Browsing by Author "Carvalho, Cristina Henriques Bernardes"
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- Da decadência à regeneração: Jacinto e o percurso de auto-descoberta em a Cidade e as SerrasPublication . Carvalho, Cristina Henriques Bernardes; Piedade, Ana NascimentoResumo - “Eu penso que o riso acabou – porque a humanidade entristeceu. E entristeceu – por causa da sua imensa civilização. (...) Quanto mais uma sociedade é culta - mais a sua face é triste. (...) O Infeliz está votado ao bocejar infinito. E tem por única consolação que os jornais lhe chamem e que ele se chame a si próprio – O Grande Civilizado.” Eça de Queiroz, “A Decadência do riso”, in Notas Contemporâneas, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, 2000, pp.165-166 Estando no século XXI, século em que se menospreza cada vez mais o primordial, o essencial, e se valoriza cada vez mais uma civilização, aparentemente, mais “civilizada”, aparece-nos A Cidade e As Serras como antevisão de uma realidade muito actual. O embrião deste trabalho nasce da perplexidade e da curiosidade perante a modernidade de uma obra como A Cidade e As Serras, obra livro que se tornou intemporal sendo, por isso mesmo, um clássico que se adapta a todas as épocas. O ponto de partida desta dissertação é a palavra “bocejo”, exteriorização do tédio, característico de uma sociedade civilizada em decadência. Símbolo de um sentimento pessimista que se difunde por toda a sociedade portuguesa e que é bem visível e notório em toda a obra de Eça de Queiroz sendo este tema um dos mais explicitados e desenvolvidos por este autor. Em A Cidade e As Serras, as raízes do tédio que provém quase sempre da desocupação, vão dar à ociosidade. A falta de ocupação mental ou física é então, o grande motor que faz desenvolver o tédio. A solução encontrada baseia-se no equilíbrio, na regeneração através da auto-descoberta entendida como uma experiência pessoal; uma perspectiva individual da evolução que se vai concretizando num determinado trajecto existencial