Browsing by Author "Zanetti, Luciene Oliveira Vizzotto"
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- Desigualdade(s) de gênero na magistratura: impactos da organização de trabalho genderizada na carreira das mulheres magistradas do tribunal de justiça Estado do Paraná - BrasilPublication . Zanetti, Luciene Oliveira Vizzotto; Albuquerque, Rosana; Mariano, Silvana Aparecida; Marques, Susana RamalhoA presente investigação adota uma perspectiva de gênero para examinar o impacto da organização genderizada na carreira das magistradas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Brasil. Adotando o conceito de gênero de Joan Scott (1990), por meio dos estudos de Rosabeth Kanter (1977 e 1993) de Joan Acker (1990) e Santos e Amâncio (2014) aborda o debate sobre a desigualdade de gênero apresentando o conceito de tokenismo/sobreminoria e de organização genderizada. A pesquisa analisa a teoria neutra das organizações laborais que sustenta que a desigualdade nos locais de trabalho é consequência da neutralidade atribuída às instituições que na verdade são baseadas no gênero masculino, conhecida como genderização. A segregação vertical é contextualizada por metáforas compiladas do Manual "Gênero de Mudança Organizacional" (Casaca & Lortie, 2018), partindo do conceito de "teto de vidro" (Steil, A. V. 1997), que simboliza as barreiras invisíveis que dificultam a trajetória feminina até os cargos de maior poder. Além disso, o trabalho examina a representação feminina nas Supremas Cortes de países da América Latina (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - CEPAL, 2022), bem como, trabalhos recentes sobre a presença das mulheres na magistratura brasileira (Bonelli & Oliveira, 2020; Bonelli, 2011; Fragale Filho, 2015; Severi & Jesus Filho, 2022; Sciamarella, 2020; Yoshida & Held, 2019; Yoshida, 2022), juntamente com dados disponíveis no país (Conselho Nacional de Justiça – CNJ e Associação Juízes Federais - AJUFE). Nesta senda, este estudo tem como objetivo investigar se as mulheres magistradas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná são afetadas pela organização de trabalho baseada no gênero masculino, uma vez que ocupam posições de destaque na hierarquia da instituição e são consideradas símbolos. Em virtude da escassez de informações específicas sobre a temática no contexto do Tribunal em voga, optou-se pela aplicação de um questionário, o qual obteve a participação de 74 juízas de direito da instituição num universo de 354 mulheres. Os resultados da pesquisa indicam que as magistradas paranaenses enfrentam obstáculos institucionais, preconceito e discriminação no seu percurso profissional, desde o ingresso na carreira até a promoção e nas designações para assumir cargos administrativos na instituição.