Browsing by Author "Dias, Maria Manuel Ramos Vieira Pardal"
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- Os best-sellers em Portugal : a perspectiva dos leitores de O Codex 632Publication . Dias, Maria Manuel Ramos Vieira Pardal; Sequeira, Rosa MariaEsta dissertação teve como objectivo reflectir sobre o panorama literário actual,em particular sobre o livro, a leitura e o leitor enquanto elementos de um circuito de consumo planeado, assente na supremacia da indústria editorial e do marketing sobre a arte. Tratou-se de procurar compreender o fenómeno dos best-sellers, no contexto português, e as causas que subjazem ao respectivo sucesso. Para tal, procedeu-se, quer à leitura analítica e crítica do romance O Codex 632, de José Rodrigues dos Santos, quer à auscultação do parecer de leitores empíricos. Para além da descrição e interpretação da narrativa e das opiniões dos informantes sobre a mesma, a pesquisa contemplou uma análise evolutiva da complexidade e heterogeneidade do sistema literário. Partiu-se do conceito nuclear de cânone, com a finalidade de chegar à distinção literatura canonizada, literatura não canonizada e aos traços que caracterizam esta última. Passouse não só pela inventariação das diferentes expressões que servem para classificar os produtos não aceites pelos especialistas, tais como “literaturas marginais”, “paraliteratura”, “contraliteratura” ou “literatura de massas”, mas também pela observação das variações semânticas que lhes estão inerentes. Deu-se especial atenção ao percurso de valorização do romance ao longo da História e ao aparecimento, crescimento e separação daqueles que constituem os apelidados géneros paraliterários da actualidade. Finalmente, concluiu-se estar o êxito de vendas de romances como O Codex 632 intimamente relacionado com diversos factores de entre os quais sobressaem, neste caso particular, a temática de pendor histórico e nacional aliada à investigação do foro policial; a intriga marcada pelo entrecruzamento de núcleos temáticos que ora apelam à acção e à aventura, ora captam as emoções mais profundas; a manutenção de um estado constante de suspense e de expectativa crescente; o ritmo dinâmico, torrencial, próximo do thriller cinematográfico; a linguagem corrente, quase desprovida de recursos estilísticos. Em suma, a sobrevalorização do conteúdo e da organização do mesmo, em detrimento da forma e do estilo.