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  • Cuidados corporais aos recém-nascidos de mães angolanas: saúde, interculturalidade e migração interna
    Publication . Tavares, Elsy; Ramos, Natália
    O período neonatal é crítico na vida de uma criança, devido à sua maior vulnerabilidade e ao maior risco de morte, sendo os cuidados realizados ao recém- nascido revestidos da maior importância e com reflexos na sua saúde futura. A cultura, os mitos e as crenças revelam-se num conjunto de saberes tradicionais que muitas vezes prevalecem sobre os conhecimentos científicos, dando origem a práticas de cuidados com o corpo não recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e com consequências negativas para a saúde, como é exemplo a onfalite. Em Angola, a mortalidade neonatal é elevada, constituindo a septicémia uma das principais causas. Analisou-se saberes e práticas de mães angolanas relativamente aos cuidados corporais com o recém-nascido, em particular com o coto umbilical, através de um estudo descritivo, exploratório, comparativo e transversal, com metodologia de cariz qualitativa, cuja amostra é não probabilística por conveniência. Verificou-se que os saberes e as práticas de mães angolanas relativamente a estes cuidados derivam da componente empírica, transmitida maioritariamente pela família através das gerações, sobretudo pelas avós do recém-nascido, e da componente científica, através dos profissionais de saúde. Observou-se que as mães com experiência migratoria revelam alguns comportamentos distintos das mães naturais de Luanda, nomeadamente ao mencionarem com mais frequência o álcool como conhecimento prévio, sendo no entanto as mães naturais de Luanda as que mais o utilizam de forma isolada como prática nos cuidados ao coto umbilical.
  • Cuidados de mães angolanas ao recém-nascido: abordagem intercultural
    Publication . Ramos, Natália; Tavares, Elsy
    O processo de cuidar adquire características específicas do contexto sociocultural e familiar em que as pessoas vivem e encontra-se associado a um período de transição na vida da mãe e da família. Nas diversas culturas e nomeadamente na cultura angolana, é marcante a transmissão de saberes intergeracionais e culturais nos cuidados ao recém-nascido. Trata-se de conhecimentos, representações e hábitos adquiridos no contexto sociofamiliar e cultural do qual os cuidadores fazem parte. Neste contexto, surgem as avós, que são respeitadas e valorizadas na organização estrutural familiar e dão a sua contribuição para a continuidade das gerações futuras . Entre os saberes tradicionais, surgem também as parteiras leigas, possuidoras de um saber empírico, que, detendo a confiança das mães, orientam sobre questões de saúde. Desde o início da humanidade que as mães e outros membros da família realizam práticas e saberes populares com os seus filhos e utilizam certas substâncias, nomeadamente no cuidado do coto umbilical, acreditando nos seus benefícios . Os pais do recém-nascido, além das orientações dadas por pessoas da comunidade, vizinhos, familiares, deparam-se com recomendações divergentes, por vezes incompreensíveis e contraditórias, provenientes dos profissionais de saúde, nos cuidados ao coto umbilical, baseados em evidência científica. Algumas das práticas frequentes no cuidado ao coto umbilical realizadas pelas mães em Luanda referem-se à utilização de produtos como folhas, cinza, sal, barata queimada, óleo, azeite, pó de café, fezes. A utilização destas práticas está na origem da onfalite, infeção associada ao coto umbilical. Estima-se que as onfalites ocorram em maior número em países em desenvolvimento. Estima-se que cerca de 15% de todas as mortes neonatais a nível global ocorrem devido a infeções (WHO, 2016), e, designadamente as do coto umbilical, são responsáveis pela mortalidade de mais de 520.000 recém-nascidos a nível mundial. Angola, apresenta um dos mais elevados níveis de mortalidade infantil mundial (WHO, 2017).