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Gonçalves, Carla Alexandra

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  • O detalhe fora da vista: as torres da Catedral de Ruão
    Publication . Gonçalves, Carla Alexandra
    O detalhe pode assumir várias dimensões, entre o pormenor, uma parte num todo, um fragmento, elemento mínimo, marginal, liminar, passando pelo carácter de elemento autónomo, simbólico, significante, dispositivo modificador, até de um acaso, ou insignificância ou, pelo contrário, de um exagero formal. O nome detalhe reveste-se de uma extraordinária polissemia, aplicando-se a um vasto conjunto de situações, pelo que os detalhes, no contexto da história da arte e da estética, não serão todos iguais, no que cumpre ao discurso, intenção, significação e carácter, não surgirão pelos mesmos motivos, não possuem a mesma força expressiva, nem devem ler-se segundo modelos de interpretação generalistas. A compleição do detalhe dificulta a objectividade e a fluidez da análise, e, sobretudo, a construção de narrativas limpas e acabadas. Estudar o detalhe pode, por tudo, constituir-se como uma tarefa que origina discursos fragmentários. Depois de uma introdução teórica ao detalhe, na espessura das suas dimensões, traz-se à discussão o caso das encomendas das três torres da Catedral de Ruão (Normandia, França): a torre de Saint-Romain, a torre da Manteiga, e a idealização da agulha sobre a torre do cruzeiro. Estas edificações foram criticadas pela encomenda devido ao detalhe excessivo e ao talhe demorado e minucioso da pedra para obras fora da vista. O último trabalho, tido como o apogeu do detalhe, não chegaria a edificar-se. A questão por resolver relaciona-se com os justos motivos que levaram às duras críticas dos comitentes e com a resistência empreendida pelos artistas, defendendo o detalhe mesmo perigando os seus trabalhos.
  • A Europa (quase) toda em Coimbra: regra e hibridismo na produção escultórica de João de Ruão
    Publication . Craveiro, Maria de Lurdes; Gonçalves, Carla Alexandra; Antunes, Joana
    Este volume, intitulado “A Europa (quase) toda em Coimbra. Regra e hibridismo na produção escultórica de João de Ruão”, recupera os temas abordados no colóquio, ocorrido em Abril de 2018, no Museu Nacional de Machado de Castro, e organizado pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares em Arte (GEMA) do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP-UC) da Universidade de Coimbra, em colaboração com o Instituto de História da Arte da FLUC e a École Pratique des Hautes Études (Sorbonne, PSL, équipe HISTARA 7347).
  • Gaspar Coelho, um escultor do Maneirismo
    Publication . Gonçalves, Carla Alexandra
    É o percurso de uma vida com obra que agora se ressuscita, conservando o derradeiro testemunho lavrado em Fevereiro de 1605 que arrolou a morte de Gaspar Coelho, maginario e mestre que foi desta arte principal nestes tempos neste Reyno... Numa época em que a pintura ganhava o merecido lugar de destaque no seio das artes plásticas, tributando como uma produção intelectual e virtuosa e emparceirando definitivamente com as demais artes liberais, surge a obra escultórica e de sensamblamento de Gaspar Coelho que, com o arrojo de um grande mestre, eleva a escultura ao mesmo patamar de garantias de mérito. O perdurante génio deste artista desenvolve-se nos rupturais desenhos de arquitectura retabular e no toque incomum do seu escopro que rasgou a madeira pleno de firmeza e de autonomia. Os anos que o escultor viveu em Espanha contagiaram-no com a pesquisa das fontes teóricas, da iconografia e do ornato europeus, versaram-no no desenho e comunicaram-lhe o espírito de liberalidade e de rebeldia que fizeram dele, no regresso a Portugal, um dos mais respeitáveis vultos da escultura na viragem da centúria de Quinhentos. Os retábulos de Gaspar Coelho são, ainda hoje, verdadeiros palcos onde o desenrolar do espectáculo atinge um lugar de máxima expressão...
  • The entombment of Christ by Jean Rouen, a mysterious work and a case of formal transmigration
    Publication . Gonçalves, Carla Alexandra
    No início dos anos 40, João de Ruão esculpiu, em Coimbra, uma espectacular Deposição no Túmulo. A historiografia artística tem vindo a integrar esta obra na Capela do Santo Sepulcro da igreja monástica de Santa Cruz (atualmente no Museu Nacional de Machado de Castro — MNMC, n.º E 109), mas os testemunhos históricos omitem esta presença. Entre 1540 e os últimos anos do século XIX, não existem referências à monumental Deposição em Santa Cruz, facto que instigou a aprofundar a pesquisa sobre a fortuna histórica desta obra de arte. O objectivo deste artigo é confrontar este conjunto escultórico monumental de Coimbra com outras fontes de influência visual, como os tableaux vivant criados nos teatros (litúrgicos) dos mistérios (comuns na Normandia naquela época), compará-lo com algumas obras semelhantes construídas em território francês entre finais do século XV e primeira metade do século XVI, e verificar a sua fortuna histórica.