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- Maio de 68Publication . Carreto, Carlos F. Clamote; Bär, Gerald; Gonçalves, Luís Carlos Pimenta; Trindade, Ana José; Guerreiro, Maria JoãoComemoração do 40º aniversário do "Maio de 68". Inclui depoimentos de Manuel Villaverde Cabral, Judith Revel, Daniel Bensaïd, Gerd-Rainer Horn e Fernando Rosas.
- As representações de um episódio histórico : o massacre de "Saint-Barthélémy" de 1572 em alguns autores francesesPublication . Gonçalves, Luís Carlos Pimenta
- Como era gostoso o meu índio, discursos legitimadores franceses do séc. XVI sobre o índio canibalPublication . Gonçalves, Luís Carlos PimentaNo capítulo «Guanabara» de Tristes Tropiques, sobre a implantação e desagregação de uma colónia francesa no Brasil em meados do século XVI, matéria das obras que examinaremos, Claude Lévi-Strauss conta que ao visitar a Baía do Rio de Janeiro levava no bolso «Jean de Léry, breviário do etnólogo»[1]. Segundo o autor esse episódio da colónia da francesa daria para um romance ou um filme[2]. Numa entrevista, afirmava ainda que o relato de Léry era «uma grande obra literária»[3]. Desde então, dois romances franceses vieram satisfazer esse desejo de uma ficção baseada na história da colónia francesa, como adiante veremos. A nossa intervenção centrar-se-á nos discursos que até certo ponto legitimam, nolens volens, a prática antropofágica dos índios do Brasil no século XVI. Prática essa que tem duas interpretações: a primeira, assimila o canibalismo a uma vingança suprema; a segunda, considera o acto como a expressão de uma necessidade alimentar. Se no século XVI, o canibal aparece legitimado como seguidor de um ritual arcaico, no século XVIII, a sua figura é descrita por um Daniel Defoe como a expressão de um bestial apetite de que é salva a personagem de Sexta-feira. Tentarei nesta comunicação evocar, em primeiro lugar, como os quinhentistas franceses, André Thevet, Jean de Léry e Michel de Montaigne, relataram a antropofagia dos índios do Brasil. Em segundo lugar, analisarei como este fenómeno aparece também retratado em dois ficcionistas do século XX: Gilbert Pastor e Jean-Christophe Ruffin, cujo romance Rouge Brésil ganhou redobrada projecção ao receber em 2001 o prémio Goncourt (romance aliás já traduzido em Português).