Browsing by Author "Rocha, Manuela"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Interculturalidade e internacionalização das empresas portuguesas em Moçambique: colonialidade e decolonialidade, o caso FerpintaPublication . Rocha, Manuela; Vidal, Nuno; Caetano, João RelvãoA filosofia ocidental baseia-se essencialmente no pensamento moderno do velho continente europeu e, por conseguinte, as teses filosóficas diligenciaram diálogos e investigações baseadas nas categorias do pensamento moderno europeu. Assim se justifica a existência de uma recorrente deslegitimação das filosofias externas à filosofia europeia, em especial, denota-se uma discriminação excessiva no que se relaciona com o continente africano. Verifica-se a existência de uma teoria hegemónica que sempre classificou a produção de conhecimento africano como incapaz de um diálogo equânime com a tradição europeia. Esta tese, focada no objetivo de estudar e avaliar o processo de internacionalização de uma empresa portuguesa em Moçambique, vai-se deparar com várias questões de interculturalidade ligadas a um quadro mental ainda arraigado na Colonialidade, focando-se na necessidade da Decolonialidade enquanto perspetiva oposta e alternativa e de perceber como as empresas, essencialmente Portuguesas e mais concretamente a empresa aqui objeto do estudo de caso, que foram para Moçambique ainda numa perspetiva da Colonialidade, enfrentaram inúmeros problemas daí resultantes, necessitando de um processo de Decolonialidade que aqui será analisado. Por isso, nesta tese coloca-se a seguinte questão: Tendo como estudo de caso a empresa Ferpinta em Moçambique, será que a eficácia de internacionalização depois da independência foi reduzida durante as primeiras fases precisamente pelo fato de os primeiros prospetores enviados terem sido antigos colonos, com uma perspetiva paternalista, de um certo complexo de superioridade cultural da Colonialidade? A empresa melhora a sua eficácia empresarial em Moçambique quando percebe que a suposta vantagem que pensava ter nos antigos colonos era afinal uma desvantagem, tendo optado por alterar a postura e o perfil de quem enviava para Moçambique e com isso conseguiu ultrapassar os anteriores obstáculos e deficiências dos anteriores agentes? Destas questões resultam as nossas hipóteses centrais: A eficácia de uma estratégia empresarial de internacionalização em África depois das independências é beneficiada pela adoção de uma perspetiva Decolonial. Numa tal estratégia de internacionalização empresarial, uma perspetiva Decolonial é especialmente importante quando a empresa é oriunda de uma antiga potência colonial e o mercado visado é o de uma ex-colónia dessa mesma potência devido a todo o histórico de relações de Colonialidade. A suposta vantagem competitiva empresarial de uma tal empresa, com base no facto de ser oriunda de uma ex-potência colonial será uma desvantagem caso a perspetiva dominante seja ainda de matriz da Colonialidade. Para respondermos a estas questões e aferirmos destas hipóteses, foi desenvolvida uma análise e discussão teórico-conceptual orientada por teóricos decoloniais, entre os quais muitos latino-americanos e pensadores africanos contemporâneos, sendo em grande parte produtores de estudos em língua francesa e inglesa. Seguidamente tomámos o estudo de caso da empresa Portuguesa Ferpinta, cuja estratégia de internacionalização em Moçambique nos pareceu um excelente exemplo para aferirmos das nossas hipóteses.