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- Perceções sobre o impacto da avaliação externa de escolas na melhoria do processo de autoavaliação (estudo de caso)Publication . Costa, Luís Filipe Rodrigues da; Henriques, Susana; Abelha, MartaA necessidade e pertinência da avaliação das escolas é hoje um tema unânime entre os investigadores da Educação e assume uma importância central no sistema educativo. Assim, a avaliação de escolas surge como uma necessidade e, por isso mesmo, uma realidade omnipresente no dia a dia das organizações escolares, que deverá ser percecionada como uma atividade simultaneamente política, educativa e pedagógica. Apesar de se reconhecer útil e necessária, a autoavaliação de escola não está ainda suficientemente desenvolvida e enraizada no conjunto das práticas regulares das escolas. Consideramos que a avaliação externa das escolas (AEE), pela IGEC, poderá constituir-se como um parceiro importante para a promoção da qualidade da educação. Também esta entidade tem diversificado e adaptado o seu campo de ação e instrumentos de trabalho no sentido de dar respostas consentâneas com os desafios e alterações que têm emergido no campo educacional. Hoje é percecionada como um parceiro externo pertinente, válido e legitimado por todos os atores educativos. O terceiro ciclo de avaliação externa de escolas espelha essa necessidade de articulação entre a avaliação externa e os processos de autoavaliação de escolas (AAE), uma vez que valorizou a AAE como o primeiro domínio do quadro de referência da AEE. Este trabalho de investigação pretendeu verificar se a atividade de AEE teve impacto no processo de AAE e se promoveu melhorias organizacionais e educativas no agrupamento de escolas (AE) em estudo. Como instrumentos de recolha de dados utilizámos, numa primeira fase, a análise documental de documentos internos do AE (atas do Conselho Geral, Conselho Pedagógico, Departamento Curricular, entre 2016-2022), seguindo-se a aplicação de um inquérito por questionário a uma amostra de 108 professores da educação pré-escolar ao ensino secundário e, por último, uma entrevista semiestruturada (aplicada ao Diretor, coordenador da equipa de autoavaliação e a um painel de lideranças intermédias). Os resultados obtidos permitem concluir que a AEE promoveu o desenvolvimento e a consolidação do processo de autoavaliação, assim como a melhoria organizacional e educativa do agrupamento de escolas do estudo de caso.
- As perceções dos médicos sobre os impactos das alterações climáticas na saúdePublication . Ponte, Nidia Maria Carreira; Alves, FátimaAs alterações climáticas têm consequências na saúde humana de várias formas, contribuindo para o aumento da morbilidade e mortalidade por diversas doenças do foro respiratório, cardiovascular, infecioso e mental. Compreender como os médicos entendem as alterações climáticas e as suas consequências para a saúde é fundamental, na medida em que permite o desenvolvimento de estratégias de prevenção e diagnóstico/tratamento mais eficazes, bem como atuar no âmbito da adaptação e mitigação, influenciando políticas e estratégias de intervenção nos diversos territórios. No entanto, pouco se conhece sobre as perceções dos médicos acerca dos impactos das alterações climáticas na saúde. Com vista a contribuir para esse conhecimento, procuramos com esta pesquisa conhecer e compreender como os médicos entendem, explicam e vivenciam, na sua prática clínica, os impactos das alterações climáticas na saúde humana. Além disso, importa perceber se se identificam como atores principais na consciencialização dos seus pacientes sobre os impactos das AC na saúde. Para concretizar este estudo, recorremos a um desenho metodológico qualitativo que nos permitisse a compreensão e interpretação do fenómeno do ponto de vista dos sujeitos desta investigação. Orientamos, ainda, pela abordagem construtivista, porque nos possibilita conhecer os significados atribuídos à realidade dos sujeitos, levando em consideração os seus próprios quadros de referência. Devido a estas escolhas, a entrevista semiestruturada e a análise de conteúdo foram consideradas as técnicas mais adequadas para recolha e análise de dados. Os resultados principais desta investigação evidenciam que os médicos estão informados sobre os efeitos e causas das alterações climáticas e reconhecem os riscos adicionais para a saúde humana. Eles, ainda, reconhecem o seu papel como atores principais na conscientização dos pacientes sobre os impactos das AC na saúde. Contudo, ficou expressa a necessidade de formação, nomeadamente na ligação entre as alterações climáticas e a saúde, a qual deve ser implementada na educação académica e ao longo da prática profissional.
- Enhancing public awareness and stimulating co-responsibility for marine litter in Madeira island: a case studyPublication . Martins, Sara Maria Bettencourt Pereira; Costa, Sónia; Caeiro, SandraO lixo marinho é descrito como qualquer material sólido descartado, perdido ou abandonado no ambiente marinho e costeiro. Estes resíduos são um problema emergente, global e intergeracional que impactua a esfera ambiental, social e económica de uma região. A Agenda 2030 das Nações Unidas, aprovada em 2015 por vários líderes mundiais, prevê uma abordagem integrada onde nenhuma dimensão (ambiental, social e económica) do desenvolvimento sustentável é descurada. O documento objetiva, entre outros, uma educação de qualidade (objetivo 4), conseguida com iniciativas que permitam à população adquirir novos conhecimentos e, assim, promover um desenvolvimento sustentável (meta 4.7). Pretende, ainda, focar-se na poluição da água (meta 6.3) e na gestão de resíduos (meta 11.6), assegurando padrões de produção e consumo sustentáveis (objetivo 12), através da redução da produção de resíduos seguindo uma economia circular (meta 12.5). A conservação e uso sustentável do oceano e mares (objetivo 14), perspetivando um aumento do conhecimento científico a fim de os preservar, sobretudo através da redução do lixo marinho (meta 14.1), está igualmente descrito na Agenda. Atendendo à magnitude da problemática, o lixo marinho é descrito como sendo uma das principais preocupações ambientais a nível global, a par das mudanças climáticas, acidificação dos oceanos e perda de biodiversidade. Nos ecossistemas, os efeitos do lixo marinho são mais acentuados, destacando-se a ingestão, asfixia ou emaranhamento dos organismos em diversos itens de lixo. No entanto, os efeitos nefastos do lixo marinho no ambiente marinho não se circunscrevem às espécies locais, existindo um grave efeito transfronteiriço: o lixo como vetor para o transporte de espécies exóticas invasoras. A esta dimensão ambiental, acrescem ainda os efeitos sociais e económicos, frequentemente negligenciados. No caso das regiões insulares, como a Região Autónoma da Madeira, estas dimensões são muito importantes, dado que as atividades piscatórias e o turismo do mar influenciam fortemente o seu desenvolvimento social e económico. Medidas individuais e coletivas, de uma escala local a global, são necessárias para limitar a presença de detritos nas praias e oceano. Um quadro de ações – prevenção, mitigação, remoção e alteração comportamental – encontra-se definido para diminuir a quantidade de detritos no ambiente marinho. As alterações comportamentais são reconhecidas como fulcrais, uma vez que permitem um envolvimento a longo prazo com o problema. Deste modo, as ações que visem resolver a problemática do lixo marinho devem apostar na consciencialização, abordar o problema na sua origem (e não apenas após a sua presença no meio marinho, removendo-o ao invés de o prevenir), adotar uma abordagem holística e atingir uma ampla gama de públicos. Considerando o supramencionado, foi desenvolvido um programa educacional para diversos públicos com o objetivo de melhorar a literacia dos mesmos através de alterações nos conhecimentos, perceções e intenções comportamentais. Para alcançar este objetivo geral foram definidos objetivos específicos na medida em que se pretendia um estudo de caso adaptado à realidade local e não uma abordagem genérica e convencional. Os seis objetivos principais do trabalho de investigação foram: 1) Rever o atual estado da arte sobre abordagens educativas e lixo marinho, identificando lacunas e pontos positivos nas metodologias atualmente utilizadas; 2) Avaliar as perceções, conhecimentos, responsabilidades e intenções comportamentais dos habitantes da Região Autónoma da Madeira sobre o lixo marinho; 3) Quantificar e caracterizar o lixo marinho nas praias do Funchal; 4) Propor medidas para enfrentar localmente o problema do lixo marinho; 5) Desenvolver intervenções integradas de educação sobre lixo marinho para públicos diversos (i.e. jovens, adultos e seniores); 6) Avaliar a eficácia das intervenções educativas desenvolvidas e implementadas. Para alcançar os objetivos desta investigação optou-se por um estudo de caso, recorrendo a métodos mistos, de acordo com uma estratégia de investigação dedutivaindutiva, seguindo uma filosofia de realismo crítico. O trabalho pode ser dividido resumidamente em três fases: i) fase de análise da literatura, com identificação do que tem sido feito na área da educação para o lixo marinho e quais as principais lacunas no estado do conhecimento existente; ii) fase de perceção da realidade local, pois não existiam estudos concretos e rigorosos sobre a problemática do lixo marinho no Funchal, nem no resto da ilha da Madeira, à data de início da investigação; iii) fase de intervenção, onde se implementaram as estratégias de educação direcionadas aos problemas reais da região. As últimas duas fases contribuíram, ainda, para auscultar com mais proximidade a população, permitindo identificar medidas que podem ser implementadas na região para reduzir o lixo marinho e tornar a gestão de resíduos mais eficiente. A identificação dos trabalhos já publicados e respetivas lacunas foram realizadas através de uma revisão sistemática da literatura, seguida de uma análise bibliométrica e de conteúdo. Os resultados revelaram que desde 2013 existem anualmente publicações sobre lixo marinho e respetivas atividades educativas, embora em quantidade reduzida (2019 foi o ano que registou o número mais elevado, 9 publicações). Dos trabalhos publicados, a maioria reportava-se a publicações colaborativas e desenvolvidas na Europa. Para a análise de conteúdo, foram selecionados 13 documentos que efetivamente exploravam intervenções educativas como ferramentas para limitar o problema do lixo marinho e estimular comportamentos pró-ambientais. No que diz respeito às abordagens educativas utilizadas, os estudos reportaram a utilização de atividades práticas e tecnológicas para sensibilizar e estimular a mudança de comportamento. Relativamente ao público-alvo, os alunos foram o alvo mais comum. Com adultos, apenas dois estudos foram desenvolvidos, sendo um deles um curso online. Nenhuma intervenção com seniores foi reportada, reforçando a falta de estudos com este grupo etário. Questionários e avaliações orais foram os métodos mais utilizados pelos autores para avaliar as ações. Globalmente, a análise de conteúdo permitiu concluir que as ações educativas ainda carecem de abordagens mais integradoras e triangulação metodológica, devendo apostar em monitorizações a longo prazo. Para percecionar a realidade da região no que concerne à sensibilização da população para a temática do lixo marinho e à caracterização do lixo nas praias, selecionaram-se diferentes metodologias de modo a obter uma análise mais ampla e completa, contribuindo assim para um planeamento cuidado e personalizado das intervenções educativas. Realizou-se um questionário para perceber os conhecimentos, as perceções, a atribuição de responsabilidades e intenções comportamentais dos habitantes e monitorizou-se o lixo marinho em praias do Funchal para identificar os objetos mais comuns, possíveis fontes e vias e ainda prováveis comportamentos por detrás da acumulação dos mesmos nas praias. O questionário foi administrado aos habitantes da Região Autónoma da Madeira: ilha da Madeira e do Porto Santo. Apesar das intervenções educativas terem sido apenas dirigidas a instituições no concelho do Funchal, o questionário foi distribuído por cidadãos de todos os concelhos para conseguir registar a situação a nível regional. A informação obtida trouxe importantes contributos para a definição de estratégias a implementar na ilha da Madeira (ex. a diferença de sistema de recolha de resíduos entre os diferentes concelhos influencia as respostas e intenções comportamentais). O Porto Santo foi igualmente incluído com o objetivo de obter dados que possam posteriormente ser utilizados aquando da implementação de ações na ilha, todavia a representatividade de porto-santenses no estudo foi muito baixa (2%). O questionário foi distribuído eletronicamente (redes sociais, email, QR code) e em versão impressa, esta última opção foi escolhida para garantir que os indivíduos com menos literacia digital pudessem participar, assegurando-se uma maior homogeneidade entre grupos etários e áreas de residência. Obtiveram-se 350 respostas válidas, as quais permitiram identificar que o plástico e os impactes do lixo são os conceitos que os habitantes mais relacionam com o termo ‘lixo marinho’. As principais fontes e vias do lixo marinho, juntamente com os impactes do mesmo, foram corretamente percecionados pela maioria dos habitantes. A taxa de degradação de alguns itens de lixo no ambiente marinho foi subestimada pelos inquiridos, reforçando que é um tópico a ser aprofundado nas intervenções educativas. Compreender que o lixo demora muito tempo a decompor-se no oceano pode ser um estímulo para as pessoas melhorarem os comportamentos relacionados com o incorreto descarte do mesmo e, consequentemente, diminuir a sua presença no ambiente marinho. Os dados mostraram, ainda, que a existência de lixo marinho se deve, entre outros, aos seguintes fatores: à utilização única de alguns produtos e embalagens; aos pescadores e embarcações que lançam lixo para o mar; à deposição de lixo nas ruas, levadas e ribeiras; ao embalamento excessivo que dificulta a reciclagem, etc. Um resultado surpreendente foi alguns indivíduos não se considerarem responsáveis pela redução do lixo marinho, atribuindo mais responsabilidades aos outros que a eles próprios. Escolher produtos com embalagens amigas do ambiente; usar produtos reutilizáveis; evitar a utilização de plástico e pedir a quem deite lixo no chão que o recolha foram as intenções que os habitantes reportaram como menos prováveis de praticar. No que concerne às ações efetivamente praticadas: não deitar lixo no chão, levadas e ribeiras e utilizar os próprios sacos nas idas ao supermercado foram os comportamentos que os habitantes mais tinham praticado na semana anterior à aplicação do questionário. Por fim, as variáveis analisadas foram agrupadas para traçar perfis de habitantes. Quatro perfis foram propostos, sendo o primeiro o perfil onde se agrupam os inquiridos com menos conhecimentos e intenções pró-ambientais. Paralelamente, os indivíduos inseridos no perfil 4 demonstravam literacia sobre o tema e intenções de reduzir o lixo que produzem e descartam. Menos de 30% da população questionada foi alocada ao perfil 4, tendo este trabalho contribuído para sustentar a necessidade de consciencialização e educação da população, identificando simultaneamente os tópicos a explorar nas intervenções educativas. As campanhas de amostragem de lixo realizadas nas praias do Funchal serviram para monitorizar e complementar a compreensão da realidade local. Esta monitorização apoiou, assim, a definição das intervenções educativas, pois a composição e possíveis origens/vias de transporte do lixo encontrado foram discutidas nas ações de sensibilização. A monitorização ocorreu em duas praias do Funchal (Praia Formosa e Praia Almirante Reis) durante dois anos seguidos, utilizando as diretrizes sugeridas pela OSPAR, isto é, amostragens em cada uma das estações do ano (primavera, verão, outono e inverno), uma hora após a maré alta. No período de amostragem foram recolhidos 14265 itens, sendo as beatas e filtros de cigarro (31%), objetos de plástico (31%), papel/cartão (9%) e metal (8%) os itens mais encontrados. As praias amostradas variaram a sua classificação ao longo do período do estudo entre “muito limpas” e “sujas”. A composição dos detritos indicou que a maioria do lixo marinho analisado era proveniente de origens terrestres, com contribuição de fumadores e ribeiras. Vários dos objetos recolhidos nas amostragens foram utilizados para exemplificar nas intervenções educativas o tipo de lixo existente na região. Algumas amostragens foram realizadas com alunos e público em geral, servindo como atividade de sensibilização e corresponsabilização para a temática do lixo marinho. Adicionalmente, o conhecimento in loco da situação permitiu propor a implementação algumas estratégias para reduzir e prevenir a acumulação de resíduos na ilha da Madeira, alcançando-se, assim, outro dos objetivos do trabalho. Por fim, com a informação previamente adquirida, planearam-se e implementaram-se as estratégias de educação direcionadas à região. Foram desenvolvidas intervenções para jovens, adultos e seniores, englobando diversas abordagens teóricas, práticas e laboratoriais e o desenvolvimento de um curso aberto massivo online. Nesta tese destacam-se apenas as intervenções com estudantes, as restantes são referidas de forma resumida nos apêndices mas serão aprofundadas em trabalhos futuros. Um total de 269 alunos de cinco escolas do concelho do Funchal (3.º, 5.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade), com idades compreendidas entre os 7 e 17 anos de idade, participaram no estudo. O plano de intervenção foi composto por três sessões (uma sessão por semana) em semanas consecutivas e uma 4.ª sessão, facultativa, onde os alunos participavam numa limpeza de praia. Nas três sessões os alunos exploraram o conceito de lixo marinho, a sua composição, fontes e vias, impactes, taxa de degradação, situação regional e ações preventivas. Como estratégias para promover a assimilação dos conhecimentos, os alunos participaram em jogos, chuvas de ideias, estudos de caso, discussões orientadas e atividades laboratoriais. A atividade laboratorial consistiu na separação e observação de microplásticos à lupa, tendo sido uma atividade muito apreciada pelos estudantes. Para avaliar a eficácia das ações, o mesmo questionário sobre o conhecimento, perceções, atitudes e intenções comportamentais relativas ao tema do lixo marinho foi aplicado antes do início da intervenção (pré-questionário) e no fim da 3.ª sessão (pós-questionário), de forma a comparar os resultados. Alterações positivas e significativas nos conhecimentos, perceções e intenções comportamentais registaram-se após as intervenções. Os alunos produziram também desenhos (alunos 3.º ano) e reflexões escritas (alunos e professores 10.º ano) como estratégia complementar de avaliação das intervenções educativas. Os desenhos produzidos pelos alunos representavam, sobretudo, animais marinhos e impactes do lixo marinho nos mesmos, indicando que foi um tema que os marcou de forma significativa. As reflexões mostraram que a intervenção foi recebida de forma positiva pelos alunos e professores responsáveis, que destacaram a utilização de estratégias dinâmicas e interativas para educar e consciencializar sobre o tema. Durante as limpezas de praia, realizadas com alguns dos alunos após a 3.ª sessão, estes ficaram surpreendidos com a quantidade e composição do lixo encontrado, bem como com a presença de determinados objetos na praia, o que os levou a refletir sobre os comportamentos das pessoas que contribuem para esse cenário. Um curso aberto massivo online sobre lixo marinho foi desenvolvido para adultos utilizando a plataforma AULAbERTA da Universidade Aberta (UAb). O curso contou com quase 200 participantes de 7 nacionalidades e decorreu durante 5 semanas, onde foram abordados diversos temas (1 | Lixo marinho: introdução; 2 | Impactes: até onde vão as consequências?; 3 | Realidade mundial e nacional em números e factos; 4 | Do local ao global, como fazer a diferença?). Foi produzido um e-book que complementou os recursos disponibilizados online. À semelhança das intervenções com alunos, um pré e pós-questionário foi usado para avaliar a eficácia do curso. Foram registadas alterações positivas no conhecimento, perceções e intenções comportamentais dos participantes relativas ao tema do lixo marinho, corroborando o sucesso do uso deste tipo de ações educativas para o objetivo proposto em termos mais gerais, dado que não se dirigiu especificamente à população-alvo deste estudo de caso. Por fim, atividades de sensibilização e educação foram realizadas em centros de dia e universidades seniores, direcionadas a mais de 150 utentes destas instituições. Houve duas sessões, onde os participantes perceberam o que é o lixo marinho, as possíveis fontes e vias até o oceano, a composição, os impactes e algumas ações que podem adotar para reduzir a presença de detritos no ambiente marinho e costeiro. Para avaliar as intervenções na aquisição de conhecimento e alteração das perceções e intenções comportamentais, realizou-se uma chuva de ideias e entrevistas. Identificou-se que ocorrerem alterações positivas nos pontos referidos, com os participantes a reconhecer a importância de preservar o oceano e a vida marinha. Globalmente, pode-se concluir que os esforços para consciencializar e corresponsabilizar a população para a temática do lixo marinho foram bem-sucedidos, um indicador positivo que indica que se está no caminho certo para melhorar a educação e promover o desenvolvimento sustentável da ilha da Madeira. O objetivo primordial foi alcançado, tendo sido desenvolvidos programas e estratégias de educação e sensibilização integradas e adaptadas a diversos públicos, melhorando consequentemente a literacia dos cidadãos e promovendo uma mudança no conhecimento, perceções e intenções comportamentais sobre o lixo marinho. Novos conhecimentos potenciadores de um desenvolvimento sustentável, estimulando a adoção de comportamentos promotores de uma economia circular e de diminuição de resíduos foram metas da Agenda 2030 que este trabalho permitiu alcançar. A investigação estimula, assim, a realização de trabalhos na área da educação para o lixo marinho, incentivando o desenvolvimento de mais intervenções e iniciativas socialmente responsáveis e ambientalmente conscientes, tanto nesta área como noutras de reconhecida importância.
- Incumbentes vs. challengers na indústria automóvel: o caso VolkswagenPublication . Rodrigues, João da Silva; Porfírio, José; Martins, António Eduardo Pais Falcão BarbosaA indústria automóvel tradicional enfrenta o dilema da cada vez maior popularidade dos veículos elétricos, forçando a uma transição generalizada por parte das incumbentes. Sendo inevitável responder às necessidades dos mercados, assim como de atingir as metas ambientais definidas por múltiplos governos mundiais, a indústria passa inevitavelmente por um profundo processo de mudança. O desafio passa por uma transição que assegure a sobrevivência das organizações, mantendo ou melhorando a sua posição num mercado global cada vez mais competitivo. Esta dissertação analisa o caso da Volkswagen no início da década de 2020: a forma como reagiu às mudanças de mercado e as estratégias que implementou para estabelecer vantagens competitivas. Esta análise permitiu criar uma proposta de metodologia de reação, com a qual as organizações incumbentes podem reagir perante mudanças e/ou disrupções em curso. Esta investigação explora e reforça a importância de uma vertente até agora pouco estudada na área de gestão: as estratégias de reação por parte de organizações incumbentes perante a disrupção em curso.