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Authors
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Abstract(s)
As representações artísticas consideradas como obras-primas ao
longo do tempo impuseram, mesmo que inconscientemente, alguns
modelos arquetípicos de obras de arte, que apresentam, nos estudos
literários, desde a literatura greco-romana até ao século XX, e mesmo
nos tempos atuais, um padrão eurocêntrico, composto, fundamentalmente,
por autores masculinos. A exclusão das escritoras do cânone literário é,
até certo ponto, compreensível dado o seu tardio acesso à escolarização;
no entanto, o que se nota na maior parte das histórias da literatura ocidentais
é um desprestígio constante da produção literária de autoria feminina,
que parece continuamente deixar as mulheres escritoras à margem da literatura
oficial. Este trabalho procurará, assim, contribuir para a valorização da produção
literária feminina em Portugal, tentando explicar que os critérios
adotados para a escolha das “obras-primas” da literatura portuguesa se
tem fundamentado, muitas vezes, em posicionamentos incongruentes,
reveladores até de uma certa misoginia. O objetivo principal deste estudo
é determinar as relações da autoria feminina com a teoria do cânone literário,
exemplificadas através da citada seleção de mulheres escritoras.