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- A coordenação do departamento curricular : concepções, lógicas e práticasPublication . Moreira, Maria Gabriela Fernandes dos Reis; Dias, Mariana da ConceiçãoEste estudo situa-se na área da gestão intermédia da organização escola e visa compreender o papel e a acção do Coordenador do Departamento Curricular, e, concomitantemente, as representações, lógicas e práticas da Coordenação do Departamento Curricular de modo a explicitar os contributos desta estrutura para a definição das políticas educativas de escola e para gestão intermédia da organização num agrupamento de escolas onde a autonomia é o grande desafio do momento. A investigação, de natureza qualitativa, foi realizada num Agrupamento de Escolas na região de Lisboa, e envolveu, essencialmente, a realização de entrevistas, que nos possibilitaram descrições dos modos de agir e de estar e as perspectivas dos entrevistados sobre o papel e o funcionamento desta estrutura de gestão intermédia. A opção por uma abordagem metodológica de índole qualitativa, de natureza descritiva e interpretativa, na forma de estudo de caso, constituiu, quanto a nós, a forma mais adequada de entrar em contacto directo com um determinado espaço organizacional no sentido de recolher e descrever as significações que os actores atribuem ao papel e acção do coordenador. Respondendo à problemática do nosso estudo, evidenciamos que esta estrutura organizacional e funcional da escola – a Coordenação do Departamento Curricular, exige: a) um actor – coordenador que reúna saber técnico, competência científica e autoridade profissional; b) uma liderança transformacional e pedagógica; c) uma valorização e “profissionalização”do cargo; d) dinâmicas de trabalho assentes na colaboração e na participação. Os resultados obtidos mostraram que: a) o profissional CDC exerce uma diversidade de papéis, funções e tarefas, cada vez mais complexas, sem formação específica para o cargo; b) As lógicas, igualitarista e paritária, explicam a quase inexistência da prática da supervisão e controlo pedagógico sobre as práticas docentes e a ausência de reconhecimento e valorização do cargo; c) A predominância da lógica disciplinar tem vindo a condicionar o trabalho nos departamentos e a dificultar o trabalho de articulação e gestão curricular, continuando a existir a prática do individualismo docente. Contudo, os elementos recolhidos sugerem algumas mudanças ao nível das formas de trabalho entre os professores. A prática de novas modalidades de trabalho pedagógico que passam pela prática colaborativa e colegial (trabalho em equipa, reflexão e avaliação conjunta de actividades, troca de experiências e materiais, cooperação entre professores, reflexão conjunta sobre práticas pedagógicas), procuram inverter a posição privilegiada ocupada pela prática do individualismo docente e são percepcionadas como um meio de crescimento profissional, de participação na organização e de qualidade do ensino. O actual momento político – educativo, com a publicação de novas leis relativas à carreira profissional dos professores e à gestão escolar, situam esta estrutura de gestão pedagógica intermédia e o seu coordenador numa encruzilhada entre o instituído e novos desafios que poderão contribuir para abrir fissuras nas lógicas e nas práticas instituídas.