Mestrado em Estudos Euro-Asiáticos | Master's Degree in Euro-Asian Studies - TMEEA
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Browsing Mestrado em Estudos Euro-Asiáticos | Master's Degree in Euro-Asian Studies - TMEEA by Author "Oliveira, Catarina Alexandra Gouveia Lopes de"
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- Timor-Leste: o emergir de um estadoPublication . Oliveira, Catarina Alexandra Gouveia Lopes de; Fontes, JoséO objectivo deste estudo é fazermos uma abordagem dos acontecimentos mais importantes, ocorridos em Timor-Leste, de modo a conseguirmos dar resposta à grande questão deste trabalho: Timor-Leste pode ser considerado como um Estado falhado? Assim, começamos por focar o propósito da colonização portuguesa neste território. Os portugueses chegaram a Timor, em meados de 1514, com intuitos mercantis e de difusão da fé cristã, permanecendo nesta ilha durante quase 500 anos. A convivência foi, quase sempre, pacifica visto Portugal não interferir nos usos e costumes locais. A forma de estar, ser e viver do povo timorense manteve-se inalterada ao longo dos séculos seguintes. A revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal, reflectiu-se em Timor-Leste, com o surgimento de partidos políticos que pretendiam alcançar a independência. Deu-se uma luta interna pela conquista do poder levando à guerra civil, à saída da administração portuguesa e à posterior invasão indonésia. Esta invasão foi feita com a conivência de poderosas potências internacionais, nomeadamente a Austrália e os Estados Unidos da América (EUA), permitindo que em Julho de 1976, a Indonésia declarasse Timor-Leste como a sua 27ª província. Mas será que esta anexação foi aceite pelos timorenses? E pela Organização das Nações Unidas (ONU)? O que nos permite afirmar é que num espaço de 30 anos, o país foi destruído pela segunda vez (a primeira tinha sido durante a Segunda Guerra Mundial aquando da invasão do Japão), levando o povo timorense a um desgaste efectivo. Após vários anos de lutas internas e externas, em 1999, foi dado ao povo timorense a possibilidade de escolher o seu futuro. A 30 de Agosto de 1999 realizou-se um referendo, cujo resultado foi esmagadoramente a favor da independência. A Indonésia abandonou Timor-Leste, mas será que aceitou de bom grado a decisão do povo timorense? Perante as noticias, de terror e destruição, que chegavam, toda a sociedade portuguesa se uniu em defesa daquele povo distante e desconhecido. Aquando da reentrada de portugueses em Timor-Leste, estes não foram vistos como antigos colonizadores mas como defensores e apoiantes dos timorenses. Finalmente em Maio de 2002 Timor-Leste tornou-se um Estado independente, escolhendo como língua nacional o Português e o Tétum. No entanto, será que esta escolha agradou aos países vizinhos que tinham eventuais interesses em dominar Timor? Desde sempre têm existido interesses internos e externos que pretendem que Timor-Leste não exerça efectivamente os seus poderes, criando vários problemas, com o intuito de levar à instabilidade interna. Esta instabilidade levou a que, em Fevereiro de 2006, se instalasse uma crise político-militar em Timor-Leste. Mais uma vez, foi solicitado o apoio a Portugal, para os ajudar a Timor-Leste: o emergir de um Estado Página 6 resolver este problema, bem como os apoiar e preparar para as eleições que se aproximavam. Este apoio foi concedido, visando a preparação dos militares e do povo timorense para o processo eleitoral. Assim, num clima pacífico, em 2007 realizaram-se as eleições presidenciais e legislativas, cujos resultados foram obtidos com sucesso. Todavia, em Fevereiro de 2008, houve dois atentados contra o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, revelando a insatisfação de um grupo de ex-militares perante a situação do país. Eventualmente, será que todos estes conflitos internos eram e são apoiados por países vizinhos, com interesses económicos na área? Estes países pretendem considerar Timor-Leste, à luz da comunidade internacional, um Estado falhado? Em 2008, as necessidades deste povo continuam a ser variadas, verificando-se uma falta de estratégia na identificação de prioridades que possibilitem acções concretas e eficazes em prol do desenvolvimento deste país.