LE@D | Doutoramentos
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Browsing LE@D | Doutoramentos by Author "Bidarra, José"
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- Hiperespaços multimédia : criar, mediatizar e explorar conteúdos para aprendizagem a distânciaPublication . Bidarra, José; Marques, Maria Emília Ricardo; Guimarães, NunoA investigação que realizámos pode ser descrita como um olhar prospectivo que relaciona as potencialidades da tecnologia existente actualmente com necessidades pedagógicas, sociais e culturais dos aprendentes nos dias de hoje. As tecnologias digitais, nomeadamente as baseadas na Internet, são um campo privilegiado para este tipo de investigação porque a sua expansão constitui um fenómeno cultural e social relativamente recente e que parece afectar de forma irreversível os processos de ensino-aprendizagem. Muitas das características da Internet e da World Wide Web são radicalmente diferentes dos média usados até agora nos sistemas de ensino, por exemplo, a possibilidade de acesso (quase) imediato a enormes repositórios de informação e a capacidade de facilitar a comunicação interpessoal (síncrona e assíncrona) à escala planetária. No entanto, existem outras características da Internet, e da Web em especial, que podem ser exploradas em sistemas de ensino-aprendizagem. É o caso da integração de materiais multimédia e da capacidade para construir materiais hipermédia. Estas possibilidades tecnológicas interessam especialmente porque vão ao encontro de variadas teses defendidas por cientistas cognitivistas e construtivistas ao longo das últimas décadas. Através deste estudo e do projecto UNIBASE (Programa PRAXIS XXI), foi possível testar a aplicação de algumas dessas ideias e observar a implementação no terreno de novas tecnologias de informação e comunicação em rede. Fundamentalmente, procurámos identificar quais são as condições necessárias para precipitar a emergência de modos de aprendizagem realmente eficazes com base nas tecnologias actualmente disponíveis. Perante este quadro, no sentido de descrever o estudo que efectuámos sobre essa nova relação pedagogia-tecnologia, adoptámos uma abordagem muito próxima do conteúdo semântico do binómio I&D (Investigação e Desenvolvimento), baseando-nos em observações e experiências que cobriram, de uma forma sistemática, algumas aplicações de tecnologias multimédia em rede. Partimos do conceito original de “hipertexto”, tal como foi pensado inicialmente por Vannevar Bush nos anos 40 e implementado por Ted Nelson nos anos 60, isto é, como processo cognitivo essencialmente baseado na linguagem escrita e na linguagem gráfica, permitindo a apropriação e o desenvolvimento não-linear de ideias e conceitos novos. O conceito “não-linear” é importante. Sempre que pensamos sobre o que nos rodeia constatamos que o fazemos de um modo não-linear... No entanto, desde crianças aprendemos a “linearizar” os nossos pensamentos a fim de os podermos comunicar de forma coerente e perceptível para os outros, oralmente ou por escrito, condicionando a nossa capacidade criativa e a nossa inteligência colectiva. Assim, neste estudo pretendeu-se verificar a capacidade de ensinar e aprender através de tecnologias digitais em rede, essencialmente com características não-lineares, que permitem tornar mais eficaz o esforço cognitivo (individual e colectivo). Importa também realçar que este processo que levou ao desenvolvimento de hiperespaços, em que participaram estudantes, professores e tecnólogos, potenciou o acumular de um corpo de conhecimentos que a todos veio beneficiar. Alguns aspectos da colaboração discentes-docentes foram, entre outros, a clarificação de conceitos importantes, a demonstração de noções pela prática, a definição de termos, a apresentação de exemplos e a compilação de referências. Ao estudar os modos como professores e alunos desenvolvem hipertextos, a partir de mapas cognitivos ou de conceitos, foi possível compreender os mecanismos usados para dominar a complexidade da vasta informação disponível e identificar estilos de aprendizagem individuais. Por outro lado, ao estudar esses hipertextos com integração de materiais multimédia, tornou-se evidente a panóplia de estratégias cognitivas usadas durante a aprendizagem, tanto a nível individual como colectivo. Pela avaliação do grau de estruturação dos conhecimentos em mapas cognitivos (ou conceptuais), pudemos ajuizar o âmbito de conhecimentos dominado pelos aprendentes e as suas capacidades associativas. Esta abordagem holística complementa, em certos casos podendo mesmo substituir, a clássica avaliação por exame final, a qual, como é sabido, tende a reduzir drasticamente o âmbito e a profundidade de uma avaliação de conhecimentos.