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- A Identidade socioprofissional dos professores de educação física em PortugalPublication . Moreira, J. António; Ferreira, António G.O presente estudo tem como principal objectivo investigar a forma como os professores de Educação Física se relacionam e se veem relativamente a outros colegas do grupo disciplinar, avaliando o poder preditivo de variáveis, como a escola de formação inicial ou a experiência profissional, que concorrem para a (in) definição da sua identidade profissional. Recorrendo a uma metodologia de cariz qualitativo a investigação centrou-se num grupo de quinze professores com formações iniciais distintas da área disciplinar de Educação Física realizadas nas instituições mais marcantes de Portugal no século XX: Instituto Nacional de Educação Física (INEF), Institutos Superiores de Educação Física (ISEF), Escolas Instrutores de Educação Física (EIEF) e Faculdades de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF). As principais conclusões do estudo sugerem-nos a existência de alguma coesão dentro do grupo disciplinar de Educação Física, já que os professores mais novos reconhecem que a sua evolução depende, também da relação que estabelecem com os mais velhos e os mais velhos reconhecem que os mais novos são indispensáveis na atualização de determinados saberes, procurando, pois, baseados nestes pressupostos, estabelecer uma relação profícua entre todos, independentemente da geração em questão ou da escola de formação inicial.
- A articulação de sistemas de cuidados no enfrentamento do sofrimento e da doença mentalPublication . Bäckström, Bárbara; Alves, Fátima
- As racionalidades leigas não são exclusivamente modernas, elas são plurais - sobre os modos de compreensão da saúde mental em PortugalPublication . Alves, FátimaAs racionalidades leigas contemporâneas no Ocidente continuam a incorporar formas de conhecimento (com as suas classificações, representações, saberes), provenientes de vários campos, onde se inclui a ciência a par da religião, da moral, da magia, da natureza, enfim, da cultura (De Rosa, 1987; Bellelli, 1987; Serino, 1987; Jodelet, 1995; Alves, 1998; Wagner et al., 1999; Rabelo, et al., 1999a; Charmillot, 2002). O conhecimento de que se servem os agentes sociais na interacção não corresponde em absoluto à hegemonia do poder/saber médico, sendo um conhecimento de tipo diferente do da ciência moderna, onde as necessidades de produzir sentidos exigem modelos bem mais próximos dos universos simbólicos culturais locais. Em Portugal a penetração dos conceitos e das práticas psiquiátricas seguiu com atraso as tendências das sociedades complexas ocidentais (Alves, 1998). A sociedade providência desempenha um papel fundamental na “compensação” das deficiências da produção estatal. No campo do mental, a sociedade civil secundária (Santos, 1990) tem protagonizado algumas responsabilidades sociais, no entanto, na realidade, quando entre nós se fala de integração comunitária das pessoas com doença mental, está-se quase exclusivamente a falar de integração nas famílias (Alves, 1998). Os estudos desenvolvidos para o campo da saúde e da doença em geral permitem-nos constatar a coexistência de modos de produção da saúde: a par da medicina oficial, reconhecida oficialmente como a instituição exclusiva da responsabilidade pela doença (Carapinheiro, 1993), encontramos as "medicinas alternativas", que actuam num registo semiclandestino, e a "medicina popular", reconhecida informalmente pela “comunidade” que a ela recorre num registo personalizado e clandestino face à racionalidade oficial. Os trabalhos desenvolvidos atestam essas diferenças para o caso da saúde em geral (Nunes, 1987; Hespanha, M. J., 1987; Bastos et al. 1987; Fontes et al., 1999;) bem como nos conduzem para a reflexão em torno das racionalidades leigas enquanto campo povoado por lógicas de produção de sentidos plurais (Carapinheiro, 2001; Lopes, 2003; Silva, 2008) que urge compreender, visto que são essas racionalidades leigas que orientam as trajectórias sociais de saúde e de doença. Neste contexto, procuramos perceber a configuração do modo de produção de sentido para o campo mental, ou seja as racionalidades leigas. As informações que apresentamos resultam de uma pesquisa empírica que se centra nas racionalidades leigas sobre saúde e doença mental, efectuada numa região (Norte) de Portugal. Procurámos, neste contexto, ‘cartografar’ as concepções que existem para além do modelo psiquiátrico dominante. Quais as concepções de sofrimento mental que povoam o mundo da vida? Em Portugal, o edifício explicativo sobre a doença mental é complexo e multifacetado, simultaneamente moderno e tradicional (Alves, 2009).