Sociologia
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Recent Submissions
- Imigrantes, minorias étnicas e autarquias : intervenção e omissões : práticas políticas no Município da AmadoraPublication . Cordeiro, Ana Paula; Guerra, Isabel; Rocha-Trindade, Maria BeatrizO trabalho de investigação que suportou a realização da tese de doutoramento em referência teve como principal objetivo analisar e interpretar a ação do poder autárquico direcionada a imigrantes e minorias étnicas em situação de desfavorecimento ou exclusão social, constituindo as práticas políticas implementadas pelo município da Amadora, entre 1979 e 2004, o seu objeto de estudo específico. O enquadramento teórico da pesquisa resultou da confluência e articulação de três parâmetros conceptuais fundamentais: imigração, Estado e integração. O primeiro, a imigração, foi observado na sua dimensão política, como fenómeno que cativa e mobiliza a atenção dos atores políticos, transformando-se em objeto particular da sua ação. O segundo, o Estado, foi considerado na sua dimensão subnacional, muito embora se tomem em linha de conta as relações que estabelece com os planos nacional e internacional do Estado, nos quais se definem, em larga medida, as potencialidades e limitações da sua ação. O terceiro, a integração, foi encarado também na vertente política, como conjunto de ações e omissões intencionalmente levadas a efeito por uma autoridade investida de poder público e legitimidade governamental, com a finalidade de proporcionar aos imigrantes e minorias étnicas as condições necessárias à sua participação nos vários domínios da esfera pública. O modelo de análise adotado no presente estudo centrou-se na identificação e caracterização do tipo de processos executivos das práticas políticas (top-down ou bottom-up), bem como nas lógicas de implementação que lhe estão subjacentes (territorialização ou desterritorialização). No intuito de conferir utilidade a este modelo foram estudadas as práticas políticas implementadas nos domínios da habitação, educação, saúde, cidadania, emprego e formação profissional.
- Evolução da estrutura orgânica e funcional do Ministério da Educação durante os séculos XIX e XX : 1820-1974Publication . Carvalho, José Manuel de Almeida e Melo de; Neto, João Batista Nunes Pereira; Carmo, HermanoO estudo do Ministério da Instrução/Educação elaborado, contempla uma perspectiva multidisciplinar, sociológica e histórica, em que se aborda o contexto externo, o contexto interno e os resultados da acção ministerial. Contempla-se, em quatro capítulos, a evolução da situação política em Portugal, a organização do sistema de ensino, a evolução da estrutura orgânica e funcional do Ministério da Instrução/Educação e as principais reformas produzidas pelo Ministério. Conclui-se que a situação política se caracteriza por uma tendência conservadora, quebrada por breves períodos revolucionários, em que o ensino é utilizado mais como arma de arremesso político do que é assumido como um instrumento para se atingir a cidadania, o progresso individual ou o progresso sócio-económico do País. As apostas num ensino técnico e profissional coincidem com a necessidade de mão-de-obra e de quadros para se atingirem planos de fomento da economia ou da indústria. Decorrente do contexto político, o sistema educativo não conseguiu definir linhas coerentes de organização, a não ser em épocas de governos “fortes”. A estrutura orgânica e funcional do Ministério acompanha a evolução da restante Administração Pública Central, aumentando progressivamente a sua complexidade, quer por via de uma maior especialização funcional, quer pelo aumento do número de funcionários. Em termos relativos, o Ministério vai assumindo maiores despesas orçamentais, tornando-se, a partir de 1959, o Ministério com maior percentagem do Orçamento Geral do Estado. As reformas educativas raramente abordaram a educação na sua globalidade, discutindo-se frequentemente e reformulando-se o ensino quer pela vertente do ensino superior como oposição ao ensino básico, quer pela vertente contrária, do ensino básico em oposição ao ensino superior. A reforma do ensino, de forma global, em que se envolveu toda a sociedade e portanto se apresentava com uma sólida base social de apoio, foi levada a cabo por Veiga Simão mas, foi a mesma interrompida pela Revolução de 25 de Abril de 1974.
- Se fosse tudo bem, a velhice era boa de enfrentar! : racionalidades leigas sobre envelhecimento e velhice : um estudo no norte de PortugalPublication . Silva, Maria Ester Vaz da; Silva, Luísa Ferreira daA velhice é um conceito que na sociedade moderna do início do século XXI se configura, no discurso dominante, como problema social. É uma desconstrução desse conceito que se propõe neste trabalho, designadamente com apoio nos resultados de um estudo qualitativo por entrevista de 24 pessoas, homens e mulheres com idades superiores a 50 anos no norte de Portugal, sobre a representação social de velhice e de envelhecimento. A associação que as racionalidades leigas fazem entre velhice e idade exclui a noção de idade cronológica como marco de fronteira entre o estado de adulto e o de ‘velho’, o que concorda com a crítica sociológica à institucionalização da velhice. Ser ou não ser velho/a não depende da idade pois que essa concepção se refere ao essencial do sujeito, à sua identidade como indivíduo, e não ao seu aspecto exterior ou às suas capacidades bio-fisiológicas. A visão leiga da velhice encara-a na sua dimensão de construção da sociedade, construção associada à problemática da inclusão social pelo trabalho. Ser reformado/a não é ser velho/a. É o olhar dos outros que ‘faz’ as pessoas velhas. A interpretação do material recolhido pelas entrevistas permite concluir que a velhice, mais do que ser a assunção de uma identidade ‘nova’ atribuída socialmente, corresponde a uma auto-reconstrução que valoriza a continuidade da trajectória individual.