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Os menires do Lavajo (Afonso Vicente, Alcoutim)

dc.contributor.authorCardoso, João Luís
dc.contributor.authorCaninas, João Carlos
dc.contributor.authorGradim, Alexandra
dc.contributor.authorJoaquim, António do Nascimento
dc.date.accessioned2015-05-04T11:34:51Z
dc.date.available2015-05-04T11:34:51Z
dc.date.issued2003
dc.description.abstractNeste trabalho apresenta-se o resultado das escavações realizadas respectivamente em 1998 e em 2001 nos núcleos de menires de Lavajo 1 e de Lavajo 2, distanciados cerca de 250 m na direcção NNE e separados pelo pequeno vale do Lavajo, bem como dos trabalhos de protecção, recuparação e valorização efectuados sobretudo no núcleo mais importante (Lavajo 1). Os locais, pelo menos actualmente, são intervisíveis, graças à implantação destacada no terreno: o núcleo de Lavajo 1 situa-se no topo de colina enquanto Lavajo 2 ocupa a linha de festo de uma encosta, conferindo ao local visibilidade tanto do lado sul como do lado norte. O conjunto de Lavajo 1 é constituído actualmente por três monólitos, todos de grauvaque: um, quase inteiro, de tendêncía fálica, é actualmente o maior menir de grauvaque conhecido em território português, atingindo o comprimento máximo de 3,14 m; outro, quase completo, fragmentado em três grandes blocos, possui formato estelar; o restante apresenta-se muito incompleto, dele se conservando apenas uma lasca da sua face frontal. É crível, no entanto, que pudessem existir mais monólitos, tendo em conta os abundantes fragmentos de grauvaque ali observados, quase todos com fracturas frescas. Todos os menires de Lavajo 1 se apresentam decorados, com destaque para o maior deles, o qual exibe complexa decoração estreitamente relacionada com a morfologia do suporte lítico, de carácter fálico. Apenas para este foi possível determinar o local de implantação, correspondente a um alvéolo de planta circular e fundo aplanado, parcialmente danificado pelos trabalhos realizados em 1994, que conduziram ao seu reerguimento, infelizmentc feito de forma descuidada, tendo até sido colocado no terreno em posição invertida. Seja como for, na zona culminamte daquele pequeno cabeço, implantaram-se três menires decorados, os quais não podem ser vistos isoladamente, já que se articulariam directamente com o conjunto de Lavajo 2, que se avista ao longe, do outro lado do pequeno vale do Lavajo e na linha de festo da encosta, da qual ocupa a parte média. Neste segundo local, identificaram-se quatro estelas-menir não decoradas, todas de grauvaque, das quais apenas uma, representada por fragmento de pequenas dimensões,se encontrava in situ. Foi, no entanto, possível reconstituir a posição relativa das restantes, através da escavação integral do respectivo alvéolo, correspondente a rasgo alongado, orientado Este-Oeste, aberto no substrato geológico, constituído por xistos do Carbónico Superior finalmente folheados. Deste modo, é de concluir que as estelas menir se dispunham em linha, constituindo um painel lítico contínuo. No interior do avéolo, recolheram-se diversos artefactos ali ritualmente depositados aquando da fundação do monumento, cuja tipologia indica o Neolítico Final, cronologia aliás compatível com a do conjunto megalítico de Lavajo 1, tendo presente a iconografia patente nos menires. Muito embora não se conheça ainda suficientemente o padrão de povoamento da região no Neolítico Final, estes dois núcleos megalíticos podem ser interpretados como marcadores de territórios e/ou de espaços sagrados, sendo de destacar a existência, durante todo o ano, de água nas proximidades imediatas, recurso escasso e precioso, que propiciaria a horticultura. Por outro lado, a natureza das matérias-primas utilizadas na confecção dos artefactos encontrados (sílex, anfibolito), para além de outros materiais de circulação transregional muito mais alargada (fibrolite), evidencia a forte interacção destas populações tanto com o interior do Baixo Alentejo (Zona de Ossa/Morena), como com o litoral algarvio ou andaluz, compatível com estádio de desenvolvimento económico do final do Neolítico do sul peninsular, atingido na segunda metade do IV milénio a. C. Numa vasta região, correspondente a todo o sotavento algarvio, onde o megalitismo não funerário era até agora totalmente desconhecido, os testemunhos ora estudados constituem, doravante, uma das expressões mais interessantes e significativas, cuja relevância se impõe numa área muito mais vasta, correspondente a todo o Sudoeste peninsular.por
dc.identifier.citationCardoso, João Luís [et al.] - Os menires do Lavajo (Afonso Vicente, Alcoutim) [Em linha]. Alcoutim ; Algarve : Câmara Municipal de Alcoutim : Comissão de Coordenação Regional, 2003. 51 p.por
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.2/3915
dc.language.isoporpor
dc.peerreviewedyespor
dc.publisherCâmara Municipal de Alcoutim/Comissão de Coordenação Regional - Algarvepor
dc.subjectArqueologiapor
dc.subjectEscavações arqueológicas
dc.subjectMonumentos
dc.subjectArtefactos
dc.subjectPeríodo neolítico
dc.subjectAlcoutim
dc.subjectBaixo Alentejo
dc.titleOs menires do Lavajo (Afonso Vicente, Alcoutim)por
dc.typebook
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.endPage51por
oaire.citation.startPage1por
person.familyNameCardoso
person.givenNameJoão Luis
person.identifier.ciencia-id4916-6273-3F6C
person.identifier.orcid0000-0003-2234-2266
rcaap.rightsopenAccesspor
rcaap.typebookpor
relation.isAuthorOfPublicationc6f6f01a-f706-4a21-903c-b3e585f1e98b
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