:48Z
dc.date.available2017-02-02T15:34:48Z
dc.date.issued2003
dc.description.abstractO estudo do espólio do povoado pré-histórico do Outeiro de São Mamede, permitiu as seguintes conclusões gerais: 1 - Trata-se de materiais que, conquanto de posição estratigráfica e de localização no terreno imprecisas, parecem provir essencialmente de uma única camada arqueológica e de uma zona circunscrita do povoado pré-histórico, como decorre da análise da documentação existente: com efeito, tanto o esboço estratigráfico realizado por Leite de Vasconcelos na sua visita de 30 de Junho de 1906, como os cortes efectuados por Bernardo de Sá, indiciam a existência de uma única camada arqueológica, particularmente evidente no interior de um recinto de planta rectangular considerado como fundo da cabana, o qual forneceu grande quantidade de espólio; por isso, foi considerado como a zona nuclear do antigo assentamento humano; é de reter, ainda, ter Bernardo de Sá assinalado vários muros rectilíneos, de contenção de terras, os quais deram origem a plataformas cuja sucessão de estratos arqueológicos parecem encostar-se ao lado interno das referidas estruturas; a ser assim, tratar-se-iam de estruturas pré-históricas, com equivalente em muro do Neolítico Final, construído exactamente com o mesmo propósito, posto a descoberto por um de nós (J. L. C.) no povoado do Neolítico Final do Carrascal, Oeiras, em Agosto de 2003 e ainda inédito. Ainda no respeitante à distribuição diferencial de espólio arqueológico, deve assinalar-se a existência de um “tesouro” de pontas de seta, recolhido na “cabana”, enquanto que outro sector circunscrito da estação forneceu cerca de sessenta machados de pedra polida, sendo por isso designado pelos trabalhadores rurais como “mina dos raios”; 2 - do espólio recolhido por Bernardo de Sá, parte significativa ter-se-á extraviado; disso é prova a falta de algumas peças notáveis, entre as agora observadas no Museu Nacional de Arqueologia: basta referir que, só pontas de seta, existiam cerca de trezentas, número muito além do actual. De qualquer modo, os materiais conservados, com assinalável coerência cronológica e cultural, indicam tratar-se de uma ocupação calcolítica. Com efeito, as tipologias das classes de espólio consideradas mais discriminantes, são concordantes em apontarem uma presença dominante no Calcolítico Pleno: para tal conclusão, pode invocar-se a tipologia do espólio lítico (com notável predomínio das pontas de seta de tipo mitriforme); a abundância de vestígios de metalurgia, prática que, como é sabido, só se generalizou a partir daquela fase cultural; e, sobretudo, as características do conjunto cerâmico. No entanto, para além de alguns recipientes cerâmicos poderem pertencer ao Calcolítico Inicial, como a seu tempo foi referido, outros há, referidos na bibliografia mas não localizados, como um fragmento de vaso de bordo denteado, que poderão indicar uma ocupação pouco importante do Neolítico Final. A este exemplar, poder-se-iam associar ainda algumas pontas de seta de base pedunculada ou bicôncava (também não localizadas); a tal propósito, é de reter a observação de Bernardo de Sá de, nalguns sectores, a camada mais funda conter abundante espólio arqueológico, que lhe parecia mais primitivo, por dele não fazer parte as cerâmicas decoradas; tal situação condiz, com efeito, com a larga predominância de cerâmicas lisas no Neolítico Final, ao contrário do observado no Calcolítico; mas a presença de apenas um bordo denteado e a ausência de taças carenadas neolíticas – apenas um exemplar se encontra desenhado por S. D. Alves, mas com perfil que sugere a sua inclusão na Idade do Bronze (ALVES, 1956/1957, Fig. 6, nº. 3) – não permite aceitar tal possibilidade: só novas escavações, que aliás o referido autor considerava justificáveis, recentemente empreendidas, poderão esclarecer esta e outras questões.pt_PT
dc.description.versioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpt_PT
dc.identifier.issn0872-6086
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.2/6103
dc.language.isoporpt_PT
dc.peerreviewedyespt_PT
dc.publisherCâmara Municipal de Oeiraspt_PT
dc.subjectHistóriapt_PT
dc.subjectArqueologiapt_PT
dc.subjectHistória da arqueologiapt_PT
dc.subjectBernardo de Sápt_PT
dc.subjectPré-históriapt_PT
dc.subjectCalcolíticopt_PT
dc.titleO povoado calcolítico do Outeiro de São Mamede (Bombarral): estudo do espólio das escavações de Bernardo de Sá (1903/1905)pt_PT
dc.typejournal article
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.endPage228pt_PT
oaire.citation.startPage97pt_PT
oaire.citation.titleEstudos Arqueológicos de Oeiraspt_PT
oaire.citation.volume11pt_PT
person.familyNameCardoso
person.givenNameJoão Luis
person.identifier.ciencia-id4916-6273-3F6C
person.identifier.orcid0000-0003-2234-2266
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typearticlept_PT
relation.isAuthorOfPublicationc6f6f01a-f706-4a21-903c-b3e585f1e98b
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