Browsing by Author "Pereira, Francisco Correia"
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- Associativismo migrante e participação cívica: dinâmicas organizativas das associações de imigrantes angolanos, guineenses e europeus de leste na Área Metropolitana de LisboaPublication . Pereira, Francisco Correia; Horta, Ana Paula BejaResumo - A presente dissertação inscreve-se no domínio temático do associativismo migrante e tem como objectivo principal analisar as dinâmicas organizativas das associações de imigrantes angolanos, guineenses e de europeus de leste na Área Metropolitana de Lisboa. Debruçámos a nossa análise mais especificamente sobre a estrutura organizacional dessas associações. Para tal, considerámos um conjunto de indicadores, tais como: o ano de fundação das organizações; o número de organizações; a natureza das actividades; a dimensão dos recursos humanos, materiais e económicos, bem como a capacidade de mobilização dessas organizações. Examinámos igualmente as densidades das suas redes organizacionais. Para o efeito, centrámos a nossa análise em três dimensões: redes inter-organizacionais (as relações das associações em estudo, com organizações e instituições não imigrantes); redes intra-organizacionais (relações dessas associações com outras organizações de imigrantes) e redes transnacionais (as relações das associações com organizações/instituições internacionais e com associações da mesma comunidade estabelecidas no estrangeiro e nos países de origem). Por último, analisámos a natureza da participação cívica e política das associações em estudo, privilegiando às actividades de acção de protesto, ou outras formas de confrontação, tais como: manifestação, petições; conferências de imprensa, etc; bem como aos seus relacionamentos com o sistema político nacional e os seus envolvimentos em campanhas eleitorais. Tendo em vista o objecto e os objectivos que nos propusemos analisar e compreender, alicerçámos o nosso estudo, por um lado, na pesquisa documental, baseada em obras científicas nacionais e estrangeiras e por outro lado, na aplicação de um inquérito por questionário aos quadros dirigentes das associações supracitadas. Os resultados evidenciam que, as associações em estudo apresentam características organizacionais diferenciadas. As associações de imigrantes angolanos e guineenses foram estabelecidas, na sua maioria, em meados dos anos 80 e no início dos anos 90 e já se encontram relativamente consolidadas. As organizações de imigrantes da Europa de Leste são recentes, foram todas constituídas a partir do ano 2000 e, estão em fase da consolidação. Apesar de tudo, essas organizações apresentam um forte dinamismo em vários espaços sociais e políticos. As suas actividades não são muito divergentes, orientam-se mais para áreas de solidariedade social, educação, cultura, saúde, emprego e assuntos relativos à imigração, tendo, contudo, fracos recursos humanos, materiais e económicos. Apesar destas limitações, apresentam uma grande capacidade de mobilização dos indivíduos. As organizações de imigrantes da Europa de Leste demonstram uma grande capacidade de actuação na área de mass-media. A dimensão das suas redes organizacionais é relativamente baixa. No que concerne às redes inter-organizacionais inferimos que, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, ACIME e ONG’s de carácter social, bem como os partidos políticos são entidades com as quais a maioria dessas associações mantém contactos e cooperação. Relativamente às redes intra-organizacionais, verificou-se que as associações tendem a privilegiar as colaborações com outras associações da mesma comunidade. As organizações de imigrantes angolanos e guineenses tendem a colaborar mais entre si, do que com as organizações de europeus de leste. Estas últimas não mantêm basicamente contactos com as organizações de imigrantes originários dos PALOP. Muitas dessas organizações estão envolvidas no campo transnacional e mantêm contactos regulares com as organizações congéneres no estrangeiro e nos seus países de origem, com vista a promover colaboração em projectos, bem como iniciativas de desenvolvimento e activismo político nos seus países de origem. A nível da participação cívica e política, concluímos que os assuntos relacionados com o fenómeno de imigração (políticas de imigração; direitos de cidadania; perseguição racial/discriminação e defesa das tradições culturais das minorias) são os que, em geral, mais mobilizam essas organizações. Depreendemos, igualmente, que essas organizações, em particular as dos imigrantes angolanos e guineenses participam em campanhas eleitorais e demonstram grande capacidade em promover a participação e integração dos seus membros nos processos eleitorais
- Associativismo migrante e participação política:que respostas para os novos tempos?Publication . Pereira, Francisco CorreiaFrancisco Pereira, Membro Dirigente da Associação Luso-Caboverdiana de Sintra e Cabeça de Lista do Movimento de Intervenção e Cidadania pela Amadora (MICA), interroga-se sobre a representatividade das associações junto ao governo central e poder local. A fraca participação política das associações e o fechamento do quadro político-partidário português às populações imigrantes têm contribuído para uma representação deficitária das estruturas organizativas imigrantes e das respectivas comunidades que representam na esfera política. Apontando formas alternativas de participação política e cívica, o autor relata a sua experiência como membro fundador e líder do Movimento de Intervenção e Cidadania pela Amadora. Conclui ser necessário criar formas inovadoras de mobilização colectiva, que passam por um maior protagonismo do movimento associativo quer a nível do poder local quer a nível do governo central.