Mestrado em Estudos Ingleses | Master's Degree in English Studies - TMEI
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Browsing Mestrado em Estudos Ingleses | Master's Degree in English Studies - TMEI by Author "Oliveira, Susana"
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- A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medievalPublication . Oliveira, Susana; Relvas, Maria de Jesus C.Com o Renascimento, o Homem adquire uma nova noção do Eu em relação ao Criador e à Sua criação; desenvolve uma perspectiva de antropocentrismo; aperfeiçoa-se enquanto indivíduo na busca da plenitude (uomo universale). Porém, apesar das características de reavaliação, inovação e transformação associadas a este período, denunciam-se múltiplos diálogos de continuidade entre o homem renascentista e o seu homólogo medieval: comungam da mesma metodologia epistemológica, partilham uma idêntica moldura de pensamento que subjaz à perspectivação da Mulher, apresentando- -se como guardiães da herança ancestral de tradições e ideologias escolásticas. De acordo com a Escolástica e a Tradição Medieval, a Mulher permanecia perspectivada segundo dois arquétipos: Eva (mala mulier) e Maria (bona mulier). Eva representava o vício, o pecado, a insensatez, em suma, as características que contribuíram para a Queda de Adão e Eva e, consequentemente, de toda a humanidade. Maria, mãe de Jesus Cristo, figurava as virtudes inexistentes na mãe da humanidade: a virtude, a castidade, a sensatez. Na dicotomia clara existente nos modelos delineados pela Bíblia para a Mulher, residia a realidade da condição feminina. Esta era a herança recebida pela sociedade renascentista: o pensamento de que a Mulher devia obediência ao Homem permanecia numa linha de continuidade, omnipresente, uma vez que assim decretavam as Sagradas Escrituras, corroboravam os teólogos e metodizavam os filósofos clássicos. Contudo, a época do Renascimento em Inglaterra conheceu factores de mudança: o movimento humanista, a Reforma e o conjunto de reestruturações levadas a cabo pelos monarcas da Dinastia Tudor. A presente dissertação procura, assim, aferir até que ponto foi a sociedade renascentista capaz de se desvincular do legado da Escolástica e da Tradição Medieval, criando novas perspectivas da/sobre a Mulher, ou, remetendo para Joan Gadol, procura a resposta à questão: “Did women have a Renaissance?”.