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Carvalho Valente Presado, Maria Helena

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  • Climatério, menopausa e representações sociais
    Publication . Presado, Helena; Ramos, Natália
    A menopausa insere-se numa das fases da vida da mulher que não pode ser evitada e que decorre do processo biológico natural do envelhecimento. O climatério é um processo contínuo que engloba a peri-menopausa, a menopausa e a pós-menopausa, e que a OMS define como um processo de transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo da mulher, que pode ocorrer entre os 40 e os 65anos (WHO, 1996). Apesar da palavra menopausa ser mais facilmente identificada, as palavras climatério e menopausa têm sido indistintamente usadas como sinónimos para referir todo o processo que envolve os diversos estádios desta etapa de vida. Tendo em conta o aumento da esperança de vida em geral, nomeadamente em Portugal, é notório o envelhecimento da população e o consequente aumento de mulheres em fase de climatério e menopausa. Compreender o pensamento social é importante, uma vez que as representações sobre a menopausa são muito diversas, sendo social e culturalmente construídas em mitos e crenças, em valores e atitudes em relação ao envelhecimento, ao papel social e estereótipos negativos ou positivos em relação à mulher, influenciadas pelos contextos socioculturais e reunindo muitas vezes o saber médico e o saber do senso comum. Estas representações sociais e fatores culturais, económicos e psicossociais podem interferir na forma como as mulheres vivenciam esta etapa de vida e ter impactos na sua saúde e bem-estar, pelo que é importante o seu conhecimento. A menopausa, sendo um fenómeno normal no percurso de vida da mulher, é um período crítico do seu desenvolvimento pessoal, psicológico e social, podendo comportar algumas vulnerabilidades para a mulher neste período. Atendendo aos resultados do estudo, é fundamental investir na formação dos profissionais de saúde, incluindo psicólogos, nomeadamente no desenvolvimento de competências para ajudarem as mulheres a vivenciarem esta etapa com qualidade de vida e na promoção de cuidados culturalmente adaptados, pois cada mulher vai experienciar este período de forma subjetiva e única. De igual forma revela-se importante uma maior acessibilidade e sensibilidade dos serviços de saúde nos cuidados a estas mulheres e famílias, investir na literacia em saúde, com programas de educação para a saúde ao longo do ciclo de vida e desenvolver estratégias e políticas no sentido de melhorar a qualidade de vida e bem-estar das mulheres nesta etapa de vida.
  • A satisfação conjugal dos casais e a menopausa
    Publication . Presado, Helena; Ramos, Natália
    A relação de conjugalidade é, para a maioria das mulheres e dos homens, a relação mais íntima que voluntariamente estabelecem, afigurando-se constituir um espaço privilegiado para satisfazer as necessidades de afeto, companhia, lealdade e intimidade emocional e sexual. A menopausa, sendo um fenómeno normal no percurso vital da mulher, não deixa de ser também um período crítico do seu desenvolvimento pessoal e social onde são múltiplas as necessidades de adaptação tendo em conta as alterações físicas, psicoafectivas e socioculturais inerentes a este processo de transição. A influência do climatério/menopausa no relacionamento conjugal, depende da forma como cada casal se relaciona e vivencia o seu próprio relacionamento, esta constituindo mais uma fase de transição do ciclo de vida e, como qualquer outra fase de transição, tem de ser aprendida e reajustada face às mudanças. Assim, as repercussões no relacionamento do casal, implicam que ambos façam ajustamentos, a todos os níveis, no sentido de manter e/ou melhorar a qualidade de vida que desfrutavam. É importante compreender a satisfação conjugal como crucial para o bem-estar e saúde psicológica, refletindo uma avaliação sobretudo positiva do outro e da relação e contribuindo para o bem-estar pessoal e geral. Apesar de o estudo ter verificado algumas diferenças na satisfação conjugal em função do grupo etário, não podemos afirmar que a etapa do climatério/menopausa seja o único motivo que eventualmente possa interferir no relacionamento do casal. Alguns casais reforçam esta ideia quando afirmam que a menopausa não é determinante no relacionamento conjugal e vice-versa pois valorizam o diálogo, a comunicação, a compreensão, a cumplicidade e o respeito mútuo como aspetos facilitadores para ultrapassarem as dificuldades em qualquer fase da vida e que alguma dissonância que eventualmente exista, se deve a divergências de interesses e de objetivos e não apenas ao processo de climatério/menopausa. Esta faz parte de um percurso de transição de uma etapa de vida que na nossa sociedade ocidentalizada, não tem sido encarada como um percurso natural da vida com eventuais implicações na vida da mulher e consequentemente dos casais, na qualidade de vida e no bem-estar psicológico e conjugal. Parece fundamental a realização de mais estudos, no âmbito da psicologia e das ciências da saúde, no sentido de melhor compreendermos e intervirmos nesta etapa de vida relativa não só ao climatério/menopausa, mas também à andropausa, tendo em conta que têm sido pouco estudadas numa perspetiva de desenvolvimento, de saúde individual, conjugal e mental e psicossocial, mas também, numa perspetiva de género e intercultural.